sábado, 24 de outubro de 2009

Voltei.

Desculpem por o desaparecimento. Sério.
Eu não sumi, eu li a história da Deeh mas não consegui comentar. Foi um problema no meu computador :/
Eu já tinha escrito o primeiro capítulo, só faltava o título para a história mas formataram meu computador, dai eu perdi tudo. Mas estou disposta a começar tudo de novo e em breve.
Obrigada todos os elogios. Beijo.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Capítulo Vinte e Cinco - Fim de verdade

Bom, se passara muito muito tempo depois do incidente. Eu estava bem com o Thomas, com as minhas amigas e com minha família. Era como se fosse uma parte da vida que eu nunca tive. Eu até estava mais sociável e falando mais com as pessoas.Era Dezembro e ,como apartir desse mês começa a chover aqui e fazer frio, eu resolvi vestir minhas roupas quentinhas e usar uma pantufa. Bom, era uma tarde comum e eu estava sozinha em casa. Desci para fazer um pouco de chocolate quente mas antes de entrar na cozinha bateram na porta. Como o interfone não tinha tocado devia ser um vizinho para falar de alguma coisa.
Abri a porta e vi o Thomas com os cabelos molhados. Extremamente lindo. A roupa molhada pregava em seu corpo perfeito e aquilo me fazia suspirar. Ele me olhou nos olhos e seu olho azul claro estava escuro. - Thomas? O que tá fazendo aqui? - Posso entrar? Dei passagem e ele entrou. - Preciso conversar com você - ele disse. Levei ele para a varanda do andar de baixo e me sentei no banco de madeira de lá. Ele sentou do meu lado.
Seu rosto estava tão sério e tão preucupado. Eu estava ficando aguniada com o silêncio que estava entre a gente.
- Thomas?
- Você tá só em casa?
- Estou. Por quê?
- Para saber...
Silêncio novamente.
- O que houve, Thomas? - quebrei o silêncio.- É que.. - ele disse passando a mão no cabelo molhado. - Como eu digo isso?
- Eu não to gostando disso - eu disse soltando uma risada apreensiva.
- Eu vou ter que te deixar, Viviane. - Meus olhos se arregalaram e eu não disse nada. Fiquei apenas escutando. - Não pense que eu não te amo. Está longe disso. Na verdade é o meu amor que está fazendo isso por você. - Do que você tá falando, Thomas? Você não pode me deixar. - Mas eu vou.
Ele disse tão friamente que me fez fastar o rosto de perto dele.- Por quê? - eu disse controlando a voz. - Porque eu te amo e não quero que nada aconteça com você. Com a Maddi.. - Para! A gente já conversou sobre a Maddie. - Na verdade muitas e muitas vezes. Ele insistia em dizer que não era seguro para mim ficar com ele. Mas ele era tudo que eu queria. - Ela era louca. Nada parecido com isso vai acontecer de novo. - Eu prefiro não expor você a qualquer risco desse tipo. - Besteira! A gente já falou sobre isso mil e uma vezes. Você insiste em dizer coisas desse tipo. Eu quero você. Não quero saber as consequências. Eu amo você.
Eu botei meu rosto perto do dele e o fiquei encarando. Eu deixei de ouvir os pingos de chuva no telhado.- Eu te amo também! - a voz dele rompeu meu silêncio.Ele se levantou bruscamente e deu um passo longo para trás, indo para a chuva. - Adeus, minha Viviane.- Espere! - eu disse e corri para o seu lado. O envolvi nos meus braços. Eu toquei os lábios nos dele e ele tremeu o corpo. Eu o amava. Eu precisava dele. Ele não podia só.. ir embora. Aquilo iria me matar. - Adeus. Eu nunca vou esquecer de você. - Ele beijou de novo meus lábios e fastou. Meus joelhos estavam fracos demais. Senti o lugar girar e logo meus joelhos estavam na grama molhada. Meus cilios molhados me proibiam de ver ele com clareza. - Eu te amo, Thomas.
A sombra que era ele nos meus olhos foi desaparecendo pouco a pouco. Como uma cena de filme. Meus cabelos estavam molhados e pregados em minhas bochechas e pescoço. Eu sentia cada gosta d'água encostar em mim. Eu sentia a dor no meu peito. O vazio.
Pouco tempo senti minha cabeça bater na grama e me enrosquei querendo sumir. Ele tinha ido embora.
- Viviane? - ouvi uma voz me chamar.
Abri os olhos e dei de cara com meu garoto de olhos amarelos parado me encarando. Eu pisquei algumas vezes fazendo as gotas sairem dos meus cílios.
- Você está bem? - ele perguntou e me ajudou a me levantar.
Eu não sentia minhas pernas e ele teve que me segurar. Notei que não chovia mais, mas estava nublado. Ele me levou para a varanda e me sentou no banco.
Encarei o lugar. Ele estava ali a pouco tempo e foi embora. Lágrimas começaram a rolar do meu rosto.
- O que você tem, Viviane? - ele perguntou me sacudindo.
- Ele foi embora - eu disse o olhando nos olhos.
Ele deixou os braços cair e me abraçou. Mais lágrimas.
- Ele foi embora, George. Ele me deixou.
- Sh, sh - ele me consolava. - Tudo vai ficar bem.
Bem? Eu não ficaria bem sem o Thomas ao meu lado.
Empurrei o George e ele ficou me encarando sem entender.
- Nada ficará bem! Não sem ele! - eu gritava.
Eu sai de lá e entrei em casa. Subi as escadas olhando todos os degraus. Bati a porta do quarto e me encostei nela. Desci a porta até sentar no chão e mais lágrimas estavam descendo. Nem sei se elas tinham parado de descer a algum estante.
- Ele me deixou - eu disse para mim mesmo.
Abracei meus joelhos e notei o vazio que estava agora.
Lembrei de cada sorriso, cada beijo, cada abraço, cada eu te amo, cada olhar, cada silêncio, cada segundo com ele.
Aquilo estava me matando.
- Ele me deixou - repeti.





/ Agora cabe a cada um imaginar o que vai ser da Viviane sem o Thomas e do Thomas sem a Viviane. MENTIRA! To pensando em escrever a continuação. Mas ainda pensando, nada confirmado.
Eu queria agradecer a TODOS que estão comigo lendo as porcarias que eu escrevo. Queria agradecer a paciência de vocês por me esperarem.
E quem quiser me adicionar no msn:
priscila.n@live.com
Beijos finais para todos e obrigada de novo :*

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Capítulo Vinte e Quatro - Nem tão bem.

Eu esperava ela começar. Mas ela me enviou um olhar quase me suplicando para começar.
- Foi o seguinte: A Viviane foi sequestrada - eu comecei.
Os pais dela deram pulos de susto e as bocas se abriram em pavor.
- Mas por sorte, eu consegui ir atrás da mulher que a sequestrou. Ela a levou para uma casa longe de tudo. E eu tentei negociar, fazer tudo.- Oh, meu anjo! - a sua mãe me interrompeu. - Sinto muito por isso tudo.
Ela a aninhou no peito.
- Ela estava só, mas estava armada. Eu tinha medo que ela machucasse a Viviane, por isso a demora. Eu tive que pensar um pouco antes de ir atrás dela.- Como ela era? - o pai dela me interrompeu.- Loira e.. - O que? Ela não podia dizer. Cocei a garganta a fazendo parar.- Ela fugiu e duvido que esteja no país ainda. Ela tinha condições financeiras. Não sei pra que ela tinha sequestrado a Vivi. Mas então, hoje eu consegui bolar um plano para entrar na casa e pegar a Vivi. Eu entrei na casa e por sorte a arma não estava com ela. Consegui pegar a arma, mas daí ela fugiu em um carro. Um carro grande, tipo uma van. Então eu a trouxe para casa.- Querida - a mãe dela falava com a voz falha.
- Nunca mais deixaremos acontecer isso - o pai dela disse beijando-a na cabeça.- Mas o que aconteceu antes dele entrar, Vivi? - Bruno perguntou.Engoli em seco. Era minha vez de mentir.- Eu tava aqui fora do condomínio. Não sei como ela entrou e saiu. Eu me lembro de estar lendo um livro e depois eu acordei lá fora e ela estava comigo. Então ela chegou perto de mim e eu não me lembro de mais nada. Quando acordei eu tava amarrada em uma cama em um quarto pequeno. Ela ia me ver, mas não falava nada, e ela nunca entrava no quarto. E depois eu ouvi um barulho do lado de fora e o... Roberto entrou no quarto e me trouxe.- Que mulher doida! - a mãe dela disse com a voz elevada. - Vá ligar para a polícia, Bruno. Diga que ela está aqui.
Bruno se levantou e foi para o telefone.
- O quanto eu devo agradecer? - sua mãe me perguntou.- Mas você devia ter ligado para nós, ou para a polícia.- Momentos desesperados. Ninguém pensa.- Mas eu estou a salvo. Nada mais importa do que passou.Todos concordaram, menos eu. Aquilo importava.Depois de algum tempo toda a polícia da cidade estava na casa dela.
Um policial barbudo chegou perto da Viviane pedindo para fazer perguntas. Mas ela disse que queria respondê-las depois.
Eu conversava com um policial alto e magro. Contei toda a mentira com os detalhes inventados.
O pai dela se livrou de todos os policiais e disse que a Vivi precisava de um momento de sossego.
- Acho que eu tenho que ir também - eu disse.
- Você quer que eu chame a Vivi? - a mãe dela perguntou.
- Não precisa. Deixe-a descançar.
- Obrigada de novo,Roberto. Eu não sei quanto agradecer.
- É o mínimo que eu podia ter feito.
Eles me levaram para a porta e antes que eu pudesse dizer o tchau eu vi a Viviane correndo pela escada e vindo me abraçar.
- Obrigada - ela sussurrou.
- Eu te vejo depois, Vivi.
Beijei-a na testa e fui para o carro.
Fui direto para a minha casa. Parecia vazia sem a Amanda, Sophia e Richard. Liguei para eles e em menos de um toque a Amanda atendeu.
- Oi, meu querido - ela disse com certa alegria.
- Eu sinto falta de vocês.
- Pois adivinhe onde nós estamos? No aeroporto de Fortaleza indo para ai. O nosso avião sai chega ai as uma e cinquenta da manhã.
- Estou ancioso para ver vocês.
- Vá descançar, Thomas. Você precisa.
Fui caminhando para o meu quarto e acendendo todas as luzes no caminho.
Entrei em minha cabana e me deitei na cama. Eu estava realmente cansado. Mal fechei os olhos e já estava dormindo. Abri os olhos sentindo o cheiro das flores do jardim. A porta estava aberta e o pouco vento de agosto trazia o cheiro. Levantei e antes de trocar de pé para andar a Amanda estava na minha frente.
- Você não pode ser um pouco mais humana? - eu perguntei.
- Não sou. Como ela está?
- Bem.
- E você?
- Com medo, pra falar a verdade.
- De que? - ela disse me puxando para sentar na cama e se sentou ao meu lado.
- De tudo. Eu estou trazendo perigo para a vida dela. Eu queria me afastar, mas eu a amo tanto.
- Oh, queri...
Ela foi interrompida pelo toque do celular e em menos de um segundo eu estava atendendo ele.
- Thomas?- Era bom se você me chamasse de Roberto.- É o costume.- Você tá bem? - perguntei.- Tô sim.- Dormiu bem?- Só acordei agora.- Fico preocupado contigo ai sozinha.- Eu estou bem, vou ficar bem. Mas eu to com saudade. - Eu ri.- Se eu pudesse estava ai agora. Mas a Sophia, o Richard e a Amanda chegam hoje - menti. Mas eu queria passar um tempo com eles.- Sério? - Aham. E eu tenho que fazer uma recepção boa. Eles passaram por muita coisa esses dias.- Sinto muito por isso.- Não é culpa sua. - É toda minha.- Você pode vir hoje a noite?- Claro, querida.- Tenho que ir agora. To com muita fome.- Certo. Até mais tarde.
Desliguei o telefone e a Amanda me encarava.
- Mentiu né Thomas?
- Eu quero passar um tempo com você.
Ela sorriu.
- Vá tomar um banho e nos vemos na sala.
Acenti com a cabeça e fui para o banho.
Passei a tarde com eles. Conversando sobre como seria nosso futuro agora em diante. Até que chegou a hora de eu ir vê-la.
Me vesti comum e peguei o meu carro. Fui quase voando para o seu condomínio e o segurança parecia demorar com aquela coisa simples. Até que ele abriu o portão e eu fui para a sua casa.
Eu vi ela saindo da casa, linda e sorridente. Eu sai do carro e caminhei ao seu encontro. Apenas olhando para seus olhos lindos.
A mão dela passou por minha nuca encostando nossos lábios. Eu passei a mão em sua cintura e a beijei. Até ouvirmos risadinhas de dentro da sala.
- Minhas amigas estão aqui.
Eu sorri e nós entramos.
- Meninas, Roberto - ela disse normalmente. Os olhos de suas amigas quase cairam e eu sorri. - Essas são Ana e Marianne.
- Prazer - eu disse.
Passamos algum tempo conversando e elas foram embora.
Ficamos só eu e ela na sala. Eu segurava seu rosto com cuidado enquanto olhava para seu rosto. Eu a amava. Mas ela não merecia alguém como eu. Como ela iria viver tendo um namorado vampiro? Eu iria aguentar dar adeus para o amor da minha vida?
Eu a encarei e deixei ela ouvir o silêncio absoluto. Aproximei nosso rostos e a beijei.






/ Eu prometo que não vou demorar e demoro mais DIUSHD Desculpem mesmo gente. Mas aconteceu um imprevisto com minha família e me perdoem. :// Nicole amor, me desculpe mas eu escrevi isso na minha madrugada e você não tava online daí nem deu pra você dar sua revisada.

domingo, 28 de junho de 2009

Capítulo Vinte e Três - Tudo bem

Minha família toda olhava para mim e eu olhava para o Thomas, pedindo ajuda.
- Foi o seguinte: - ele começou. - A Viviane foi sequestrada.
Eu ouvi um suspiro de pavor vindo de todos.
- Mas por sorte, eu consegui ir atrás da mulher que a sequestrou. Ela a levou para uma casa longe de tudo. E eu tentei negociar, fazer tudo.
- Oh, meu anjo! - minha mãe o interrompeu. - Sinto muito por isso tudo.
E me agarrou mais no seu peito.
- Ela estava só, mas estava armada. Eu tinha medo que ela machucasse a Viviane, por isso a demora. Eu tive que pensar um pouco antes de ir atrás dela.
- Como ela era? - meu pai interrompeu.
- Loira e.. - comecei, mas o Thomas coçou a garganta.
- Ela fugiu e duvido que esteja no país ainda. Ela tinha condições financeiras. Não sei pra que ela tinha sequestrado a Vivi. Mas então, hoje eu consegui bolar um plano para entrar na casa e pegar a Vivi. Eu entrei na casa e por sorte a arma não estava com ela. Consegui pegar a arma, mas daí ela fugiu em um carro. Um carro grande, tipo uma van. Então eu a trouxe para casa.
- Querida - minha mãe lamentava.
- Nunca mais deixaremos acontecer isso - meu pai disse beijando minha cabeça.
- Mas o que aconteceu antes dele entrar, Vivi? - meu irmão perguntou.
Engoli em seco. Era minha vez de mentir.
- Eu tava aqui fora do condomínio. Não sei como ela entrou e saiu. Eu me lembro de estar lendo um livro e depois eu acordei lá fora e ela estava comigo. Então ela chegou perto de mim e eu não me lembro de mais nada. Quando acordei eu tava amarrada em uma cama em um quarto pequeno. Ela ia me ver, mas não falava nada, e ela nunca entrava no quarto. E depois eu ouvi um barulho do lado de fora e o - parei para falar Roberto e não Thomas. - Roberto entrou no quarto e me trouxe.
- Que mulher doida! - minha mãe quase gritou.
- Vá ligar para a polícia, Bruno. Diga que ela está aqui.
Bruno levantou-se e foi para o telefone.
- O quanto eu devo agradecer? - minha mãe perguntou pro Thomas.
- Mas você devia ter ligado para nós, ou para a polícia - meu pai retrucou.
- Momentos desesperados. Ninguém pensa.
- Mas eu estou a salvo. Nada mais importa do que passou.
Meus pais concordaram comigo.
Em dez minutos toda a polícia do Juazeiro do Norte estava na frente de minha casa.
- Gostaria que você nos respondesse algumas perguntas. - Um policial barbudo veio para mim.
- Pai? Eu poderia responder isso outro dia? Eu preciso dormir um pouco.
- Claro que sim, querida.
Enquanto meu pai e minha mãe conversavam com os policiais, juntamente com o Thomas, eu subi para meu quarto.
Notei que mesmo dois dias eu estava com uma saudade absurda do meu quarto, minha família, minha vida. Lembrei de minhas amigas. Fui direto pro telefone e fiz uma ligação de três.
- Meninas?
- Viviane! - elas fizeram um coro.
- Que saudade de vocês.
- Quando você voltou? Como...? - Mariane começou a falar.
- Calma. Eu estou bem. Vou contar tudo.
Contei a minha mentira, que agora parecia mesmo a verdade.
- Nossa. Que aventura. - Ana disse quando eu terminei.
- Ana! Ela acabou de ser sequestrada.
- Eu senti falta de vocês.
- A gente vai ai mais tarde. Depois que você descansar - Mariane disse.
- Perfeito.
Desliguei e notei que o barulho no andar de baixo tinha parado. Desci as escadas e vi o Thomas na porta se despedindo de meu pai e minha mãe.
Corri para ele e o abracei.
- Obrigada - sussurrei no ouvido dele.
- Eu te vejo depois, Vivi - ele beijou minha cabeça e foi para o carro.
Acenei e entrei.
Depois de mais alguns abraços de minha mãe e meu pai eu consegui voltar para o quarto.
Peguei um vestido para dormir e fui tomar um banho quente. Um banho depois daqueles dias parecia a melhor coisa do mundo.
Fechei minhas cortinas e fui para minha cama. Mal deitei e meus olhos caíram.
Abri meus olhos e ainda fazia sol, mas eu estava coberta e meu ar condicionado estava ligado. Levantei e olhei para meu quarto. Era realmente muito bom estar de volta.
Eu olhei para o relógio sobre minha mesinha e marcava onze e meia. Não podia ser da noite que o sol estava vindo ainda. Era de manhã? Eu dormi isso tudo?
Corri pro meu banheiro e tomei um banho nas pressas. Vesti um short qualquer jeans e uma blusa branca e calcei minhas havaianas.
Desci as escadas correndo e pulei no sofá.
Peguei o telefone e liguei de novo para a Mariane e a Ana.
- Oi, meninas - eu disse animadamente.
- Nós fomos ai, mas você estava tão fofa dormindo que resolvemos não acordar - Ana disse.
- Tudo bem. Eu acabei de acordar. Por que vocês não vêm para cá?
- Claro. To com saudade de você - Mariane disse.
- Eu também.
- Eu também tô, das duas.
Desliguei e liguei automaticamente para o Thomas. No meio do primeiro toque, ele atendeu.
- Thomas?
- Era bom se você me chamasse de Roberto.
- É o costume.
- Você tá bem? - ele perguntou.
- Tô sim.
- Dormiu bem?
- Só acordei agora.
- Fico preocupado contigo ai sozinha.
- Eu estou bem, vou ficar bem. Mas eu to com saudade. - Ele riu.
- Se eu pudesse estava ai agora. Mas a Sophia, o Richard e a Amanda chegam hoje.
- Sério? - Quase pulei do sofá.
- Aham. E eu tenho que fazer uma recepção boa. Eles passaram por muita coisa esses dias.
- Sinto muito por isso - murmurei.
- Não é culpa sua.
- Você pode vir hoje a noite?
- Claro, querida.
- Tenho que ir agora. To com muita fome.
- Certo. Até mais tarde.
Almocei e fiquei vendo TV até as meninas chegarem.
Quando elas chegaram a gente ficou conversando sobre meu suposto sequestro e como elas ficaram com tudo isso. E depois fomos para assuntos mais alegres.
- O seu namorado lhe salvou, né? - Ana disse dando ênfase no namorado.
- Como você tem um namorado e não diz pra gente? - Mariane perguntou.
- Desculpem, queridas. Eu não sabia que ele era meu namorado até o sequestro.
- Mas conta dele - Ana disse.
- Ele é bonito. Muito bonito.
- Como é o nome dele? - Mariane perguntou.
- Th.. Roberto. Ele tem vinte anos e o pai dele é muito rico.
Elas riram do rico e começaram a falar sobre os ex-namorados delas. O interfone tocou e eu fui atender.
- Oi.
- Roberto.
- Deixa entrar - eu disse.
Voltei pra sala e disse para as meninas que ele tava chegando. Elas ficaram na sala esperando e eu fui abrir a porta, já estava escurecendo. O tempo passa rápido com elas. O carro dele estava parado e ele saiu dele.
Ele estava lindo, como sempre. Vestia uma calça jeans preta e uma blusa branca de botões. Ele era o exemplo de beleza para mim.
Eu passei minha mão na nuca dele e trouxe seu rosto para eu beijar. Ele passou a mão na minha cintura e nós nos beijamos até eu ouvir risadinhas de dentro da sala.
- Minhas amigas estão aqui - eu disse.
Thomas sorriu e entrou comigo.
- Meninas, Roberto - elas disseram oi com os olhos arregalados. - Essa é a Ana e a Marianne - apontei cada uma.
- Prazer - ele disse e deu um meio sorriso maravilhoso.
Bom, depois de meia hora de conversa elas ficaram normais e começaram a conversar. Eles se deram bem. E era tudo o que eu queria. Minhas melhores amigas e meu namorado se dando bem.
Depois elas foram e ficou apenas eu e o Thomas na sala.
Ele acariciava meu rosto com as costas das mãos e observava cada parte do meu rosto. Eu sorria de pensar como uma coisa tão boba pudesse me fazer sentir completa. Ele me olhou nos olhos e eu deixei de ouvir o pouco barulho que eu ouvia. Ele aproximou nossos rostos até eu sentir a sua respiração, fechei os olhos ao sentir os lábios dele nos meus. Estava tudo bem agora.

/ Gente, desculpem pela demora. Desculpem mesmo. Mas ai está o 23. E logo virá o 24 e o final (?). Eu ainda não li nada de ninguém por a falta de tempo, mas vou logo ler. Beijo para todo mundo que teve paciência(muita) de esperar :*

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Aviso!

Oi pessoas bonitas que leem minha história. Assim, eu queria muuito ter algo para postar hoje, mas como sou uma descançada não tenho nada. E quero dizer que eu só vou poder voltar a escrever depois do dia 19/06, por causa de minhas provas e eu preciso me sair bem. E talvez eu poste no final de semana começando no dia 19, vou tentar apenas ok, porquê tem o São João maravilhoso de minha escola.
Queria pedir para entrarem (quem ainda não entrou) na comunidade: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=85976513


Não vão esquecer de mim ok? Estarei de volta e saibam que eu NUNCA esqueço disso.
Beeijo bem grande pra vocês :*

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Capítulo Vinte e Dois - Volta para casa

Eu dei meu máximo para correr o suficiente para passar pelo resto do país e um pouco do oceano que me separava dela. Fiz de tudo para não ser visto por ninguém também. Eu não queria mais uma confusão por perto.
Chegando lá, peguei um táxi. Eu corria menos riscos chegando no aeroporto com uma mala de táxi, apesar de minha cor no sol me entregar. Eu devia estar bem longe do aeroporto, por que a viagem demorou mais ou menos uma hora.
Estava lotado de gente e minha busca estava me agoniando. Eu a escutava, mas de longe e muito baixo para seguir o som.
Lembrei do celular que a Sophia deixava na bolsa e fuga de emergência. Sabia que aquela bolsa seria útil um dia. Peguei meu celular e procurei o número na agenda, que sempre estivera ali.
- Thomas? - Suspirei de alívio por ouvir a voz dela.
- Onde você está, querida?
- Sentada em um banco.
Me virei para onde teria um banco, e a vi. Foi como nos filmes, todo mundo se afastou e eu a vi.
- Estou lhe vendo - disse.
Andei para ela, com o som do coração dela ficando mais claro a cada passo que eu dava. Ela estava em pé olhando para todos os lados.
Quando cheguei bem próximo dela e ela virou-se para onde meu corpo estava. Ouvi o coração dela acelerar e dei um sorriso sem esforços. Era tão bom escutar o coração dela tão de perto.
Ela me olhou nos olhos e eu não me importei em fazer silêncio para ela, e ela sorriu. Parecia gostar disso. De repente o sorriso dela sumiu e ela baixou a cabeça.
Eu queria poder saber o que passava na mente dela, como os vampiros sabem uns dos outros. Me abaixei um pouco para que ela visse meu rosto e ela sorriu novamente.
Coloquei minha mão na sua cintura e aproximei meu rosto do dela, sentindo seu cheiro agradável e escutando seu coração acelerar freneticamente.
Ela fechou os olhos e eu me aproximei mais, encostando meus lábios nos dela. Ela passou seu braço pela minha nuca, mas logo se afastou. Ela ficou por alguns segundos respirando forçadamente olhando para o chão e eu ouvi seu coração desacelerar.
- Pronta para ir?
- Pronta - ela disse.
Eu peguei a mala que ela carregava roupas, provavelmente minhas, junto com a minha mala com coisas de urgência. Usei minha mão livre e peguei a mão dela. Caminhei o tempo todo olhando para ela, aproveitando cada parte do tempo que eu teria com ela. Chegamos à empresa, a única, que ia para o Juazeiro e uma moça me sorriu educadamente oferecendo ajuda.
- Duas para Juazeiro.
- O primeiro vôo é daqui a duas horas.
Olhei para minha Viviane que olhava para mim com olheiras abaixo dos olhos azuis. Eu poderia levá-la para lá em menos de duas horas, mas isso a cansaria, e provavelmente eu ficaria menos tempo com ela.
- Duas, por favor - repeti o pedido.
A moça assentiu com a cabeça e pediu nossos nomes e eu paguei com o cartão que eu levava na bolsa.
Depois que as passagens estavam compradas eu ouvi a barriga da Viviane roncar e então a levei para a praça de alimentação para comer. Ela olhou vários restaurantes que vários humanos iriam gostar. Mas ela fazia careta para todos.
Ela entrou no McDonalds e tudo parecia muito prejudicial a saúde.
- Isso não vai lhe fazer mal? - Perguntei tentando fazê-la desistir.
- Quero isso.
Quase vi um biquinho se formar no seu lábio inferior.
Ela saiu para o balcão e eu segui para as mesas. Sentei em uma mesa no canto da lanchonete e ela veio com uma bandeja cheia de comida.
A observei comer em silêncio, ela mal me notara enquanto comia.
- Temos uma hora e alguns minutos de sobra. - Disse quando ela acabou de comer.
- Que tal conversarmos sobre a desculpa que devo dar a minha mãe por passar.. er... alguns dias fora.
- Dois. - A corrigi.
Bom, mas pensar na desculpa. Vampiros está fora de cogitação. Dizer que ela esteve fora do país pior ainda. Não sei como ela voltou para o Brasil, mas isso não pode me ocupar agora.
- Vamos dizer a verdade. - Ela arregalou os olhos. - Vamos dizer que você foi sequestrada por uma mulher. Eu a achei depois de um dia procurando. Ela fugiu e pronto. Nada de dizer fora do país. Ou sobre quem eu.. sou.
- Parece bom. E toda minha família vai lhe idolatrar. - Eu ri.- Esse é um dos motivos da história.- Mas e quanto a minha roupa? Eu não devia estar vestindo a mesma?- Diz que ela mandou você trocar. O que ela fez.- Verdade - ela concordou.
Mexi na bolsa procurando a chave do carro que estaria no Juazeiro. E meu celular que assim que eu a deixasse segura, eu ligaria para minha família. Mas aqueles panos todos estavam atrapalhando minha procura.
Levantei minha cabeça e a vi com os olhos fixos em mim, mas com a mente bem longe dali.
- Vamos? - Ousei interromper.
Ela apenas assentiu com a cabeça e seguimos para um banco de mãos dadas.
Sentamos no banco e eu botei a bolsa nos meus joelhos, e voltei a procurar, entre os retalhos e blusas minhas, meu celular e a chave. Encontrei uma mini bolsa branca. A abri e lá estava as chaves e um papel dobrado.
Olhei para a Viviane, mas ela parecia entretida com as outras pessoas.
No papel dizia:
"Nós te amamos. Estaremos logo com você. A."
Sorri para mim mesmo. Dobrei o papel e botei no bolso, junto com a chave e voltei a procurar o celular que eu tinha jogado na bolsa antes de sair de Oxnard. Ele pegaria no Juazeiro, ao contrário do que eu carregava no bolso.
Encontrei ele e botei no bolso, tirando o que estava lá e jogando na bolsa.
- Está na hora do avião - falei olhando para o relógio. - Vamos?
Ela fez que sim com a cabeça e seguimos para a sala de embarque.
A viagem foi silenciosa, apenas sentido o calor do corpo um do outro. Eu não tirava as mãos das dela por nada.
O aeroporto de Juazeiro do Norte podia ser definido como formigueiro. Muita gente, pouco espaço. Pegamos as malas e seguimos para o estacionamento, maior que a parte interna do aeroporto.
Meu carro estava parado lá. Desativei o alarme e a Viviane fez uma careta olhando para ele.
- Deixou o carro aqui?- Eu não pretendia lhe abandonar - respondi. Isso já estava estampado na minha testa, não?
Ela sorriu e eu abri a porta de passageiro para ela.
Viviane se encostou no carro e passou a mão no meu pescoço, fazendo eu sorrir por dentro. Ela deslizou a mão para minha nuca e eu aproximei nossos rostos. Encostei meus lábios nos dela e eu pude ouvir apenas o seu coração. Nos beijamos até ela afastar o rosto do meu e respirar fundo algumas vezes. Mas eu segurei o rosto dela no meu, apenas escutando sua respiração.
- Eu amo você - ela disse.
- Eu também amo você.
Beijei sua testa e ela entrou no carro.
Coloquei as malas no porta malas e entrei no carro.
Eu sabia o caminho, não era difícil aprender a andar naquela cidadezinha. Eu vi a Viviane arrancando as próprias mãos com as unhas algumas vezes durante a viagem.
- Seus pais e a Amanda vão voltar para cá? - ela perguntou, livrando as palmas das mãos das unhas.- Espero que sim. Gostaria de viver com vocês quatro.- Eles gostam de mim, né?
Ela fez uma careta esperando a resposta.- Claro que gostam. Principalmente o Richard.- Não parece.- Ele entende o que eu sinto por você mais do que ninguém.- Quer dizer que ele e a Sophia... - Assenti com a cabeça antes do resto da pergunta.- E a Amanda ainda falta.- Eu adoro ela. Ela parece tão... - ela fazia uma cara pensativa pro nada. - única.- Amanda é especial. Ela é uma criança, apenas quer ajudar a todos. - Houve silêncio. - Queria um dia conhecer sua família e poder falar de todos.- Meu pai é protetor. Ele tem um jeito de querer esconder todo o amor que sente, mas a gente sempre nota. E ele é um completo louco por minha mãe. Pra ele só existe uma mulher no mundo: minha mãe. Minha mãe é... perfeita! Ela parece ser aquelas chatas, sabe? Mas ela é a melhor pessoa que eu conheci. Ela tem essa maneira de saber o que você quer, pensa. Meu irmão é uma criança. Ele sempre tenta esconder as coisas, mas nunca dá certo. Ele é lindo e legal. Ele tem bons amigos e é um bom amigo.- Parece uma família e tanto. Mas e quanto a seus amigos?- Bom. A Ana é tão absurda. Ela tem os olhos cor de mel e cabelos como um anjo, mas não parece nada como um anjo, sabe? Mariane é o tipo de pessoa que lhe conquista com as palavras. Ela com certeza seria uma boa escritora e namorada. De bons amigos eu só tenho elas.- E quanto a um menino da sua escola? Amanda me contou.
E a propósito, não gosto de dividir você com ele- Ah. O George. Ele é tão legal e tem uns olhos lindos.- Hã? - O ciúme tinha tomado cada veia minha agora.- Não chegam nem perto dos seus, querido. - Ela sorriu. - Ele é bem legal e talvez eu vá ser muito amiga dele.- Que bom, querida. - Consegui manter minha voz firme, apesar do ciúme.
Parei com o carro na frente do condomínio conhecido. Abaixei o vidro e a Viviane se esticou por cima de mim.
- Deixe-me entrar, por favor. - Viviane me pareceu convincente com o tom de voz.
O porteiro abriu o portão com os olhos assustados para o carro.
- Boa atriz - eu disse assim que fechei o vidro.
- Acabei de ser sequestrada.
E lá estávamos nós.
Na casa de porta azul que parecia tão feliz em todos os dias, menos hoje.
Parei o carro e vi a mãe da Viviane sair da porta azul, com os olhos no carro.
- Fique aqui - eu disse e sai do carro.
Acompanhei ela até a porta da Viviane, onde eu abri a porta e ela caiu de joelhos na rua de pedra dali. Envolveu os braços na filha e ela a abraçou também. Eu ouvia lágrimas e elas não se soltavam.
Elas afastaram um pouco o rosto e eu vi um sorriso mal feito se formar no rosto da Viviane e a mãe dela a abraçou de novo.
- Querida, você está bem? - a mãe dela perguntou para ela e ela apenas fez que sim com a cabeça.
Um menino chegou do lado do carro, parecia ser irmão dela. Não tirava os olhos dela também.
- Me tire daqui, sim? - Viviane me pediu e eu passei meus braços por ela, tirando-a.
Ela parou na frente do menino e eles se abraçaram fortemente, mesmo eu a segurando.
- Que saudade - ele disse.
Viviane se esticou para o lado e viu um carro. Um homem desceu de lá e ela me soltou, caindo nos braços dele.
- O que houve querida? - Ele perguntou a abraçando.
- Vamos lá para dentro.
Ele a segurou como eu fiz e virou com ela em direção a casa.
Viviane virou-se para trás e me chamou com a mão. A segui.
Todos sentaram no sofá e eu fiquei em pé.
- Sente-se, por favor - a mãe dela falou para mim.
- Então... O que houve? - o pai dela repetiu a pergunta.

Depois de, er, algum tempo. Mas postei. Só quero dividir isso com você, porquê tô muito muito feliz, ok: Sábado é meu show de mcfly *-*. Beijos para todo mundo :*

domingo, 3 de maio de 2009

Capítulo Vinte e Um - Reencontro

Eu aproveitei as horas que eu tinha voado para botar meus pensamentos no lugar. Não que desse muito certo. O ronco do senhor ao meu lado não me deixava dormir e a incerteza de Thomas estar em Fortaleza me consumia. A aeromoça me perguntou se eu estava bem em três línguas diferentes, até chegar ao inglês de novo. Respondi que sim e agradeci. Desde então ela não tirou os olhos de mim nem um segundo.
Resolvi me acalmar então. Pensar nos meus pais me acalmaria, ou não. Eles não me deixariam sozinhos sem ter uma desculpa a dar pelo dia, ou dois, que passei longe. Lembrar da mentira que eu teria que bolar me fez arranhar a palma de minhas mãos de nervosismo.
- Você já andou de avião? - Uma senhora ao meu lado me perguntou em português. Assenti. Ela sorriu e voltou a se encostar na cadeira.
Encostei-me também e fechei os olhos. Eu sabia como me preocupar com as coisas antes do tempo, o ruim era tirar as preocupações da cabeça.
Depois de algumas longas horas a aeromoça anunciou nossa chegada em inglês e depois em português. A luz de apertar os cintos acendeu e eu coloquei-os depressa. O avião baixou e eu, enfim, sai em um lugar que conhecia.
Arrastei minha bolsa grande e a pequena botei nos braços. Encostei a bolsa grande nos bancos e me sentei lá. Abri a bolsa pequena e tinha uma carteira de couro marrom. A abri e estava repleta de dinheiro. A fechei depressa, eu já estava no Brasil afinal de contas. O celular estava desligado e o liguei.
Ele começou a tocar segundos depois de ligado. Era o número que eu conhecia.
- Thomas? - Falei sem fôlego. Ouvi um suspiro dele e eu sorri.
- Onde você está, querida?
- Sentada em um banco.
- Estou lhe vendo. - Ele disse e eu me levantei.
Passei a vista por o meio das pessoas na minha frente, levantei os pés e nada. Olhei para trás de mim e fiz o mesmo, e nada. Virei-me para frente e o vi a dez centímetros de mim. Meu coração acelerou covardemente e eu vi o sorriso perfeito dele na minha frente.
Os olhos dele traziam um azul claro, como um céu sem nuvens. O barulho perturbador do local parou e eu sorri para ele.
Agora éramos apenas nós, sem loiras loucas ou vampiros.
Lembrei de que ele era um vampiro agora. Baixei a cabeça tentando consertar meus pensamentos.
Eu poderia me sentir apaixonada com alguém que não se encaixava na realidade? Ele olhou nos meus olhos e eu esqueci de tudo no momento. Sim, eu poderia me apaixonar por ele.
Sorri o mesmo sorriso que tinha se desfeito do meu rosto. Senti a mão dele na minha cintura e seu rosto se aproximou do meu. Meu coração acelerou novamente.
Eu fechei os olhos e senti a respiração dele na minha pele. Tentei igualar minha respiração à dele, mas parecia impossível.
Ele encostou seus lábios nos meus e, se suas mãos não estivessem em mim, eu cairia. Nos beijamos, não como antes, mas com um amor que agora nós dois sabíamos que éramos retribuídos. Consegui botar minha mão sobre sua nuca.
Soltei meu rosto do dele pela falta de ar. Baixei a cabeça tentando fazer meu coração bater normalmente.
- Pronta para ir? - Ele perguntou.
- Pronta.
Ele pegou minha mala e a carregou junto com a dele de mão, levei minha bolsa pequena em um braço. Demos as mãos e atravessamos o aeroporto até chegar à empresa aérea que ia para Juazeiro.
Uma moça atrás da bancada sorriu para nós educadamente.
- Duas para Juazeiro. - Ele disse.
- O primeiro vôo é daqui a duas horas.
Thomas olhou para mim e depois para moça.
- Duas, por favor. - Ele repetiu.
Demorou um tempo até que a moça nos entregasse as passagens.
Com as passagens compradas nós fomos atrás de um restaurante no aeroporto. Notei agora que minha barriga roncava. Nada estava no meu agrado, até achar um McDonalds. Nada melhor que uma boa cota de gordura depois de passar dois dias sem comer.
- Isso não vai lhe fazer mal? - Thomas perguntou quando a gente entrava no McDonalds.
- Quero isso. - Fiz de teimosa.
Fui para o balcão e pedi. Paguei com o dinheiro da bolsa que Sophia havia me entregado.
Sai com minha bandeja para a mesa onde o Thomas estava sentado e as bolsas aos pés. Sentei-me e devorei meu Cheedar enquanto ele fazia caretas olhando para meu sanduíche delicioso.
- Temos uma hora e alguns minutos de sobra. - Ele disse quando eu acabei de comer.
- Que tal conversarmos sobre a desculpa que devo dar a minha mãe por passar.. er... alguns dias fora.
- Dois. - Ele ficou em silêncio e encarou o nada, parecendo pensar. - Vamos dizer a verdade. - Arregalei os olhos. - Vamos dizer que você foi sequestrada por uma mulher. Eu a achei depois de um dia procurando. Ela fugiu e pronto. Nada de dizer fora do país. Ou sobre quem eu.. sou.
- Parece bom. E toda minha família vai lhe idolatrar. - Ele riu.
- Esse é um dos motivos da história.
- Mas e quanto a minha roupa? Eu não devia estar vestindo a mesma?
- Diz que ela mandou você trocar. O que ela fez.
- Verdade.
Com minha história pronta eu me senti mais tranquila. Um pouco. Eu ainda tinha um frio na barriga que não dava para explicar por que. Talvez por querer gritar de medo, mas meu coração não deixava eu me afastar do Thomas.
Ele mexia em algumas coisas dentro da bolsa dele enquanto eu o observava.
Toda vez que eu o olhava ele estava mais lindo. Talvez a beleza dele estivesse relacionada ao que ele é. Todos os vampiros que eu havia visto esses dias eram maravilhosamente lindos.
- Vamos? - Ele interrompeu minhas lembranças dos vampiros. Assenti com a cabeça e seguimos de mãos dadas para um banco vazio.
Ele voltou a mexer na bolsa. Me distrai com as outras pessoas, para tirar minha cabeça dele. Passou um grupo de quatro meninas, todas olhavam para o Thomas. Será que se elas soubessem que ele é um vampiro continuariam olhando para ele e fazendo comentários sobre sua beleza? Elas sentariam ao lado dele sabendo disso? Elas o amariam mesmo sabendo de toda a verdade? Duvidava que sim.
Ouvi a bolsa sendo jogada no chão e pulei de susto. Ele passou o braço no meu ombro e eu segurei a mão dele no meu ombro. Ficamos o resto que faltava de tempo ali, sem dizer uma palavra. Apenas aproveitando a presença um do outro, e eu mais ainda. Sabia que quando minha mãe soubesse do meu suposto sequestro eu ficaria em casa e quando fosse sair seria com ela ou o papai. Mas por o Thomas ter, supostamente, me salvo, eles iriam o idolatrar.
Minha mente agora foi para 600 quilômetros dali. Meus pais sempre eram tão atenciosos comigo, sempre tão amáveis, tão amados. Meu irmão, tão lindo e eu o amava tanto. Minhas melhores amigas, que sempre me davam atenção demais comparada a minha com elas. Eu os amava tanto, e eu nunca me perdoaria se qualquer coisa acontecesse com eles por um dos vampiros. E sem esquecer do meu novo amigo, que ele com certeza seria um grande amigo.
- Está na hora do avião. Vamos?
Assenti com a cabeça e nós fomos para a sala de embarque.
A viagem foi igualmente silenciosa, mas boa.
O aeroporto de minha cidade era minúsculo comparado com o de Fortaleza e principalmente o de Los Angeles, mas estava cheio de gente. Pegamos as malas e fomos para o estacionamento, onde o carro preto dele estava na frente da porta.
- Deixou o carro aqui? - Perguntei.
- Eu não pretendia lhe abandonar.
Eu sorri para ele e ele abriu a porta do passageiro pra mim.
Passei a mão no seu pescoço e depois na sua nuca. Ele aproximou nossos rostos e encostou os lábios nos meus. Nos beijamos por um bom tempo, até meu ar acabar totalmente.
Ele encostou nossos rostos enquanto eu tentava ajeitar minha respiração desregular.
- Eu amo você. - Eu sussurrei.
- Eu também amo você.
Ele beijou minha testa e eu entrei no carro.
O caminho conhecido para minha casa estava me dando náuseas.
- Seus pais e a Amanda vão voltar para cá?
- Espero que sim. Gostaria de viver com vocês quatro.
- Eles gostam de mim, né?
- Claro que gostam. Principalmente o Richard.
- Não parece.
- Ele entende o que eu sinto por você mais do que ninguém.
- Quer dizer que ele e a Sophia... - Não terminei a pergunta e ele assentiu com a cabeça.
- E a Amanda ainda falta.
- Eu adoro ela. Ela parece tão... - tinha alguma palavra para descrevê-la? - única.
- Amanda é especial. Ela é uma criança, apenas quer ajudar a todos. - Houve silêncio. - Queria um dia conhecer sua família e poder falar de todos.
- Meu pai é protetor. Ele tem um jeito de querer esconder todo o amor que sente, mas a gente sempre nota. E ele é um completo louco por minha mãe. Pra ele só existe uma mulher no mundo: minha mãe. Minha mãe é... perfeita! Ela parece ser aquelas chatas, sabe? Mas ela é a melhor pessoa que eu conheci. Ela tem essa maneira de saber o que você quer, pensa. Meu irmão é uma criança. Ele sempre tenta esconder as coisas, mas nunca dá certo. Ele é lindo e legal. Ele tem bons amigos e é um bom amigo.
- Parece uma família e tanto. Mas e quanto à seus amigos?
- Bom. A Ana é tão absurda. Ela tem os olhos cor de mel e cabelos como um anjo, mas não parece nada como um anjo, sabe? Mariane é o tipo de pessoa que lhe conquista com as palavras. Ela com certeza seria uma boa escritora e namorada. De bons amigos eu só tenho elas.
- E quanto a um menino da sua escola? Amanda me contou.
- Ah. O George. Ele é tão legal e tem uns olhos lindos.
- Hã? - Thomas abriu a boca em sinal de indignação.
- Não chegam nem perto dos seus, querido. - Ele sorriu. - Ele é bem legal e talvez eu vá ser muito amiga dele.
- Que bom, querida.
Nosso caminho tinha acabado e agora estávamos na frente do meu condomínio. Thomas baixou o vidro e eu me estiquei pra falar com o porteiro.
- Deixe-me entrar, por favor. - Falei com voz de cansaço e ele abriu o portão depois de abrir os olhos surpresos.
Thomas subiu o vidro e entramos no condomínio.
- Boa atriz.
- Acabei de ser sequestrada.
Minha casa parecia a mesma. As paredes continuavam em um branco perfeito com as janelas de vidro e suas cortinhas claras. A porta azul ainda tinha o mesmo tom de azul. Paramos o carro e vi minha mãe abrindo a porta da frente.
- Fique ai. - Thomas disse saindo do carro.
Ele e minha mãe passaram pelo carro para meu banco. Fiz cara de triste e abatida, afinal eu acabara de ser sequestrada. Thomas abriu a porta e minha mãe se ajoelhou perto de mim, envolvendo os braços em minha volta. Botei meus braços nela. Que saudade que eu tinha dela. Eu não sabia o que aconteceria a ela se eu não voltasse. Os olhos dela estavam vermelhos, juntamente com seu nariz. Eu fiz o máximo para sorrir um sorriso abatido pra ela. Creio que funcionou, pois ela voltou a me abraçar.
- Querida, você está bem? - Assenti com a cabeça e vi meu irmão chegando.
- Me tire daqui, sim? - Pedi para o Thomas e ele me ajudou a sair do carro.
Passei um braço no pescoço dele, como se precisasse de ajuda até para andar. Paramos na frente do Bruno e ele me abraçou apertado. Usei minha mão livre para abraçá-lo.
- Que saudade. - Ele disse.
Ouvi um carro parando na nossa frente e estiquei o pescoço para ver. Meu pai estava descendo do carro, deixando a porta aberta.
Ele chegou perto de mim e eu soltei o braço do Thomas e cai em seus braços. Ele me abraçou, me segurando, pois eu botava meu peso nas pernas.
- O que houve querida? - Ele perguntou.
- Vamos lá para dentro.
Ele passou meu braço pelo seu pescoço, como o Thomas. Usei meu braço livre para chamar o Thomas para entrar com a gente.
Meu pai me botou no sofá e minha mãe sentou ao meu lado, botando minha cabeça no seu ombro e me dando toda a atenção. Meu pai sentou do outro lado e o Bruno sentou ao lado da mamãe.
- Sente-se, por favor. - Minha mãe falou e o Thomas sentou no outro sofá.
- Então.. O que houve? - Meu pai repetiu a pergunta.

GEEENTE, que saudade KK Mas eu voltei ok? Com esse capítulo eu descobri que vai demorar um pouquinho mais para acabar, mas não muito ok? :D Bom gente, espero que goste do meu capítulo depois de quase um mês. Superbeijo :*

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Capítulo Vinte - Acabou de Verdade

Maddie sorria para a gente. Olhei nos olhos dela, fazendo ela ouvir apenas o que eu queria. Deixei silêncio absoluto enquanto eu pensava nas possibilidades de sair dali. Escada era longe, janela não dava para quebrar ela sem a Viviane se machucar. Amanda, Sophie e Richard, mas eles com certeza não estavam sós. Ela com certeza trazia homens e mais homens para protegê-la. Senti a mão da Viviane nas minhas costas e continuei com meus planos. Maddie se levantou e foi em direção da Viviane. Me virei para frente com ela, levando a Viviane junto as minhas costas. Maddie riu baixo e deu um passo de ameaça para mim, mas eu não me mexi.
- Maddie, por favor. Deixe-a ir. Ela não fez nada. - Supliquei.- Você não vê? Eu não a quero. Ela é só um meio para chegar perto de você. - Mas ela não teve culpa em nada disso, ela nem sabe o que está acontecendo aqui. Ela não merece estar aqui. - Eu sei. Mas isso não é totalmente culpa minha, é? - Balancei a cabeça que não.
- Eu não estou entendendo nada. - Viviane disse em um tom baixo.- Você devia explicar para ela, Thomas. Talvez não tenha outra chance.
- Eu nasci aqui em Oxnard no ano de 1890. Minha mãe era costureira de nobres que moravam em casarões daqui e meu pai era pintor. Eu não era rico, nem pobre. Eu vivia definitivamente bem. Até que meu pai entrou em uma briga com alguns arruaceiros que apedrejaram a loja de minha mãe. Em uma noite quando eu tinha 13 anos, em 1903, eles invadiram minha casa, e levaram meus pais. Eu estava em baixo da escada e não sai dali até o outro dia quando a polícia entrou na minha casa. Eles me levaram para a delegacia e eu passei o dia inteiro lá. Eles iam me levar para um orfanato, mas eu não queria isso. Eu fugi da delegacia, e como eu conhecia todas as montanhas daqui, fui para a South Mountain. Eu passei dias morando em sombras de árvores e me alimentando de frutos. Eu sempre caminhava pela manhã, para encontrar outro lugar para passar alguns outros dias. Quando achei uma casa, branca, com janelas e portas de ferro. Eu nunca tinha visto ela, e ela não estava perto de nenhuma das trilhas. Eu pensei estar abandonada e deitei sobre a escadaria e adormeci. Quando acordei eu estava em um quarto bem arrumado. Eu pensei que estava no orfanato e comecei a gritar e chorar. Uma mulher, a mais linda que eu já vi, entrou no meu quarto e me mandou fazer silêncio, que eu não estava no orfanato, e que eles iriam apenas me ajudar. A Sophia me ajudou a superar a morte dos meus pais, se isso foi possível. Depois de um mês eu conheci o Richard e ele me explicou tudo. Eles eram vampiros. Eu tive medo no início, mas a Sophia me tranquilizou. Eu soube que eles não iriam me machucar. Depois de um mês convivendo com os vampiros comendo ainda apenas os frutos por eles não poderem aparecer na cidade sem nunca terem sido vistos, e eu menos ainda. Richard me perguntou se eu queria me tornar um deles, mas seria para sempre. Eu não poderia me tornar humano de novo. Eu aceitei. Richard e a Sophia me explicaram os perigos que seria me transformar comigo daquela idade, mas eu aceitei por não aguentar mais comer frutos. Eles me transformaram e eu descobri tudo que vampiros podiam e não podiam fazer. Descobri que os vampiros não se alimentavam mais de humanos – alguns – e que tinha essa bebida que os japoneses fizeram que contém algo que matam nossa sede."Nós podemos mudar nossos metabolismo da idade. Eu posso ficar mais velho em questão de horas. Eu me adiantei apenas dois anos, ficando com 15. Passei cinco anos com 15 anos. Depois mudei novamente para 18 anos. Nesse meio tempo, nossa família recebeu a Amanda, vinda da Dakota do Norte. Ela era uma vampira também e estava apenas de passagem quando me viu correndo pelas montanhas. Ela me parou. Ela nesse tempo tinha 8 anos, e aumentou seu metabolismo para 19, e isso foi um erro. Ela me disse que ainda se alimentava de humanos, mas nem sempre conseguia pegá-los por ser muito jovem. A levei para casa e a Sophia e o Richard a receberam de braços abertos. Mais dois anos depois nós conhecemos outra família de vampiros. Ela se mudou para o outro lado da South Montain. Nós fomos nos apresentar para não ocorrer conflitos. Eles bebiam a bebida japonesa também. Eram quatro. Rebecca, Marissa, Daniel e Jean. Eles disseram que queriam se manter em um lugar para não precisar se mudar tanto. Mas eles disseram que havia um quinto membro na família deles, a Maddie. Disseram que ela chegaria dias depois e nos chamariam para apresentá-la. Como dito, eles marcaram uma noite para visitá-los. A Sophia e o Richard foram na frente e eu esperei a Amanda terminar de se arrumar. Quando chegamos lá a Marissa nos recebeu e fomos conhecer a Maddie. Eu lembro quando a Amanda a viu, e viu que ela sentiria aquilo por mim. Eu a vi. Ela era linda. Os cabelos dourados faziam cachos nas pontas e ela vestia um vestido xadrez azul. Mas os olhos dela eram, naquele tempo, um mel derretido e bonito. Nos apresentamos e dias depois nós começamos a namorar. Passamos muito tempo namorando, tempo para se noivar e casar, coisas de humano. Nós estávamos decididos a adotar uma criança e quando ela fosse mais velha ela se tornaria vampiro. Mas quando nós marcamos a data do nosso casamento a Amanda disse que queria conversar algo comigo. Ela me disse tudo sobre o que a Maddie sentia por mim. Eu a levei para nossa casa, a que você estava mais cedo, e conversamos sobre isso. Quando eu contei que não sentia isso por ela, ela enlouqueceu e fugiu. Como eu a amava, de um jeito comum, eu esperei ela por algum tempo. Mudamo-nos para o Juazeiro querendo viver algo novo e poder sair de casa. Nós trabalharíamos e a Amanda iria estudar, somente pela noite. Mas vi você naquele cinema. E eu senti o que a Maddie sentia por mim. Eu a amei assim que botei os olhos em você. Eu tive medo de você não sentir nada por mim, por eu não ter sentido pela Maddie. Mas então nós começamos a namorar. Quantos avisos sobre a Maddie eu escutei da minha família quando namorei com você? Mas eu queria tentar e conseguir viver com você. Eu não contei nada disso para você com medo de perdê-la. Mas você disse que viu a Maddie no seu banheiro e eu fiquei com medo e vim para Oxnard e deixe você sozinha. "Se eu não tivesse fugido você estaria em casa agora." "Ela soltou-se dos meus braços e a Maddie sentou novamente na poltrona. Virei-me para minha Viviane de cabeça baixa. Ela esticou a cabeça abaixo da minha e deu um meio sorriso para mim. Ela não merecia mesmo estar ali. Ela não sabia nada do que estava prestes a acontecer.
O rosto dela era vazio. Ela tinha os olhos nos meus, mas garanto que ela não estava olhando para mim. Parecia que a cabeça dela estava a milhões de distância de mim. Fora as milhões de sensações que ela devia estar sentindo nesse minuto.
Maddie se levantou de vez e parou do lado dela. Talvez confundindo os pensamentos dela. Viviane trocava o rosto do meu pro dela a cada segundo. A respiração dela estava irregular e o coração parecia que ia sair do corpo. Maddie voltou lentamente para a poltrona enquanto a Viviane apenas me olhava com olhos vazios.
Abracei ela sem querer saber o que aquilo reagiria nela. Fiquei inalando o cheiro do seu cabelo e ouvindo o seu coração cantar para mim.
- Eu te amo. - Ela sussurrou e eu não consegui deixar de sorrir. A apertei no abraço, mas soltei quando senti a respiração dela diminuir.
- Eu te amo. - Eu disse com o rosto dela entre minhas mãos. Ela sorriu e eu sorri de volta.
Eu consiguiria sorrir para ela mesmo que o mundo acabasse.
Maddie limpou a garganta e viramos para ela. Ela estava em pé ao nosso lado.
- Chega de filminho de romance agora, certo?
Eu ia abrir a boca para falar, mas fui interrompido pelo barulho de minha janela se quebrando em milhões de pedaços. Me virei para lá e vi dois vampiros com os olhos escuros olhando para nós. Suas narinas inflaram quando sentiram o cheiro do sangue da Viviane. O coração dela acelerou e eles respiraram fundo, sentido o cheiro que vinha dela. Eles deram um passo à frente e eu um para trás, levando Viviane comigo. Senti que ela ia cair e a apertei contra meu corpo. Eles sorriam desde o começo e passaram por cima de minha cama ficando ao lado da Maddie. Eles olhavam para mim e para a Viviane. O coração da Viviane ainda palpitava e eles ainda sentiam o cheiro dela.
Entrei em desespero. Eu precisava tirá-la dali. Queria ir para cima deles, mas não dava para deixar a Viviane só enquanto um dos vampiros estava à solta. Fiquei olhando os três, me ameaçando apenas com os olhos.
Senti os braços da Viviane passando pela minha cintura. Olhei para ela. Tão linda, tão vulnerável, tão humana. Eu a amava mais que tudo. Queria sumir daquele lugar agora com ela. Maddie começou a bater palmas.
- Vocês dois estão me surpreendendo cada vez mais. Estou adorando realmente o amor entre vocês dois. Isso é melhor que qualquer seriado de TV. E eu não estou suportando falar português esse tempo todo. - Ela bufou. Ficou em silêncio por alguns segundos. - Eu estive pensando em deixar vocês dois livres, sabe como é, ser boa uma vez. Mas você se lembra dos nossos planos para filhos, Thomas? Se lembra de tudo que a gente passou? E como você quer que eu deixe vocês dois apenas irem?
Ter planos um dia, e matar no outro dia. Parecia maravilhoso aos ouvidos de todo mundo.
- O que você vai fazer com a gente? - Viviane perguntou. Não era óbvio?- Não será dar doces, lhe garanto. - Maddie a respondeu. - Então. Mas eu ainda não decidi o que fazer com vocês e...
Ouvimos passos no corredor. Virei eu e os outros vampiros para o corredor igualmente. Nele estava toda minha família. Amanda passou um olhar confiante para mim. Eles entraram no quarto, com o Richard, a Sophia e a Amanda cuidando dos outros vampiros. Eu apenas iria me preocupar com a Maddie. Ela olhava para mim, duvidando que eu partiria para cima dela. Apesar de amá-la, de um jeito diferente, eu tinha que fazer isso.
- Fuja. - Disse para Viviane e fui para cima da Maddie.
Maddie botou os braços para frente, tentando me impedir. Mas o que ela fez a Viviane passar hoje não faria parar. Derrubei-a no chão e mordi o seu ombro, querendo atingir o pescoço. Ela chutou minha barriga me fazendo parar sobre a mesa da TV, derrubando-a no chão. Voltei para ela e joguei-a na parede. Mordi o pescoço dela, tirando um pedaço e joguei-o para o lado contrário da Viviane. Mordi novamente.
Agora um dos vampiros estava no chão e o Richard acabara de virar seu pescoço. Richard foi para onde a Sophia estava tentando acertar o outro e acertou ele com a ajuda da Amanda. Sophia se abaixou perto da Viviane e a levou. Vi ela saindo do quarto às pressas, seu coração acelerado de medo. Maddie mordeu meu braço e eu deixei meus dentes à mostra para ela. Mordi o pescoço dela novamente. Olhei para o corredor e ninguém estava mais lá.
- Você não irá me deter assim tão fácil, sabe que sou forte. - Maddie disse.
Joguei ela na janela de vidro, deixando-a cair nas árvores ao lado da minha casa. Fui para ela e estava se levantando com a ajuda dos galhos. Ouvi o carro saindo da estrada. Viviane estava a salvo agora.
- Maddie, você tem idéia do sofrimento que me causou? Da tortura que foi esse dia?
- Você sabe tamanha a tortura de saber que você estava apaixonado por outra! Por uma simples humana magrela! - Ela gritou.
- Isso não é motivo para fazer nada do que fez, Maddie. Eu não deixei de amá-la, nem voltei a amar você. Na verdade, o amor que restava acabou hoje.
- Você está de brincadeira. Nós somos aquele casal feliz que planejava ter filhos e viver como se não fossemos vampiros.
- Nós éramos, Maddie. - Saltei em cima dela. - Agora, eu amo a Viviane. E você não é nada para mim.
Torci o pescoço, deixando-a cair na grama verde. Olhei para cima e a Amanda me olhava pela janela quebrada.
Subi em um pulo para o andar de cima. Richard empilhava os dois homens altos. O ajudei a jogar onde a Maddie estava. Uma vez os corpos no mesmo lugar, esperamos o sol nascer para ver os corpos se desfazer. Vampiros vivos podiam ficar a luz do sol, vampiros mortos se desfaziam. Vimos eles se desfazerem de dentro da sala da frente.
- O que vamos dizer a Marissa? Rebecca, Jean e Daniel? - Richard se lamentou.
- Nós não podíamos deixá -la matar a Viviane.
- Claro que não. - Amanda concordou comigo.
A porta se abriu. Sophia entrou na sala e sorriu para mim.
- Você terá que ir vê-la em Fortaleza. Ela vai estar lhe esperando. - Ela me disse e eu a abracei.
- Obrigado, Sophia. - Peguei a chave do carro e fui em direção ao carro.
- Pensa que vai aonde sem mim? - Ouvi a Amanda indo em minha direção.
Ela pegou a chave do carro e entrou no motorista. Ela dirigiu em silêncio até LA. Eu pegaria o primeiro vôo e o mais rápido possível. Ela me levou até o aeroporto.
- Comprou? - Ela me perguntou. Assenti. - Boa sorte.
Ela me abraçou e eu vi o que tinha na mente dela. Eu e a Viviane juntos.
- Isso é tão chato! - Ela reclamou.
- Te amo, Amanda. - Beijei a testa dela.
- Eu também te amo.
- Prometa que vai com a Sophia e o Richard assim que der?
- Prometo.
Avisaram meu vôo no microfone e eu me despedi da Amanda. Entrei no avião e vi Los Angeles desaparecer nos meus pés. Eu queria mesmo ver Fortaleza aparecer. Todo o sofrimento tinha acabado de verdade agora.

Gente, aviso: Eu vou ficar sem postar por alguns dias (semanas) porquê eu to tendo muita coisa pra fazer. Viagens, escola, etc. Prometo que não vou deixar de escrever ok? Beijo para todo mundo e até logo ;*

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Capítulo Dezenove - História

Maddie estava com um sorriso irônico e seus olhos estavam mais escuros do que eu lembrava. Eu botei uma das mãos nas costas do Roberto, tentando me equilibrar para não cair ali mesmo. Eu engoli em seco e baixei a cabeça. A porta estava aberta. Ainda passou pela minha cabeça correr até ela e descer as escadas atrás da Amanda, Richard ou Sophia. Mas pela velocidade que eu vi deles, eu não conseguiria dar um passo além do que eu estava ali.
Lembrei que a Maddie conseguia ler mentes, ou algo parecido. Levantei o rosto e ela estava em pé ao meu lado. Roberto virou para frente dela, me deixando ainda atrás dele. Ela soltou uma risada baixa e deu um passo em direção ao Roberto, que não se mexeu. Por que ele não corria dali? Ele podia sair do quarto em menos de um segundo.
- Maddie, por favor. Deixe-a ir. Ela não fez nada. - Roberto suplicou.
- Você não vê? Eu não a quero. Ela é só um meio para chegar perto de você. - Houve silêncio. - Eu sei. Mas isso não é totalmente culpa minha, é? - Roberto balançou a cabeça, dizendo que não.
- Eu não estou entendendo nada. - Eu disse com o pouco fôlego que me restava de minha respiração silenciosa.
- Você devia explicar para ela, Thomas. Talvez não tenha outra chance.
Soltei-me dos braços do Roberto e a Maddie voltou a se sentar na poltrona. Roberto virou para mim com a cabeça baixa. Me estiquei para baixo e vi os olhos dele. O silêncio voltou e eu dei um meio sorriso para ele, e ele não moveu um músculo do rosto.
- Tem coisas que você não sabe. - Roberto me disse.
- Não foi tudo o que a Maddie me contou? - Ele balançou a cabeça que não.
- Eu nasci aqui em Oxnard no ano de 1890. Minha mãe era costureira de nobres que moravam em casarões daqui e meu pai era pintor. Eu não era rico, nem pobre. Eu vivia definitivamente bem. Até que meu pai entrou em uma briga com alguns arruaceiros que apedrejaram a loja de minha mãe. Em uma noite quando eu tinha 13 anos, em 1903, eles invadiram minha casa, e levaram meus pais. Eu estava em baixo da escada e não sai dali até o outro dia quando a polícia entrou na minha casa. Eles me levaram para a delegacia e eu passei o dia inteiro lá. Eles iam me levar para um orfanato, mas eu não queria isso. Eu fugi da delegacia, e como eu conhecia todas as montanhas daqui, fui para a South Mountain. Eu passei dias morando em sombras de árvores e me alimentando de frutos. Eu sempre caminhava pela manhã, para encontrar outro lugar para passar alguns outros dias. Quando achei uma casa, branca, com janelas e portas de ferro. Eu nunca tinha visto ela, e ela não estava perto de nenhuma das trilhas. Eu pensei estar abandonada e deitei sobre a escadaria e adormeci. Quando acordei eu estava em um quarto bem arrumado. Eu pensei que estava no orfanato e comecei a gritar e chorar. Uma mulher, a mais linda que eu já vi, entrou no meu quarto e me mandou fazer silêncio, que eu não estava no orfanato, e que eles iriam apenas me ajudar. A Sophia me ajudou a superar a morte dos meus pais, se isso foi possível. Depois de um mês eu conheci o Richard e ele me explicou tudo. Eles eram vampiros. Eu tive medo no início mas a Sophia me tranquilizou. Eu soube que eles não iriam me machucar. Depois de um mês convivendo com os vampiros comendo ainda apenas os frutos por eles não poderem aparecer na cidade sem nunca terem sido vistos, e eu menos ainda. Richard me perguntou se eu queria me tornar um deles, mas seria para sempre. Eu não poderia me tornar humano de novo. Eu aceitei. Richard e a Sophia me explicaram os perigos que seria me transformar comigo daquela idade, mas eu aceitei por não aguentar mais comer frutos. Eles me transformaram e eu descobri tudo que vampiros podiam e não podiam fazer. Descobri que os vampiros não se alimentavam mais de humanos – alguns – e que tinha essa bebida que os japoneses fizeram, que contém algo que matam nossa sede.
"Nós podemos mudar nossos metabolismo da idade. Eu posso ficar mais velho em questão de horas. Eu me adiantei apenas dois anos, ficando com 15. Passei cinco anos com 15 anos. Depois mudei novamente para 18 anos. Nesse meio tempo, nossa família recebeu a Amanda, vinda da Dakota do Norte. Ela era uma vampira também e estava apenas de passagem quando me viu correndo pelas montanhas. Ela me parou. Ela nesse tempo tinha 8 anos, e aumentou seu metabolismo para 19, e isso foi um erro. Ela me disse que ainda se alimentava de humanos, mas nem sempre conseguia pegá-los por ser muito jovem. A levei para casa e a Sophia e o Richard a receberam de braços abertos. Mais dois anos depois nós conhecemos outra família de vampiros. Ela se mudou para o outro lado da South Montain. Nós fomos nos apresentar para não ocorrer conflitos. Eles bebiam a bebida japonesa também. Eram quatro. Rebecca, Marissa, Daniel e Jean. Eles disseram que queriam se manter em um lugar para não precisar se mudar tanto. Mas eles disseram que havia um quinto membro na família deles, a Maddie. Disseram que ela chegaria dias depois e nos chamariam para apresentá-la. Como dito, eles marcaram uma noite para visitá-los. A Sophia e o Richard foram na frente e eu esperei a Amanda terminar de se arrumar. Quando chegamos lá a Marissa nos recebeu e fomos conhecer a Maddie. Eu lembro quando a Amanda a viu, e viu que ela sentiria aquilo por mim. Eu a vi. Ela era linda. Os cabelos dourados faziam cachos nas pontas e ela vestia um vestido xadrez azul. Mas os olhos dela eram, naquele tempo, um mel derretido e bonito. Nos apresentamos e dias depois nós começamos a namorar. Passamos muito tempo namorando, tempo para se noivar e casar, coisas de humano. Nós estávamos decididos a adotar uma criança e quando ela fosse mais velha ela se tornaria vampiro. Mas quando nós marcamos a data do nosso casamento a Amanda disse que queria conversar algo comigo. Ela me disse tudo sobre o que a Maddie sentia por mim. Eu a levei para nossa casa, a que você estava mais cedo, e conversamos sobre isso. Quando eu contei que não sentia isso por ela, ela enlouqueceu e fugiu. Como eu a amava, de um jeito comum, eu esperei ela por algum tempo. Mudamos-nos para o Juazeiro querendo viver algo novo e poder sair de casa. Nós trabalharíamos e a Amanda iria estudar, somente pela noite. Mas vi você naquele cinema. E eu senti o que a Maddie sentia por mim. Eu a amei assim que botei os olhos em você. Eu tive medo de você não sentir nada por mim, por eu não ter sentido pela Maddie. Mas então nós começamos a namorar. Quantos avisos sobre a Maddie eu escutei da minha família quando namorei com você? Mas eu queria tentar e conseguir viver com você. Eu não contei nada disso para você com medo de perdê-la. Mas você disse que viu a Maddie no seu banheiro e eu fiquei com medo e vim para Oxnard e deixe você sozinha. "Se eu não tivesse fugido você estaria em casa agora.""
Ele baixou a cabeça quando viu algo em meu rosto. Eu não saberia bem responder o que eu estava sentindo. Raiva por ele não ter me contado antes, medo por estar cercada de vampiros, amor por ele sentir aquilo por mim...
A Maddie levantou da cadeira bruscamente e parou do meu lado, interrompendo meus pensamentos mal feitos. Minha cabeça ainda girava por tudo que ele acabara de falar. Eu tive a sensação que ia desmaiar, ou vomitar. Os olhos dos dois estavam em mim agora. Os do Robert com a cor de um céu pela manhã sem nuvem e o dela de uma cor de ouro endurecida.
Não sabia o que deveria fazer agora. Deixar o Roberto aqui e talvez nunca mais vê-lo? Ficar aqui e talvez nunca mais ver minha família e meus amigos?
Maddie voltou a sentar-se na poltrona e o Roberto me abraçou. Como eu ainda pensei em sair dali? Eu ficaria com ele mesmo que o fim fosse trágico. Eu o amava. Por mais estranho que aquilo me parecesse, amar depois de um mês, eu o amava.
- Eu te amo. - Sussurrei no ouvido dele e ele me abraçou mais forte. Pensei que meus ossos fossem se quebrar, mas ele soltou antes de meu fôlego faltar.
- Eu te amo. - Ele falou e botou meu rosto entre suas mãos. Sorri para ele e ele sorriu para mim.
A Maddie se levantou da poltrona e limpou a garganta. Olhamos para ela e ela estava em pé ao nosso lado agora.
- Chega de filminho de romance agora, certo?
Virei-me para ela, mas minha ação foi interrompida por um bate na janela do outro lado do quarto. Virei-me para lá, junto com o Roberto. Dois homens com a pele morena e altos estavam na janela do quarto, eles tinham olhos pretos, realmente pretos, e sorriam. As narinas deles estavam infladas, o que fazia meu coração disparar de medo. Eles deram um passo para nossa direção e o Roberto deu um para trás, me levando também, quase me derrubando no chão se não fosse suas mãos na minha cintura. Olhei para o Roberto e ele não tirava os olhos dos dois homens que estavam ali dentro. Os dois passaram por cima da cama e ficaram ao lado da Maddie em menos de duas batidas do meu coração. Eles ainda tinham o sorriso no rosto e olhavam para mim e para o Roberto.
Olhei para o Roberto e o rosto dele não tinha como decifrar. Era uma mistura de medo com ira. Os olhos dele iam para os três quase ao mesmo tempo. Me agarrei na sua cintura e levantei o rosto para ver ele. Ele baixou a cabeça e ficou me olhando. O seu rosto não trazia mais a ira, apenas o medo agora. Eu queria que me matassem agora, mas não me tirassem dele.
Maddie começou a bater palmas.
- Vocês dois estão me surpreendendo cada vez mais. Estou adorando realmente o amor entre vocês dois. Isso é melhor que qualquer seriado de TV. E eu não estou suportando falar português esse tempo todo. - Ela bufou e houve silêncio por uns poucos segundos. - Eu estive pensando em deixar vocês dois livres, sabe como é, ser boa uma vez. Mas você se lembra dos nossos planos para filhos, Thomas? Se lembra de tudo que a gente passou? E como você quer que eu deixe vocês dois apenas irem?
- O que você vai fazer com a gente? - Perguntei. Mesmo quase sabendo a resposta.
- Não será dar doces, lhe garanto. - Maddie me respondeu. - Então. Mas eu ainda não decidi o que fazer com vocês e...
Todos os quatro viraram para a porta e eu fui a última a me virar. O Richard estava parado no corredor, junto com a Amanda e a Sophia. Graças a deus! Estamos salvos! Queria sorrir, vibrar, pular de alegria. Mas nada me garantia que estaríamos salvos. Eles entraram no quarto e o Richard foi para cima de um dos morenos altos, ele saltou sobre suas costas, dando-lhe mordidas em seu pescoço. A Sophia e a Amanda foram para o outro, Amanda o segurou enquanto a Sophia mordia seu pescoço também. O barulho que isso fazia era extremamente insuportável, era como se batessem panelas, ou algo mais barulhento, no meu ouvido. Roberto sussurrou um "fuja" e foi para cima da Maddie, ele a jogou no chão, fazendo o barulho aumentar. Eu botei a mão nos ouvidos e me encostei na janela de vidro atrás de mim. Eu fechei os olhos com as mãos no ouvido e pedi para que aquilo acabasse logo.
Um barulho mais alto do que antes me fez abrir os olhos. Eu vi o homem alto caido no chão e o Richard pulou em cima dele e rodou-lhe o pescoço. Me espremi ainda mais na parede. Richard levantou-se e foi para o outro homem alto que ainda estava tentado se soltar da Sophie e Amanda. Eu vi os cabelos da Maddie rodando ali, mas preferi não olhar para onde Roberto estava. Tinha medo de ver. Fechei os olhos novamente, apenas escutando os barulhos insuportáveis.
- Querida. - Ouvi entre os barulhos. - Querida, levante. - Abri os olhos e vi a Sophia com a mão estendida para mim.
Não hesitei em pegá-la. Ela me levou andando para o corredor. Arrisquei uma última olhada. Eu pude ver o Roberto, com os dentes a mostra para a Maddie. O medo que eu temia veio para mim. Agarrei mais a mão da Sophia e ela me levou para a sala no andar de baixo. Ela passou pelo sofá branco comigo e pegou chaves e uma caixa de madeira com uma mão só. Passamos pela porta da frente e fomos para o carro preto que ainda estava parado ali. Ela me levou para o banco do passageiro e em menos de um segundo estava no do motorista. Ela dirigiu e eu vi luzes de longe e o mar. Eu estava em Oxnard.
Ela dirigiu por mais ou menos uma hora e paramos em uma estrada vazia. Ela botou a caixa no colo e começou a mexer.
- Ponha isso. - Ela me entregou uma roupa. Notei agora que eu ainda vestia a roupa que a Maddie me dera.
Eu vesti o vestido que ela me deu e ela trocou de roupa também. Me deu uma peruca grande de cabelos castanho e um par de lentes de contato. Botei a peruca e depois sofri para botar a lente.
Ela andou mais dez minutos e entramos em Los Angeles. A cidade passava rápida ao nosso lado com o sol nascendo entre as palmeiras. Paramos no aeroporto e ela me deu duas bolsas.
- Na maior tem apenas panos, retalhos. Só para encher. Nessa pequena tem um telefone celular, um lenço e dólares e reais. Você vai para Fortaleza e de lá para Juazeiro.
Assenti com a cabeça e ela entrou na fila para comprar a passagem. Entrei na fila de embarque e ela veio para mim com as passagens.
- Tenha uma boa viagem, querida.
- Mas e o Roberto?
- Ele ficará bem e vai lhe encontrar em Fortaleza. Quando chegar lá ligue o celular e veja as mensagens de voz, terá uma dele. - Assenti com a cabeça e ela beijou-me na testa. - Até logo.
E se misturou na multidão.
Eu iria para casa, sem o Thomas e sem uma boa explicação para minha mãe.

Quem não entrou, entra, por favor.: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?rl=cpp&cmm=85976513

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Capítulo Dezoito - Lembranças

O tempo quase não passava, mas até que enfim eu estava em Fortaleza, e mais um avião eu estaria em Juazeiro. Eu estava na fila de comprar a passagem e liguei o celular para saber se a Amanda ainda viu alguma coisa.
- Alô? Amanda, você..
- Graças a Deus! Pensei que você nunca ia chegar. A Maddie está aqui em Oxnard.
- O que?
- Eu acabei de ver. Ela vai levá-la para a antiga casa de vocês.
- Ok, tchau. - Desliguei o celular.
- Qual passagem, senhor? - Uma morena sorridente atrás do balcão me perguntou.
- Los Angeles. - Ela assentiu com a cabeça e começou a digitar.
- Sai um daqui à dez minutos. - A entreguei o cartão de crédito.

Foram as horas mais longas do dia. Eu sabia que a Maddie estava com minha Viviane e isso me deixava nervoso. O avião parou em Los Angeles e eu peguei um Táxi até o último ponto da cidade, já estava de noite e eu podia correr por fora da pista sem ser visto. Eu corri pela South Mountain e a Amanda estava na escadaria de pedra da minha casa. Ela se levantou na medida em que eu chegava.
- É bom irmos para a casa. Viviane ainda dorme pelo remédio que a Maddie deu para ela depois de desacordar ela. - Eu fechei os olhos para esconder minha dor visível dela. Viviane fraca e desprotegida em uma casa com a Maddie. - Ela não está sozinha. Maddie conseguiu alguns vampiros. Eu não os conheço e não posso ver eles.
Entrei na casa e o Richard me parou na sala, ao seu lado estava a Sophia com uma cara de preocupação. Assenti com a cabeça e segui para a mesinha, peguei a chave do carro preto do Richard e voltei para o lado externo da casa. Não havia mais ninguém lá. Fui para a garagem e eles me esperavam do lado de fora do carro.
- Vocês não vão. Não posso perder todos que eu amo.
- Você não vai perder ninguém. - Amanda me disse encostando a mão em mim e eu vi a Viviane beijando meus lábios.
A chave do carro não estava na minha mão e o Richard já estava no banco da frente, pronto para dirigir. Sophia, com todo o seu amor, estava ali, pronta para enfrentar tudo por mim. Era impossível não amar toda minha família, que podia não ser de sangue, mas eu os amava igualmente à minha família biológica. Amanda entrou no carro e o Richard deu ré da garagem. Pegamos a estrada e rapidamente fomos para o outro lado da South Mountain. O carro parou ainda longe da casa.
- Eu vou primeiro. Se algo acontecer comigo, eu quero todos o mais longe daqui. - Eu disse e todos ficaram em silêncio. Sabia que eles não desistiriam de mim tão fácil.
Saí do carro e corri para a frente da casa amarela. A porta pesada da frente estava aberta. Eu a empurrei e vi vários vampiros na sala principal.
- Onde está a Maddie? - Perguntei em inglês, sem saber que língua eles falavam.
Eu fechei minha boca e o elevador fez um barulho, indicando que ele tinha chegado. Todos se afastaram para eu ver o elevador. A porta se abriu e eu vi a Maddie com uma calça jeans e uma blusa azul que ela usava quando namorávamos.
- Fico feliz vendo que você ainda lembra-se de alguma coisa que tínhamos.
- Não faça nada com a Viviane. Ela nem sabe de nada.
- Eu sei, Thomas.
Ela desviou os olhos cor de mel escuro para um moreno alto na fila de vampiros de olhos escuros. Eu sabia o que aquilo significava para mim. Ele andou rapidamente até mim e puxou meus braços para minhas costas e me empurrou até o elevador. Dei uma última olhada para a Maddie que estava com a sua postura ereta e sem sinal de humor no rosto.
Me leve, me mate. Mas deixe-a ir! – eu gritei por dentro para a Maddie, mas ela pareceu não se importar. Deixar a Viviane em paz era o único sentido que eu vi até agora. Andei pelo corredor enorme de minha ex casa com o homem alto me empurrado todo o caminho. Ele parou no último quarto do corredor, onde antes era o quarto do filho que teríamos. Meu coração sentiu uma pontada por saber que eu podia estar com a Maddie e tendo um filho vampiro hoje.
O homem acendeu as luzes e tudo tinha mudado. O quarto tinha uma cor neutra e duas cadeiras no meio da sala. Um pano cobria a janela do fundo e do lado esquerdo tinha correntes, que eu sabia para que elas serviriam. Ele me amarrou pelos braços e pelo tronco me deixando impossibilitado de erguer a coluna. Ele saiu e apagou a luz.

Após uma hora, ou duas, a porta se abriu. Alguém entrou e acendeu um abajur sobre a mesa entre as cadeiras. Os cabelos loiros brilhavam com a luz. Era a Maddie. Comecei com minha imploração interna e ela nem sequer se moveu. Até que a porta foi aberta novamente.
Eu a ouvi antes de vê-la. O som que me fazia feliz, agora, me fez agonia. O que ela estava fazendo caminhando até a Maddie? Queria ter forças para gritar para ela ir embora dali. O coração dela acelerou por algum motivo e o som ficou mais alto em minha mente.
- Não se preocupe. Seu amado está bem. O Thomas só não ficará mais com você. – Maddie disse. Como assim não? Eu a amava e nada poderia me manter longe dela. Se a Maddie não a machucasse eu ficaria com ela para sempre. – Thomas, querido, sabe que eu não machucaria ela. - Ela se levantou e caminhou até mim
Uma luz foi acesa e eu ergui a cabeça. Ela estava com os olhos fechados pela luz acesa rapidamente. Depois os abriu e olhou minhas correntes.
- Ela ama você. - Maddie disse, mas eu não tirei os olhos de minha Viviane.
Ela olhou nos meus olhos e eu não deixei o silêncio ficar na sua mente. Os olhos azuis que eu tanto precisei por uma semana agora sentiam pena de mim, e eu me senti tão mal por ela estar passando por isso. Tentei dar o meu melhor sorriso, mas ela apenas ficou ali olhando para meu rosto e as correntes.
- Você já me tem, deixe-a ir.
- Não quero ir para nenhum lugar sem você, Roberto. - Minha Viviane disse e a Maddie riu. Eu sabia o que ela estava pensando, era sobre o nome. Eu não podia me chamar Thomas em um país estrangeiro.
- Ela mesma não quer ir. - Maddie disse no meio dos risos.
- Não Viviane, vá. Você precisa ir! - Falei com a voz baixa, sabendo que ela não iria.
Ela andou até mim e levantei o rosto quando ela parou na minha frente. Ela olhou para as minhas correntes na coluna e depois para meus olhos. Eu me controlei para não deixar o silêncio nos ouvidos dela. Ela botou a mão no meu rosto e eu fechei meus olhos, descansando o rosto nas mãos dela. Ela encostou os lábios na minha testa e os pressionou. Ouvi o coração dela mais alto e soltei o ar fazendo as pontas do cabelo dela balançarem.
- Me desculpe. - Eu disse quando ouvi a Maddie indo em direção à ela. Era o máximo que eu podia fazer: me desculpar. Principalmente sabendo que ela estava naquela situação por minha causa.
- Não quero nada de dramatização aqui. - Maddie a levou para uma distância não muito grande de mim. - Você quer ou não saber o porquê de estar aqui?
O que? – Não! - Tentei gritar. Vi a Viviane assentindo com a cabeça.
- Muito bem. Quando o "Roberto" tinha 13 anos, ele foi abandonado pelos pais. Ele andou só por muito tempo pelas ruas de Oxnard. O Richard o achou, junto com a Sophia. Eles ficaram cuidando dele. Mas a Sophia e o Richard tinham um segredo, o mesmo do nosso. Eles eram vampiros. – Baixei a cabeça, sabendo que ela olharia para mim. Não queria saber qual seria sua reação – Quer parar de se distrair? – Maddie fez uma pausa pequena. – Vampiros. E não é mentira. Nós somos vampiros. Mas nós não nos alimentamos mais de humanos, às vezes. E nós vampiros quando se apaixonamos, não tem volta, e essa pessoa ama você para toda sua vida.
- Você sente isso por mim? - Ouvi a Viviane perguntar, mas não ergui a cabeça. Maddie limpou a garganta.
- Eu sinto isso pelo Roberto. Ele não sente isso por mim. - Ela explicou algo da mente dela. - São raras as pessoas que são imunes a isso. Ele apenas gostava de mim, como um humano gosta de outro. Mas daí, quando eu soube, não quis mais. E ele foi para o Brasil. E ele sente isso por você. E você irá amar ele mais do que qualquer outra pessoa.
- Mas ainda não entendo porque ele está amarrado e eu onde não conheço.
Claro que não entende. Ela tirou a parte da história que somos perigosos e podemos matar centenas de pessoas em questão de segundos. Tirou também da história que ela era a vampira mais poderosa, em termos de força. Eu não gostava de imaginar minha Viviane correndo riscos. Ouvi passos e o som do coração da Viviane veio aumentando, junto com o volume dos seus soluços. Ela encostou o rosto no meu e eu senti seu cheiro. Senti também uma lágrima descendo no seu rosto, encostei o meu nariz nela, tentando limpá-la. Afastei o rosto e ela trazia uma cara de dor e paz ao mesmo tempo. Queria saber se eu também estava assim. Tentei o meu melhor sorriso e vi suas sobrancelhas se enrugarem.
- Eu amo você. - Sussurrei no ouvido dela.
Esperava que ela respondesse, mas ela beijou meus lábios, dando a resposta que eu queria. Queria abraçá-la e nada mais. E a Maddie a tirou de mim. Viviane saiu arrastada do quarto sem tirar os olhos de mim.

A luz apagou-se, mas eu não mexi nem os olhos. Senti uma das minhas correntes do braço se soltar e a ouvi cair no chão. Seguida da outra mão e depois a da cintura.
- Hi, little brother. - Amanda me saudou no escuro. Ela pegou minha mão e me guiou no escuro para a porta do corredor. - Não sei como entrei, mas tive sorte. E com sorte sairemos daqui.
- Não vou a lugar nenhum sem a Viviane.
- Já imaginava. - Ela disse.
Ouvi passos apressados para o outro lado do corredor. E ouvi-a. Olhei para a Amanda e ela soube o que aquilo significava. Amanda correu pelo corredor e segui atrás dela. Amanda segurou a porta enquanto eu seguia o corredor. Dei a curva e a vi. Ela estava com os olhos fechados e uma foto nas mãos. Ouvi passos no corredor e a levei para dentro da porta do lado direito. Eu sabia o que era ali. Era a antiga biblioteca, ela levava aos dois andares de cima da casa. As prateleiras de livros eram do chão até o teto do andar seguinte e um sofá com várias almofadas no chão. A mesa de vidro no canto do sofá tinha o vidro quebrado. Desde a última vez que eu fui ali.
- Eu não posso explicar porque isso acontece comigo, Maddie.
- Você vai ter que explicar pro Richard sua volta para casa, Thomas. - Ela gritou e jogou o porta retrato em cima da mesa.

Fora nossa última conversa. Pude ver o porta retrato no chão, mas eu estava ocupado demais para ver isso. A segurei mais nos braços e subi as escadas, levando para o andar de cima. Abri a porta para o corredor e fui para o meu antigo quarto.
A soltei e depois botei as mãos nela, procurando abraçá-la. Ela começou a se debater e bater em mim.
- Está tudo bem. - Sussurrei e ela, não sei como, me achou para me abraçar.
A luz acendeu e eu a soltei. Vi a Amanda saltando da janela e depois vi o rosto de espanto da Viviane. Eu teria que tirá-la de lá agora.
- Se segure. - A botei no braço e ela botou o rosto no meu pescoço. Pulei os três andarem e ela tirou o rosto do meu pescoço, olhando para trás. O carro do Richard nos esperava pelo caminho que nos levaria para casa. Entrei com a Viviane no banco traseiro e ela relaxou os ombros quando sentada.
- Você está bem, querida? - Sophia perguntou para a Viviane ela assentiu com a cabeça.
- Onde está a Amanda? - Perguntei sabendo que ela já devia ter passado para cá.
- Já está vindo. - Richard me respondeu e eu olhei para o lado de fora do carro. A Amanda saltou da janela do terceiro andar e eu suspirei de alívio por saber que ela estava viva. Puxei a Viviane e nos afastei para a Amanda entrar sem dificuldades no carro para sairmos logo dali.
- Anda! - Amanda gritou voltando o olhar para a casa.
Vi várias pessoas, das quais não conhecia, saindo do quarto e da porta da frente. Viviane me abraçou e eu passei os braços por ela. Richard acelerou e eu beijei a testa da Viviane. Logo ela estaria longe dali, de mim e de todo o perigo. Durante o caminho a Amanda ficava olhando para a traseira do carro, mas ninguém nos seguia. A Sophia olhava para a Viviane nos meus braços.
Chegamos enfim em casa e eu ajudei Viviane a sair do carro, porque ela parecia imóvel demais para se mexer. A ajudei a subir a escadaria de pedra e a deixei na sala, onde a Amanda, tampava as janelas com as cortinas. Passei para a cozinha. Eu precisava me hidratar depois da correria de hoje, depois de tanto tempo de tranquilidade entre nós e os humanos, nós quase éramos humanos e nos acostumamos a não fazer coisas como correr ou atacar alguém. Enquanto eu bebia o terceiro ou quarto gole a Viviane entrou na cozinha. Eu joguei o copo na pia e fui em sua direção.
- O que era aquilo? - Ela perguntou.
- Agora não, querida. - Disse levando-a de volta para a sala.
Richard conversava com a Amanda sobre como fugirmos com ela, por ela estar ilegalmente no país. A levei para o andar de cima, onde poderíamos conversar sobre essa noite. E ela poderia dizer o que significava tudo que ela ouviu da Maddie hoje. Andamos em silêncio pelo corredor do andar de cima e eu abri a porta do meu quarto. Quando vi a Maddie sentada em minha poltrona. Passei para frente da Viviane e envolvi os braços pelos lados dela.
Maddie levantou o rosto ao pararmos e sorriu para nós.




Gente, a parte em itálico é um flashback ok? Só explicando. Porquê a Nicole não entendeu. Quem ainda não entrou, por favor: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?rl=cpn&cmm=85976513

sábado, 4 de abril de 2009

Capítulo Dezessete - Verdade

Meu medo tomou conta de cada parte do meu corpo. Eu podia sentir a dor do medo. Eu consegui me levantar de susto, mas depois não consegui mexer mais nem um músculo. Meu coração palpitava de pavor, e a única coisa que eu consegui mexer foi os olhos e mais nada. Meu cérebro desligou e eu só pude ver a loira. Vi seu corpo bem feito e seus dentes, mas não pude ver o seus olhos. Ela deu um passo para frente e eu um para trás, ficando encostada na árvore.
Eu tinha certeza que minha vida iria acabar naquele momento. Tinha certeza que eu iria morrer e deixar minha família, meus amigos, e o Roberto. Imagens do Roberto e eu veio na minha cabeça. Meus olhos ainda na loira, de repente, viram o nada. Olhei para o lado e a Maddie estava sorrindo para mim com o rosto à vinte centímetros do meu.
Vi agora os olhos dela. Tinha uma cor de mel, só que escura. Era de dar medo.
- Meus olhos não têm nada demais. - Ela disse em uma voz rouca e musical.
Meus olhos arregalaram-se e dei um passo para o lado, me distanciando dela. Mas tropecei no livro e cai sentada na grama. Engoli em seco quando vi ela ereta na minha frente, com o mesmo sorriso de desprezo e desejo de antes. Ela esticou a mão para minha surpresa, mas eu não a peguei, nem me levantei.
- Eu não mordo. - Ela disse e depois riu. - Pensando bem, melhor você não pegar minha mão. - E riu de novo.
Consegui me erguer e ela ficou séria. Ela ergueu uma sobrancelha me olhando dos pés a cabeça.
- O que você quer? - Perguntei.
- Essa não é uma pergunta boa.
"Ele não está aqui!" gritei por dentro, mas não consegui falar nada.
- Se eu tivesse vindo atrás dele não estaria com você.
- Como...? - Tentei falar, mas nada saiu, além disso.
Ela ergueu as sobrancelhas e em seguida deu uma gargalhada rouca. Olhei para minha casa e estava totalmente apagada.
- Como eu consigo responder antes de você perguntar? - Ela disse mexendo as mãos e dando passos elegantes entre mim e a árvore.
Engoli em seco e pedi para poder sair dali viva, mas tudo indicava que não. Ela passou para trás de mim e eu não pude me mexer. Senti dedos frios passando pela minha nuca por cima do meu cabelo e enrijeci.
Senti meu corpo cair para frente e minha mente apagou.
Abri os olhos e vi um teto branco com um lustre lindo sobre mim. Me sentei de vez e minha cabeça girou. Fechei os olhos, para passar a tontura e para ver que aquilo não passara de um sonho. Quando abri os olhos eu estava em um quarto enorme com paredes de madeira. O piso era igualmente de madeira e os moveis eram de um padrão só. A cama que eu estava era grande e ao lado tinha janelas com cortinas fechadas. Me levantei e notei que não usava mais a minha roupa, e sim um roupão branco. O fechei e andei para a porta que era na frente da cama.
Era o corredor do meu sonho. Um calafrio passou pelas minhas costas. Quando fechei a porta para andar no corredor e descobrir onde eu estava ouvi passos de um lado do corredor e me encolhi na parede.
- Vejo que acordou. - Maddie disse quando eu a vi no lado esquerdo do corredor.
- Onde eu estou?
- Na minha casa. Minha não, mas eu gostei dela.
- Onde está minha família?
- Na sua casa.
Eu sabia que não podia confiar em estranhos, mas algo me dizia que ela contava a verdade.
- Não minto. - Ela disse.
- Como você consegue fazer isso? - Perguntei.
- São alguns segredos. - Eu estava tão cheia de segredos em todos os lugares. - Não se apresse querida. Na verdade, você está atrasada para se vestir. Tem uma roupa sobre o sofá no quarto e se não se importa quero levar você daqui à quinze minutos.
Não discuti, apenas fui para dentro do quarto. Andei até o sofá branco como todos os acolchoados do quarto e vi uma roupa dobrada. Era um vestido branco com rendas feitas à mão. Uma sandália me aguardava na frente do sofá. Tirei o roupão, pus o vestido e calcei a sandália.
Olhei ao redor e vi uma cômoda do lado do guarda roupa. Tinha vários porta-retratos com fotos de pessoas lindas e parecidas. Mas uma delas era do Thomas, com seu sorriso perfeito, junto com a Maddie. Agora que eu estava vendo claramente, não nos meus pensamentos. Eles pareciam felizes, mais do que qualquer outra pessoa.
- Verdade. - Soltei o porta-retrato fazendo-o cair no chão e me virei de vez. Maddie estava na porta. - Está pronta? - Assenti com a cabeça.
Apanhei o porta-retrato com o vidro quebrado e botei sobre a cômoda novamente. A segui para o corredor e andamos para um lado e parecia tudo igual. Eu agora não sabia mais voltar para o quarto. Ela parou na frente de uma porta e a abriu. Tinha uma escada em espiral grande, podia ser dois andares ali. Descemos em silêncio, como pelo corredor e quando terminamos de descer dava para uma sala.
A sala era grande e tinha um sofá com o estofado marrom e uma mesinha com peças de cristais. Uma TV de plasma estava na parede e abaixo dela uma mesa da cor do estofado com mais peças de cristais. Ao lado da TV tinha uma porta de madeira dupla. Do outro lado da sala tinha janelas grandes, sem nenhum espaço entre elas. A lua estava por entre as árvores grandes. Continuei andando e ela parou em uma porta branca e a abriu para o lado.
Era uma cozinha grande com uma mesa redonda no meio. A mesma janela estava na cozinha, e agora dos dois lados. Do outro lado pude ver carros parados e mais árvores. Devíamos estar no meio do nada.
- Pode se servir do que quiser. - Ela disse abrindo a geladeira de porta dupla e mostrando muitas comidas.
Eu não fazia idéia de quanto tempo fiquei desacordada agora, ouvi meu estômago roncar e fui para a geladeira. Comi, e muito. Ela ficou sentada na cadeira, com o olhar na janela enquanto eu comia toda sua geladeira. Terminei e lavei as mãos na pia.
- Vamos. - Ela se levantou e voltamos para a sala. Ela não foi para a escada e sim para uma porta de elevador atrás da escada. Entramos e saindo para um corredor, mas eu não sabia se era o mesmo ou não. Continuamos andando e eu vi a curva do corredor do meu sonho. Parei e ela continuou. Fiquei ali estudando aquele lugar e depois dei a curva no corredor. Tinha a mesma porta e ela não estava mais lá.
A porta estava meio aberta e eu a empurrei. A sala estava escura com as cadeiras no meio, iluminadas pelo abajur sobre a mesa. Andei, respirando alto, para dentro do lugar. Se era meu sonho mesmo era para o Roberto estar ali, e a ânsia de vê-lo me deixou agitada.
- Não se preocupe. Seu amado está bem. O Thomas só não ficará mais com você. Foi a frase dita no sonho e dita agora. Me contorci de dor por dentro.
- Thomas, querido, sabe que eu não machucaria ela. - Ela se ergueu e andou pelo escuro.
Uma luz foi acesa, fazendo doer meus olhos. Mas a dor nos olhos não foi nada quando eu abri e o vi. Preferiria morrer a vê-lo assim.
- Ela ama você. - Maddie disse para o Roberto.
Eu olhei para ele, os olhos dele eram os mesmo azuis claros de sempre. O rosto dele trazia dor e deu um meio sorriso para mim. Ele estava amarrado e com as costas dobradas. Eu preferiria estar no lugar dele a vê-lo naquele lugar.
- Você já me tem, deixe-a ir. - Ele disse, fazendo meu coração se deliciar com o som da voz dele.
- Não quero ir para nenhum lugar sem você, Roberto. - Maddie riu quando eu disse.
- Ela mesma não quer ir.
- Não Viviane, vá. Você precisa ir! - Ele disse com a voz baixa.
Eu andei até ele. Parei na frente dele e ele levantou o rosto, tentando ajeitar a coluna que agora, eu vi que estava amarrada também. Botei as mãos no rosto dele e ele fechou os olhos. Cerrei a boca segundo as lágrimas que estavam prontas para vir. Beijei a testa dele e ele soltou o ar nos meus cabelos.
- Me desculpe. - Ele disse e eu fui puxada.
- Não quero nada de dramatização aqui. - Maddie disse me puxando para uma distância, ainda pequena, do Roberto. - Você quer ou não saber o porquê de estar aqui? - Ela me perguntou.
- Não! - Roberto fez um esforço e quase gritou. Assenti com a cabeça para a Maddie.
- Muito bem. Quando o "Roberto" - eu pude ouvir as aspas entre o Roberto. - tinha 13 anos, ele foi abandonado pelos pais. Ele andou só por muito tempo pelas ruas de Oxnard. O Richard o achou, junto com a Sophia. Eles ficaram cuidando dele. Mas a Sophia e o Richard tinham um segredo, o mesmo do nosso. Eles eram vampiros. - Minhas sobrancelhas se enrugaram. Isso não era hora de mentir! Olhei para o Roberto e ele estava com a cabeça baixa. - Quer parar de se distrair? - Maddie perguntou, me fazendo voltar para ela. - Vampiros. E não é mentira. Nós somos vampiros. Mas nós não nos alimentamos mais de humanos, às vezes. E nós vampiros quando se apaixonamos, não tem volta, e essa pessoa ama você para toda sua vida.
- Você sente isso por mim? - Perguntei pro Roberto. Maddie limpou a garganta.
- Eu sinto isso pelo Roberto. - Claro, que estupidez a minha. - Ele não sente isso por mim. São raras as pessoas que são imunes a isso. Ele apenas gostava de mim, como um humano gosta de outro. Mas daí, quando eu soube não, quis mais. E ele foi para o Brasil. E ele sente isso por você. - Não consegui deixar de sorrir. - E você irá amar ele mais do que qualquer outra pessoa.
- Mas ainda não entendo porque ele está amarrado e eu onde não conheço.
Ela deu um sorriso e levantou as sobrancelhas. É claro! Ela queria matar a gente, por ele não a ter amado e por eu ter roubado o amor dele. Olhei para o Roberto, Thomas, e ele estava com a cabeça baixa. Só queria poder ir lá e dar um último beijo nele. Andei para ele, sem me importar com a Maddie.
Quando cheguei perto dele notei que eu soluçava de chorar. Não sabia se era o medo, ou o meu amor por ele. Encostei meu rosto no dele e eu pude sentir o aroma de sua respiração. Ele passou a ponta do nariz dele sobre uma lágrima minha e afastou o rosto para me mostrar o sorriso dele no rosto. Como ele podia sorrir sabendo que iríamos morrer?
- Eu amo você. - Ele sussurrou no meu ouvido, me fazendo tremer.
O beijei nos lábios. Um beijo de despedida. Um beijo que me fez querer sumir dali no segundo seguinte e não ver mais o rosto dele nos meus pensamentos.
A Maddie passou o braço na minha barriga e me arrastou dali. Vi o rosto dele pela última vez. Ele era tudo que eu queria. Passei para o corredor e ela continuou me arrastando.
Ela abriu uma porta em alguma parte do corredor e me jogou dentro. Fiquei sentada, sem poder mexer um músculo. E ela fechou a porta. Estava escuro e fiquei apenas com minhas lágrimas por alguns muitos minutos. Eu me levantei e tateei a parede atrás de um interruptor, achei ele e acendi.
O quarto estava lotado de gente, que eu não conhecia. Seus olhos tinham cores diferenciadas, e era a única coisa que eu via deles. Suas feições, suas belezas, nada. Apenas os olhos em mim.
Abri a porta e sai para o corredor. Ele parecia igual para mim. Andei para o lado direito e vi a curva conhecida. Não tinha mais porta, era a mesa. Andei depressa para ela e abri a gaveta. A foto estava lá, a foto do meu sonho. Minhas pernas queriam quebrar. Mas minha mente viu o que aconteceria depois. Virei as costas e vi as sombras das pessoas. Me encostei na mesinha, esperando minha morte. Senti mãos em mim e não abri os olhos, depois de três minutos eu estando viva, as mãos me soltaram e eu abri os olhos.
Eu estava em uma sala escura. Parecia que nenhum lugar que eu fosse era claro naquela casa. Senti uma mão em mim e começei a me debater.
- Está tudo bem. - Roberto sussurrou.
Mesmo no escuro eu o encontrei para abracá-lo. Os braços dele me cercaram, me fazendo sentir bem. Eu me sentia salva, mesmo sem saber onde eu estava. A luz acendeu e eu o Roberto nos soltamos. Eu estava no quarto de mais cedo, a janela estava aberta e eu vi uma sombra de alguém saindo pela janela.
- Se segure. - Ele disse e me botou nos braços. Me segurei na blusa dele e botei o rosto no pescoço dele. Senti o vento passando por a gente e tirei o rosto do pescoço dele. Nós estávamos do lado de fora da casa. Ela tinha três andares e era toda pintada de um beje claro, ou amarelo. O escuro não me deixava ver. Um carro preto, que eu conhecia, esperava a gente no caminho de terra entre as árvores.
Roberto entrou comigo no banco traseiro do carro e eu sentei ao lado dele. O Ricardo dirigia o carro e a Sophia estava no banco do passageiro.
- Você está bem, querida? - Sophia me perguntou. Assenti com a cabeça.
- Onde está Amanda? - Roberto perguntou.
- Já está vindo. - Ricardo respondeu e os três olharam para o lado de fora do carro, em direção a casa.
Olhei também e a casa parecia calma. Mas um vulto passou pela janela aberta no terceiro andar e veio na direção do carro. Eu iria entrar em desespero, quando ouvi o suspiro dos três. Roberto me puxou e afastou para o meio do banco. Amanda entrou no carro, ajeitando o cabelo assanhado.
- Anda! - Ela gritou voltando o rosto para a casa.
Eu acompanhei o olhar e vi vários vultos passando. Me espremi no peito do Roberto e ele passou os braços por mim. Senti o carro acelerando e o Roberto beijou meu cabelo. Fiquei inspirando o cheiro da camisa dele, tentando me acalmar. O carro parou e eu abri os olhos. Todos estavam saindo do carro, e o Roberto me ajudou a sair.
Paramos na frente de uma casa linda. Das que se vê em cinema. Ela tinha uma cor de madeira clara e era quase toda de vidro. Ninguém estava mais do nosso lado. Roberto me ajudou a entrar na casa e era uma sala grande, com um sofá de couro branco lindo. A Amanda estava fechando as cortinas beges de toda a sala. Roberto me sentou no sofá e caminhou por uma porta que parecia ser a cozinha. O Richard passou por mim com uma caixa de madeira e a botou sobre uma mesa de madeira pequena na sala. Ele a abriu e a Amanda se juntou a ele. Os dois ficaram conversando baixo. Me levantei e fui para a direção que o Roberto tinha ido. Ele bebia alguma coisa em um copo escuro. Quando ele me viu ele jogou o copo na pia e foi em minha direção.
- O que era aquilo? - Perguntei.
- Agora não, querida. - Ele disse e me guiou de volta para a sala.
Mas ele não me deixou no sofá, ele me levou para o andar de cima. Tinham três portas no corredor com uma janela imensa já fechada pela cortina. Ele me guiou até a última porta do corredor e a abriu para mim. Era um quarto, e as cortinas ainda estavam abertas. O Roberto parou na minha frente e passou os braços em volta de mim, atrás dele.
Ergui meu pé para enxergar sobre o ombro dele. A Maddie estava sentada em uma poltrona branca mexendo nas mãos sobre o colo. Ela ergueu a cabeça e sorriu para nós.


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