quinta-feira, 21 de maio de 2009

Capítulo Vinte e Dois - Volta para casa

Eu dei meu máximo para correr o suficiente para passar pelo resto do país e um pouco do oceano que me separava dela. Fiz de tudo para não ser visto por ninguém também. Eu não queria mais uma confusão por perto.
Chegando lá, peguei um táxi. Eu corria menos riscos chegando no aeroporto com uma mala de táxi, apesar de minha cor no sol me entregar. Eu devia estar bem longe do aeroporto, por que a viagem demorou mais ou menos uma hora.
Estava lotado de gente e minha busca estava me agoniando. Eu a escutava, mas de longe e muito baixo para seguir o som.
Lembrei do celular que a Sophia deixava na bolsa e fuga de emergência. Sabia que aquela bolsa seria útil um dia. Peguei meu celular e procurei o número na agenda, que sempre estivera ali.
- Thomas? - Suspirei de alívio por ouvir a voz dela.
- Onde você está, querida?
- Sentada em um banco.
Me virei para onde teria um banco, e a vi. Foi como nos filmes, todo mundo se afastou e eu a vi.
- Estou lhe vendo - disse.
Andei para ela, com o som do coração dela ficando mais claro a cada passo que eu dava. Ela estava em pé olhando para todos os lados.
Quando cheguei bem próximo dela e ela virou-se para onde meu corpo estava. Ouvi o coração dela acelerar e dei um sorriso sem esforços. Era tão bom escutar o coração dela tão de perto.
Ela me olhou nos olhos e eu não me importei em fazer silêncio para ela, e ela sorriu. Parecia gostar disso. De repente o sorriso dela sumiu e ela baixou a cabeça.
Eu queria poder saber o que passava na mente dela, como os vampiros sabem uns dos outros. Me abaixei um pouco para que ela visse meu rosto e ela sorriu novamente.
Coloquei minha mão na sua cintura e aproximei meu rosto do dela, sentindo seu cheiro agradável e escutando seu coração acelerar freneticamente.
Ela fechou os olhos e eu me aproximei mais, encostando meus lábios nos dela. Ela passou seu braço pela minha nuca, mas logo se afastou. Ela ficou por alguns segundos respirando forçadamente olhando para o chão e eu ouvi seu coração desacelerar.
- Pronta para ir?
- Pronta - ela disse.
Eu peguei a mala que ela carregava roupas, provavelmente minhas, junto com a minha mala com coisas de urgência. Usei minha mão livre e peguei a mão dela. Caminhei o tempo todo olhando para ela, aproveitando cada parte do tempo que eu teria com ela. Chegamos à empresa, a única, que ia para o Juazeiro e uma moça me sorriu educadamente oferecendo ajuda.
- Duas para Juazeiro.
- O primeiro vôo é daqui a duas horas.
Olhei para minha Viviane que olhava para mim com olheiras abaixo dos olhos azuis. Eu poderia levá-la para lá em menos de duas horas, mas isso a cansaria, e provavelmente eu ficaria menos tempo com ela.
- Duas, por favor - repeti o pedido.
A moça assentiu com a cabeça e pediu nossos nomes e eu paguei com o cartão que eu levava na bolsa.
Depois que as passagens estavam compradas eu ouvi a barriga da Viviane roncar e então a levei para a praça de alimentação para comer. Ela olhou vários restaurantes que vários humanos iriam gostar. Mas ela fazia careta para todos.
Ela entrou no McDonalds e tudo parecia muito prejudicial a saúde.
- Isso não vai lhe fazer mal? - Perguntei tentando fazê-la desistir.
- Quero isso.
Quase vi um biquinho se formar no seu lábio inferior.
Ela saiu para o balcão e eu segui para as mesas. Sentei em uma mesa no canto da lanchonete e ela veio com uma bandeja cheia de comida.
A observei comer em silêncio, ela mal me notara enquanto comia.
- Temos uma hora e alguns minutos de sobra. - Disse quando ela acabou de comer.
- Que tal conversarmos sobre a desculpa que devo dar a minha mãe por passar.. er... alguns dias fora.
- Dois. - A corrigi.
Bom, mas pensar na desculpa. Vampiros está fora de cogitação. Dizer que ela esteve fora do país pior ainda. Não sei como ela voltou para o Brasil, mas isso não pode me ocupar agora.
- Vamos dizer a verdade. - Ela arregalou os olhos. - Vamos dizer que você foi sequestrada por uma mulher. Eu a achei depois de um dia procurando. Ela fugiu e pronto. Nada de dizer fora do país. Ou sobre quem eu.. sou.
- Parece bom. E toda minha família vai lhe idolatrar. - Eu ri.- Esse é um dos motivos da história.- Mas e quanto a minha roupa? Eu não devia estar vestindo a mesma?- Diz que ela mandou você trocar. O que ela fez.- Verdade - ela concordou.
Mexi na bolsa procurando a chave do carro que estaria no Juazeiro. E meu celular que assim que eu a deixasse segura, eu ligaria para minha família. Mas aqueles panos todos estavam atrapalhando minha procura.
Levantei minha cabeça e a vi com os olhos fixos em mim, mas com a mente bem longe dali.
- Vamos? - Ousei interromper.
Ela apenas assentiu com a cabeça e seguimos para um banco de mãos dadas.
Sentamos no banco e eu botei a bolsa nos meus joelhos, e voltei a procurar, entre os retalhos e blusas minhas, meu celular e a chave. Encontrei uma mini bolsa branca. A abri e lá estava as chaves e um papel dobrado.
Olhei para a Viviane, mas ela parecia entretida com as outras pessoas.
No papel dizia:
"Nós te amamos. Estaremos logo com você. A."
Sorri para mim mesmo. Dobrei o papel e botei no bolso, junto com a chave e voltei a procurar o celular que eu tinha jogado na bolsa antes de sair de Oxnard. Ele pegaria no Juazeiro, ao contrário do que eu carregava no bolso.
Encontrei ele e botei no bolso, tirando o que estava lá e jogando na bolsa.
- Está na hora do avião - falei olhando para o relógio. - Vamos?
Ela fez que sim com a cabeça e seguimos para a sala de embarque.
A viagem foi silenciosa, apenas sentido o calor do corpo um do outro. Eu não tirava as mãos das dela por nada.
O aeroporto de Juazeiro do Norte podia ser definido como formigueiro. Muita gente, pouco espaço. Pegamos as malas e seguimos para o estacionamento, maior que a parte interna do aeroporto.
Meu carro estava parado lá. Desativei o alarme e a Viviane fez uma careta olhando para ele.
- Deixou o carro aqui?- Eu não pretendia lhe abandonar - respondi. Isso já estava estampado na minha testa, não?
Ela sorriu e eu abri a porta de passageiro para ela.
Viviane se encostou no carro e passou a mão no meu pescoço, fazendo eu sorrir por dentro. Ela deslizou a mão para minha nuca e eu aproximei nossos rostos. Encostei meus lábios nos dela e eu pude ouvir apenas o seu coração. Nos beijamos até ela afastar o rosto do meu e respirar fundo algumas vezes. Mas eu segurei o rosto dela no meu, apenas escutando sua respiração.
- Eu amo você - ela disse.
- Eu também amo você.
Beijei sua testa e ela entrou no carro.
Coloquei as malas no porta malas e entrei no carro.
Eu sabia o caminho, não era difícil aprender a andar naquela cidadezinha. Eu vi a Viviane arrancando as próprias mãos com as unhas algumas vezes durante a viagem.
- Seus pais e a Amanda vão voltar para cá? - ela perguntou, livrando as palmas das mãos das unhas.- Espero que sim. Gostaria de viver com vocês quatro.- Eles gostam de mim, né?
Ela fez uma careta esperando a resposta.- Claro que gostam. Principalmente o Richard.- Não parece.- Ele entende o que eu sinto por você mais do que ninguém.- Quer dizer que ele e a Sophia... - Assenti com a cabeça antes do resto da pergunta.- E a Amanda ainda falta.- Eu adoro ela. Ela parece tão... - ela fazia uma cara pensativa pro nada. - única.- Amanda é especial. Ela é uma criança, apenas quer ajudar a todos. - Houve silêncio. - Queria um dia conhecer sua família e poder falar de todos.- Meu pai é protetor. Ele tem um jeito de querer esconder todo o amor que sente, mas a gente sempre nota. E ele é um completo louco por minha mãe. Pra ele só existe uma mulher no mundo: minha mãe. Minha mãe é... perfeita! Ela parece ser aquelas chatas, sabe? Mas ela é a melhor pessoa que eu conheci. Ela tem essa maneira de saber o que você quer, pensa. Meu irmão é uma criança. Ele sempre tenta esconder as coisas, mas nunca dá certo. Ele é lindo e legal. Ele tem bons amigos e é um bom amigo.- Parece uma família e tanto. Mas e quanto a seus amigos?- Bom. A Ana é tão absurda. Ela tem os olhos cor de mel e cabelos como um anjo, mas não parece nada como um anjo, sabe? Mariane é o tipo de pessoa que lhe conquista com as palavras. Ela com certeza seria uma boa escritora e namorada. De bons amigos eu só tenho elas.- E quanto a um menino da sua escola? Amanda me contou.
E a propósito, não gosto de dividir você com ele- Ah. O George. Ele é tão legal e tem uns olhos lindos.- Hã? - O ciúme tinha tomado cada veia minha agora.- Não chegam nem perto dos seus, querido. - Ela sorriu. - Ele é bem legal e talvez eu vá ser muito amiga dele.- Que bom, querida. - Consegui manter minha voz firme, apesar do ciúme.
Parei com o carro na frente do condomínio conhecido. Abaixei o vidro e a Viviane se esticou por cima de mim.
- Deixe-me entrar, por favor. - Viviane me pareceu convincente com o tom de voz.
O porteiro abriu o portão com os olhos assustados para o carro.
- Boa atriz - eu disse assim que fechei o vidro.
- Acabei de ser sequestrada.
E lá estávamos nós.
Na casa de porta azul que parecia tão feliz em todos os dias, menos hoje.
Parei o carro e vi a mãe da Viviane sair da porta azul, com os olhos no carro.
- Fique aqui - eu disse e sai do carro.
Acompanhei ela até a porta da Viviane, onde eu abri a porta e ela caiu de joelhos na rua de pedra dali. Envolveu os braços na filha e ela a abraçou também. Eu ouvia lágrimas e elas não se soltavam.
Elas afastaram um pouco o rosto e eu vi um sorriso mal feito se formar no rosto da Viviane e a mãe dela a abraçou de novo.
- Querida, você está bem? - a mãe dela perguntou para ela e ela apenas fez que sim com a cabeça.
Um menino chegou do lado do carro, parecia ser irmão dela. Não tirava os olhos dela também.
- Me tire daqui, sim? - Viviane me pediu e eu passei meus braços por ela, tirando-a.
Ela parou na frente do menino e eles se abraçaram fortemente, mesmo eu a segurando.
- Que saudade - ele disse.
Viviane se esticou para o lado e viu um carro. Um homem desceu de lá e ela me soltou, caindo nos braços dele.
- O que houve querida? - Ele perguntou a abraçando.
- Vamos lá para dentro.
Ele a segurou como eu fiz e virou com ela em direção a casa.
Viviane virou-se para trás e me chamou com a mão. A segui.
Todos sentaram no sofá e eu fiquei em pé.
- Sente-se, por favor - a mãe dela falou para mim.
- Então... O que houve? - o pai dela repetiu a pergunta.

Depois de, er, algum tempo. Mas postei. Só quero dividir isso com você, porquê tô muito muito feliz, ok: Sábado é meu show de mcfly *-*. Beijos para todo mundo :*

domingo, 3 de maio de 2009

Capítulo Vinte e Um - Reencontro

Eu aproveitei as horas que eu tinha voado para botar meus pensamentos no lugar. Não que desse muito certo. O ronco do senhor ao meu lado não me deixava dormir e a incerteza de Thomas estar em Fortaleza me consumia. A aeromoça me perguntou se eu estava bem em três línguas diferentes, até chegar ao inglês de novo. Respondi que sim e agradeci. Desde então ela não tirou os olhos de mim nem um segundo.
Resolvi me acalmar então. Pensar nos meus pais me acalmaria, ou não. Eles não me deixariam sozinhos sem ter uma desculpa a dar pelo dia, ou dois, que passei longe. Lembrar da mentira que eu teria que bolar me fez arranhar a palma de minhas mãos de nervosismo.
- Você já andou de avião? - Uma senhora ao meu lado me perguntou em português. Assenti. Ela sorriu e voltou a se encostar na cadeira.
Encostei-me também e fechei os olhos. Eu sabia como me preocupar com as coisas antes do tempo, o ruim era tirar as preocupações da cabeça.
Depois de algumas longas horas a aeromoça anunciou nossa chegada em inglês e depois em português. A luz de apertar os cintos acendeu e eu coloquei-os depressa. O avião baixou e eu, enfim, sai em um lugar que conhecia.
Arrastei minha bolsa grande e a pequena botei nos braços. Encostei a bolsa grande nos bancos e me sentei lá. Abri a bolsa pequena e tinha uma carteira de couro marrom. A abri e estava repleta de dinheiro. A fechei depressa, eu já estava no Brasil afinal de contas. O celular estava desligado e o liguei.
Ele começou a tocar segundos depois de ligado. Era o número que eu conhecia.
- Thomas? - Falei sem fôlego. Ouvi um suspiro dele e eu sorri.
- Onde você está, querida?
- Sentada em um banco.
- Estou lhe vendo. - Ele disse e eu me levantei.
Passei a vista por o meio das pessoas na minha frente, levantei os pés e nada. Olhei para trás de mim e fiz o mesmo, e nada. Virei-me para frente e o vi a dez centímetros de mim. Meu coração acelerou covardemente e eu vi o sorriso perfeito dele na minha frente.
Os olhos dele traziam um azul claro, como um céu sem nuvens. O barulho perturbador do local parou e eu sorri para ele.
Agora éramos apenas nós, sem loiras loucas ou vampiros.
Lembrei de que ele era um vampiro agora. Baixei a cabeça tentando consertar meus pensamentos.
Eu poderia me sentir apaixonada com alguém que não se encaixava na realidade? Ele olhou nos meus olhos e eu esqueci de tudo no momento. Sim, eu poderia me apaixonar por ele.
Sorri o mesmo sorriso que tinha se desfeito do meu rosto. Senti a mão dele na minha cintura e seu rosto se aproximou do meu. Meu coração acelerou novamente.
Eu fechei os olhos e senti a respiração dele na minha pele. Tentei igualar minha respiração à dele, mas parecia impossível.
Ele encostou seus lábios nos meus e, se suas mãos não estivessem em mim, eu cairia. Nos beijamos, não como antes, mas com um amor que agora nós dois sabíamos que éramos retribuídos. Consegui botar minha mão sobre sua nuca.
Soltei meu rosto do dele pela falta de ar. Baixei a cabeça tentando fazer meu coração bater normalmente.
- Pronta para ir? - Ele perguntou.
- Pronta.
Ele pegou minha mala e a carregou junto com a dele de mão, levei minha bolsa pequena em um braço. Demos as mãos e atravessamos o aeroporto até chegar à empresa aérea que ia para Juazeiro.
Uma moça atrás da bancada sorriu para nós educadamente.
- Duas para Juazeiro. - Ele disse.
- O primeiro vôo é daqui a duas horas.
Thomas olhou para mim e depois para moça.
- Duas, por favor. - Ele repetiu.
Demorou um tempo até que a moça nos entregasse as passagens.
Com as passagens compradas nós fomos atrás de um restaurante no aeroporto. Notei agora que minha barriga roncava. Nada estava no meu agrado, até achar um McDonalds. Nada melhor que uma boa cota de gordura depois de passar dois dias sem comer.
- Isso não vai lhe fazer mal? - Thomas perguntou quando a gente entrava no McDonalds.
- Quero isso. - Fiz de teimosa.
Fui para o balcão e pedi. Paguei com o dinheiro da bolsa que Sophia havia me entregado.
Sai com minha bandeja para a mesa onde o Thomas estava sentado e as bolsas aos pés. Sentei-me e devorei meu Cheedar enquanto ele fazia caretas olhando para meu sanduíche delicioso.
- Temos uma hora e alguns minutos de sobra. - Ele disse quando eu acabei de comer.
- Que tal conversarmos sobre a desculpa que devo dar a minha mãe por passar.. er... alguns dias fora.
- Dois. - Ele ficou em silêncio e encarou o nada, parecendo pensar. - Vamos dizer a verdade. - Arregalei os olhos. - Vamos dizer que você foi sequestrada por uma mulher. Eu a achei depois de um dia procurando. Ela fugiu e pronto. Nada de dizer fora do país. Ou sobre quem eu.. sou.
- Parece bom. E toda minha família vai lhe idolatrar. - Ele riu.
- Esse é um dos motivos da história.
- Mas e quanto a minha roupa? Eu não devia estar vestindo a mesma?
- Diz que ela mandou você trocar. O que ela fez.
- Verdade.
Com minha história pronta eu me senti mais tranquila. Um pouco. Eu ainda tinha um frio na barriga que não dava para explicar por que. Talvez por querer gritar de medo, mas meu coração não deixava eu me afastar do Thomas.
Ele mexia em algumas coisas dentro da bolsa dele enquanto eu o observava.
Toda vez que eu o olhava ele estava mais lindo. Talvez a beleza dele estivesse relacionada ao que ele é. Todos os vampiros que eu havia visto esses dias eram maravilhosamente lindos.
- Vamos? - Ele interrompeu minhas lembranças dos vampiros. Assenti com a cabeça e seguimos de mãos dadas para um banco vazio.
Ele voltou a mexer na bolsa. Me distrai com as outras pessoas, para tirar minha cabeça dele. Passou um grupo de quatro meninas, todas olhavam para o Thomas. Será que se elas soubessem que ele é um vampiro continuariam olhando para ele e fazendo comentários sobre sua beleza? Elas sentariam ao lado dele sabendo disso? Elas o amariam mesmo sabendo de toda a verdade? Duvidava que sim.
Ouvi a bolsa sendo jogada no chão e pulei de susto. Ele passou o braço no meu ombro e eu segurei a mão dele no meu ombro. Ficamos o resto que faltava de tempo ali, sem dizer uma palavra. Apenas aproveitando a presença um do outro, e eu mais ainda. Sabia que quando minha mãe soubesse do meu suposto sequestro eu ficaria em casa e quando fosse sair seria com ela ou o papai. Mas por o Thomas ter, supostamente, me salvo, eles iriam o idolatrar.
Minha mente agora foi para 600 quilômetros dali. Meus pais sempre eram tão atenciosos comigo, sempre tão amáveis, tão amados. Meu irmão, tão lindo e eu o amava tanto. Minhas melhores amigas, que sempre me davam atenção demais comparada a minha com elas. Eu os amava tanto, e eu nunca me perdoaria se qualquer coisa acontecesse com eles por um dos vampiros. E sem esquecer do meu novo amigo, que ele com certeza seria um grande amigo.
- Está na hora do avião. Vamos?
Assenti com a cabeça e nós fomos para a sala de embarque.
A viagem foi igualmente silenciosa, mas boa.
O aeroporto de minha cidade era minúsculo comparado com o de Fortaleza e principalmente o de Los Angeles, mas estava cheio de gente. Pegamos as malas e fomos para o estacionamento, onde o carro preto dele estava na frente da porta.
- Deixou o carro aqui? - Perguntei.
- Eu não pretendia lhe abandonar.
Eu sorri para ele e ele abriu a porta do passageiro pra mim.
Passei a mão no seu pescoço e depois na sua nuca. Ele aproximou nossos rostos e encostou os lábios nos meus. Nos beijamos por um bom tempo, até meu ar acabar totalmente.
Ele encostou nossos rostos enquanto eu tentava ajeitar minha respiração desregular.
- Eu amo você. - Eu sussurrei.
- Eu também amo você.
Ele beijou minha testa e eu entrei no carro.
O caminho conhecido para minha casa estava me dando náuseas.
- Seus pais e a Amanda vão voltar para cá?
- Espero que sim. Gostaria de viver com vocês quatro.
- Eles gostam de mim, né?
- Claro que gostam. Principalmente o Richard.
- Não parece.
- Ele entende o que eu sinto por você mais do que ninguém.
- Quer dizer que ele e a Sophia... - Não terminei a pergunta e ele assentiu com a cabeça.
- E a Amanda ainda falta.
- Eu adoro ela. Ela parece tão... - tinha alguma palavra para descrevê-la? - única.
- Amanda é especial. Ela é uma criança, apenas quer ajudar a todos. - Houve silêncio. - Queria um dia conhecer sua família e poder falar de todos.
- Meu pai é protetor. Ele tem um jeito de querer esconder todo o amor que sente, mas a gente sempre nota. E ele é um completo louco por minha mãe. Pra ele só existe uma mulher no mundo: minha mãe. Minha mãe é... perfeita! Ela parece ser aquelas chatas, sabe? Mas ela é a melhor pessoa que eu conheci. Ela tem essa maneira de saber o que você quer, pensa. Meu irmão é uma criança. Ele sempre tenta esconder as coisas, mas nunca dá certo. Ele é lindo e legal. Ele tem bons amigos e é um bom amigo.
- Parece uma família e tanto. Mas e quanto à seus amigos?
- Bom. A Ana é tão absurda. Ela tem os olhos cor de mel e cabelos como um anjo, mas não parece nada como um anjo, sabe? Mariane é o tipo de pessoa que lhe conquista com as palavras. Ela com certeza seria uma boa escritora e namorada. De bons amigos eu só tenho elas.
- E quanto a um menino da sua escola? Amanda me contou.
- Ah. O George. Ele é tão legal e tem uns olhos lindos.
- Hã? - Thomas abriu a boca em sinal de indignação.
- Não chegam nem perto dos seus, querido. - Ele sorriu. - Ele é bem legal e talvez eu vá ser muito amiga dele.
- Que bom, querida.
Nosso caminho tinha acabado e agora estávamos na frente do meu condomínio. Thomas baixou o vidro e eu me estiquei pra falar com o porteiro.
- Deixe-me entrar, por favor. - Falei com voz de cansaço e ele abriu o portão depois de abrir os olhos surpresos.
Thomas subiu o vidro e entramos no condomínio.
- Boa atriz.
- Acabei de ser sequestrada.
Minha casa parecia a mesma. As paredes continuavam em um branco perfeito com as janelas de vidro e suas cortinhas claras. A porta azul ainda tinha o mesmo tom de azul. Paramos o carro e vi minha mãe abrindo a porta da frente.
- Fique ai. - Thomas disse saindo do carro.
Ele e minha mãe passaram pelo carro para meu banco. Fiz cara de triste e abatida, afinal eu acabara de ser sequestrada. Thomas abriu a porta e minha mãe se ajoelhou perto de mim, envolvendo os braços em minha volta. Botei meus braços nela. Que saudade que eu tinha dela. Eu não sabia o que aconteceria a ela se eu não voltasse. Os olhos dela estavam vermelhos, juntamente com seu nariz. Eu fiz o máximo para sorrir um sorriso abatido pra ela. Creio que funcionou, pois ela voltou a me abraçar.
- Querida, você está bem? - Assenti com a cabeça e vi meu irmão chegando.
- Me tire daqui, sim? - Pedi para o Thomas e ele me ajudou a sair do carro.
Passei um braço no pescoço dele, como se precisasse de ajuda até para andar. Paramos na frente do Bruno e ele me abraçou apertado. Usei minha mão livre para abraçá-lo.
- Que saudade. - Ele disse.
Ouvi um carro parando na nossa frente e estiquei o pescoço para ver. Meu pai estava descendo do carro, deixando a porta aberta.
Ele chegou perto de mim e eu soltei o braço do Thomas e cai em seus braços. Ele me abraçou, me segurando, pois eu botava meu peso nas pernas.
- O que houve querida? - Ele perguntou.
- Vamos lá para dentro.
Ele passou meu braço pelo seu pescoço, como o Thomas. Usei meu braço livre para chamar o Thomas para entrar com a gente.
Meu pai me botou no sofá e minha mãe sentou ao meu lado, botando minha cabeça no seu ombro e me dando toda a atenção. Meu pai sentou do outro lado e o Bruno sentou ao lado da mamãe.
- Sente-se, por favor. - Minha mãe falou e o Thomas sentou no outro sofá.
- Então.. O que houve? - Meu pai repetiu a pergunta.

GEEENTE, que saudade KK Mas eu voltei ok? Com esse capítulo eu descobri que vai demorar um pouquinho mais para acabar, mas não muito ok? :D Bom gente, espero que goste do meu capítulo depois de quase um mês. Superbeijo :*