quarta-feira, 15 de abril de 2009

Capítulo Vinte - Acabou de Verdade

Maddie sorria para a gente. Olhei nos olhos dela, fazendo ela ouvir apenas o que eu queria. Deixei silêncio absoluto enquanto eu pensava nas possibilidades de sair dali. Escada era longe, janela não dava para quebrar ela sem a Viviane se machucar. Amanda, Sophie e Richard, mas eles com certeza não estavam sós. Ela com certeza trazia homens e mais homens para protegê-la. Senti a mão da Viviane nas minhas costas e continuei com meus planos. Maddie se levantou e foi em direção da Viviane. Me virei para frente com ela, levando a Viviane junto as minhas costas. Maddie riu baixo e deu um passo de ameaça para mim, mas eu não me mexi.
- Maddie, por favor. Deixe-a ir. Ela não fez nada. - Supliquei.- Você não vê? Eu não a quero. Ela é só um meio para chegar perto de você. - Mas ela não teve culpa em nada disso, ela nem sabe o que está acontecendo aqui. Ela não merece estar aqui. - Eu sei. Mas isso não é totalmente culpa minha, é? - Balancei a cabeça que não.
- Eu não estou entendendo nada. - Viviane disse em um tom baixo.- Você devia explicar para ela, Thomas. Talvez não tenha outra chance.
- Eu nasci aqui em Oxnard no ano de 1890. Minha mãe era costureira de nobres que moravam em casarões daqui e meu pai era pintor. Eu não era rico, nem pobre. Eu vivia definitivamente bem. Até que meu pai entrou em uma briga com alguns arruaceiros que apedrejaram a loja de minha mãe. Em uma noite quando eu tinha 13 anos, em 1903, eles invadiram minha casa, e levaram meus pais. Eu estava em baixo da escada e não sai dali até o outro dia quando a polícia entrou na minha casa. Eles me levaram para a delegacia e eu passei o dia inteiro lá. Eles iam me levar para um orfanato, mas eu não queria isso. Eu fugi da delegacia, e como eu conhecia todas as montanhas daqui, fui para a South Mountain. Eu passei dias morando em sombras de árvores e me alimentando de frutos. Eu sempre caminhava pela manhã, para encontrar outro lugar para passar alguns outros dias. Quando achei uma casa, branca, com janelas e portas de ferro. Eu nunca tinha visto ela, e ela não estava perto de nenhuma das trilhas. Eu pensei estar abandonada e deitei sobre a escadaria e adormeci. Quando acordei eu estava em um quarto bem arrumado. Eu pensei que estava no orfanato e comecei a gritar e chorar. Uma mulher, a mais linda que eu já vi, entrou no meu quarto e me mandou fazer silêncio, que eu não estava no orfanato, e que eles iriam apenas me ajudar. A Sophia me ajudou a superar a morte dos meus pais, se isso foi possível. Depois de um mês eu conheci o Richard e ele me explicou tudo. Eles eram vampiros. Eu tive medo no início, mas a Sophia me tranquilizou. Eu soube que eles não iriam me machucar. Depois de um mês convivendo com os vampiros comendo ainda apenas os frutos por eles não poderem aparecer na cidade sem nunca terem sido vistos, e eu menos ainda. Richard me perguntou se eu queria me tornar um deles, mas seria para sempre. Eu não poderia me tornar humano de novo. Eu aceitei. Richard e a Sophia me explicaram os perigos que seria me transformar comigo daquela idade, mas eu aceitei por não aguentar mais comer frutos. Eles me transformaram e eu descobri tudo que vampiros podiam e não podiam fazer. Descobri que os vampiros não se alimentavam mais de humanos – alguns – e que tinha essa bebida que os japoneses fizeram que contém algo que matam nossa sede."Nós podemos mudar nossos metabolismo da idade. Eu posso ficar mais velho em questão de horas. Eu me adiantei apenas dois anos, ficando com 15. Passei cinco anos com 15 anos. Depois mudei novamente para 18 anos. Nesse meio tempo, nossa família recebeu a Amanda, vinda da Dakota do Norte. Ela era uma vampira também e estava apenas de passagem quando me viu correndo pelas montanhas. Ela me parou. Ela nesse tempo tinha 8 anos, e aumentou seu metabolismo para 19, e isso foi um erro. Ela me disse que ainda se alimentava de humanos, mas nem sempre conseguia pegá-los por ser muito jovem. A levei para casa e a Sophia e o Richard a receberam de braços abertos. Mais dois anos depois nós conhecemos outra família de vampiros. Ela se mudou para o outro lado da South Montain. Nós fomos nos apresentar para não ocorrer conflitos. Eles bebiam a bebida japonesa também. Eram quatro. Rebecca, Marissa, Daniel e Jean. Eles disseram que queriam se manter em um lugar para não precisar se mudar tanto. Mas eles disseram que havia um quinto membro na família deles, a Maddie. Disseram que ela chegaria dias depois e nos chamariam para apresentá-la. Como dito, eles marcaram uma noite para visitá-los. A Sophia e o Richard foram na frente e eu esperei a Amanda terminar de se arrumar. Quando chegamos lá a Marissa nos recebeu e fomos conhecer a Maddie. Eu lembro quando a Amanda a viu, e viu que ela sentiria aquilo por mim. Eu a vi. Ela era linda. Os cabelos dourados faziam cachos nas pontas e ela vestia um vestido xadrez azul. Mas os olhos dela eram, naquele tempo, um mel derretido e bonito. Nos apresentamos e dias depois nós começamos a namorar. Passamos muito tempo namorando, tempo para se noivar e casar, coisas de humano. Nós estávamos decididos a adotar uma criança e quando ela fosse mais velha ela se tornaria vampiro. Mas quando nós marcamos a data do nosso casamento a Amanda disse que queria conversar algo comigo. Ela me disse tudo sobre o que a Maddie sentia por mim. Eu a levei para nossa casa, a que você estava mais cedo, e conversamos sobre isso. Quando eu contei que não sentia isso por ela, ela enlouqueceu e fugiu. Como eu a amava, de um jeito comum, eu esperei ela por algum tempo. Mudamo-nos para o Juazeiro querendo viver algo novo e poder sair de casa. Nós trabalharíamos e a Amanda iria estudar, somente pela noite. Mas vi você naquele cinema. E eu senti o que a Maddie sentia por mim. Eu a amei assim que botei os olhos em você. Eu tive medo de você não sentir nada por mim, por eu não ter sentido pela Maddie. Mas então nós começamos a namorar. Quantos avisos sobre a Maddie eu escutei da minha família quando namorei com você? Mas eu queria tentar e conseguir viver com você. Eu não contei nada disso para você com medo de perdê-la. Mas você disse que viu a Maddie no seu banheiro e eu fiquei com medo e vim para Oxnard e deixe você sozinha. "Se eu não tivesse fugido você estaria em casa agora." "Ela soltou-se dos meus braços e a Maddie sentou novamente na poltrona. Virei-me para minha Viviane de cabeça baixa. Ela esticou a cabeça abaixo da minha e deu um meio sorriso para mim. Ela não merecia mesmo estar ali. Ela não sabia nada do que estava prestes a acontecer.
O rosto dela era vazio. Ela tinha os olhos nos meus, mas garanto que ela não estava olhando para mim. Parecia que a cabeça dela estava a milhões de distância de mim. Fora as milhões de sensações que ela devia estar sentindo nesse minuto.
Maddie se levantou de vez e parou do lado dela. Talvez confundindo os pensamentos dela. Viviane trocava o rosto do meu pro dela a cada segundo. A respiração dela estava irregular e o coração parecia que ia sair do corpo. Maddie voltou lentamente para a poltrona enquanto a Viviane apenas me olhava com olhos vazios.
Abracei ela sem querer saber o que aquilo reagiria nela. Fiquei inalando o cheiro do seu cabelo e ouvindo o seu coração cantar para mim.
- Eu te amo. - Ela sussurrou e eu não consegui deixar de sorrir. A apertei no abraço, mas soltei quando senti a respiração dela diminuir.
- Eu te amo. - Eu disse com o rosto dela entre minhas mãos. Ela sorriu e eu sorri de volta.
Eu consiguiria sorrir para ela mesmo que o mundo acabasse.
Maddie limpou a garganta e viramos para ela. Ela estava em pé ao nosso lado.
- Chega de filminho de romance agora, certo?
Eu ia abrir a boca para falar, mas fui interrompido pelo barulho de minha janela se quebrando em milhões de pedaços. Me virei para lá e vi dois vampiros com os olhos escuros olhando para nós. Suas narinas inflaram quando sentiram o cheiro do sangue da Viviane. O coração dela acelerou e eles respiraram fundo, sentido o cheiro que vinha dela. Eles deram um passo à frente e eu um para trás, levando Viviane comigo. Senti que ela ia cair e a apertei contra meu corpo. Eles sorriam desde o começo e passaram por cima de minha cama ficando ao lado da Maddie. Eles olhavam para mim e para a Viviane. O coração da Viviane ainda palpitava e eles ainda sentiam o cheiro dela.
Entrei em desespero. Eu precisava tirá-la dali. Queria ir para cima deles, mas não dava para deixar a Viviane só enquanto um dos vampiros estava à solta. Fiquei olhando os três, me ameaçando apenas com os olhos.
Senti os braços da Viviane passando pela minha cintura. Olhei para ela. Tão linda, tão vulnerável, tão humana. Eu a amava mais que tudo. Queria sumir daquele lugar agora com ela. Maddie começou a bater palmas.
- Vocês dois estão me surpreendendo cada vez mais. Estou adorando realmente o amor entre vocês dois. Isso é melhor que qualquer seriado de TV. E eu não estou suportando falar português esse tempo todo. - Ela bufou. Ficou em silêncio por alguns segundos. - Eu estive pensando em deixar vocês dois livres, sabe como é, ser boa uma vez. Mas você se lembra dos nossos planos para filhos, Thomas? Se lembra de tudo que a gente passou? E como você quer que eu deixe vocês dois apenas irem?
Ter planos um dia, e matar no outro dia. Parecia maravilhoso aos ouvidos de todo mundo.
- O que você vai fazer com a gente? - Viviane perguntou. Não era óbvio?- Não será dar doces, lhe garanto. - Maddie a respondeu. - Então. Mas eu ainda não decidi o que fazer com vocês e...
Ouvimos passos no corredor. Virei eu e os outros vampiros para o corredor igualmente. Nele estava toda minha família. Amanda passou um olhar confiante para mim. Eles entraram no quarto, com o Richard, a Sophia e a Amanda cuidando dos outros vampiros. Eu apenas iria me preocupar com a Maddie. Ela olhava para mim, duvidando que eu partiria para cima dela. Apesar de amá-la, de um jeito diferente, eu tinha que fazer isso.
- Fuja. - Disse para Viviane e fui para cima da Maddie.
Maddie botou os braços para frente, tentando me impedir. Mas o que ela fez a Viviane passar hoje não faria parar. Derrubei-a no chão e mordi o seu ombro, querendo atingir o pescoço. Ela chutou minha barriga me fazendo parar sobre a mesa da TV, derrubando-a no chão. Voltei para ela e joguei-a na parede. Mordi o pescoço dela, tirando um pedaço e joguei-o para o lado contrário da Viviane. Mordi novamente.
Agora um dos vampiros estava no chão e o Richard acabara de virar seu pescoço. Richard foi para onde a Sophia estava tentando acertar o outro e acertou ele com a ajuda da Amanda. Sophia se abaixou perto da Viviane e a levou. Vi ela saindo do quarto às pressas, seu coração acelerado de medo. Maddie mordeu meu braço e eu deixei meus dentes à mostra para ela. Mordi o pescoço dela novamente. Olhei para o corredor e ninguém estava mais lá.
- Você não irá me deter assim tão fácil, sabe que sou forte. - Maddie disse.
Joguei ela na janela de vidro, deixando-a cair nas árvores ao lado da minha casa. Fui para ela e estava se levantando com a ajuda dos galhos. Ouvi o carro saindo da estrada. Viviane estava a salvo agora.
- Maddie, você tem idéia do sofrimento que me causou? Da tortura que foi esse dia?
- Você sabe tamanha a tortura de saber que você estava apaixonado por outra! Por uma simples humana magrela! - Ela gritou.
- Isso não é motivo para fazer nada do que fez, Maddie. Eu não deixei de amá-la, nem voltei a amar você. Na verdade, o amor que restava acabou hoje.
- Você está de brincadeira. Nós somos aquele casal feliz que planejava ter filhos e viver como se não fossemos vampiros.
- Nós éramos, Maddie. - Saltei em cima dela. - Agora, eu amo a Viviane. E você não é nada para mim.
Torci o pescoço, deixando-a cair na grama verde. Olhei para cima e a Amanda me olhava pela janela quebrada.
Subi em um pulo para o andar de cima. Richard empilhava os dois homens altos. O ajudei a jogar onde a Maddie estava. Uma vez os corpos no mesmo lugar, esperamos o sol nascer para ver os corpos se desfazer. Vampiros vivos podiam ficar a luz do sol, vampiros mortos se desfaziam. Vimos eles se desfazerem de dentro da sala da frente.
- O que vamos dizer a Marissa? Rebecca, Jean e Daniel? - Richard se lamentou.
- Nós não podíamos deixá -la matar a Viviane.
- Claro que não. - Amanda concordou comigo.
A porta se abriu. Sophia entrou na sala e sorriu para mim.
- Você terá que ir vê-la em Fortaleza. Ela vai estar lhe esperando. - Ela me disse e eu a abracei.
- Obrigado, Sophia. - Peguei a chave do carro e fui em direção ao carro.
- Pensa que vai aonde sem mim? - Ouvi a Amanda indo em minha direção.
Ela pegou a chave do carro e entrou no motorista. Ela dirigiu em silêncio até LA. Eu pegaria o primeiro vôo e o mais rápido possível. Ela me levou até o aeroporto.
- Comprou? - Ela me perguntou. Assenti. - Boa sorte.
Ela me abraçou e eu vi o que tinha na mente dela. Eu e a Viviane juntos.
- Isso é tão chato! - Ela reclamou.
- Te amo, Amanda. - Beijei a testa dela.
- Eu também te amo.
- Prometa que vai com a Sophia e o Richard assim que der?
- Prometo.
Avisaram meu vôo no microfone e eu me despedi da Amanda. Entrei no avião e vi Los Angeles desaparecer nos meus pés. Eu queria mesmo ver Fortaleza aparecer. Todo o sofrimento tinha acabado de verdade agora.

Gente, aviso: Eu vou ficar sem postar por alguns dias (semanas) porquê eu to tendo muita coisa pra fazer. Viagens, escola, etc. Prometo que não vou deixar de escrever ok? Beijo para todo mundo e até logo ;*

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Capítulo Dezenove - História

Maddie estava com um sorriso irônico e seus olhos estavam mais escuros do que eu lembrava. Eu botei uma das mãos nas costas do Roberto, tentando me equilibrar para não cair ali mesmo. Eu engoli em seco e baixei a cabeça. A porta estava aberta. Ainda passou pela minha cabeça correr até ela e descer as escadas atrás da Amanda, Richard ou Sophia. Mas pela velocidade que eu vi deles, eu não conseguiria dar um passo além do que eu estava ali.
Lembrei que a Maddie conseguia ler mentes, ou algo parecido. Levantei o rosto e ela estava em pé ao meu lado. Roberto virou para frente dela, me deixando ainda atrás dele. Ela soltou uma risada baixa e deu um passo em direção ao Roberto, que não se mexeu. Por que ele não corria dali? Ele podia sair do quarto em menos de um segundo.
- Maddie, por favor. Deixe-a ir. Ela não fez nada. - Roberto suplicou.
- Você não vê? Eu não a quero. Ela é só um meio para chegar perto de você. - Houve silêncio. - Eu sei. Mas isso não é totalmente culpa minha, é? - Roberto balançou a cabeça, dizendo que não.
- Eu não estou entendendo nada. - Eu disse com o pouco fôlego que me restava de minha respiração silenciosa.
- Você devia explicar para ela, Thomas. Talvez não tenha outra chance.
Soltei-me dos braços do Roberto e a Maddie voltou a se sentar na poltrona. Roberto virou para mim com a cabeça baixa. Me estiquei para baixo e vi os olhos dele. O silêncio voltou e eu dei um meio sorriso para ele, e ele não moveu um músculo do rosto.
- Tem coisas que você não sabe. - Roberto me disse.
- Não foi tudo o que a Maddie me contou? - Ele balançou a cabeça que não.
- Eu nasci aqui em Oxnard no ano de 1890. Minha mãe era costureira de nobres que moravam em casarões daqui e meu pai era pintor. Eu não era rico, nem pobre. Eu vivia definitivamente bem. Até que meu pai entrou em uma briga com alguns arruaceiros que apedrejaram a loja de minha mãe. Em uma noite quando eu tinha 13 anos, em 1903, eles invadiram minha casa, e levaram meus pais. Eu estava em baixo da escada e não sai dali até o outro dia quando a polícia entrou na minha casa. Eles me levaram para a delegacia e eu passei o dia inteiro lá. Eles iam me levar para um orfanato, mas eu não queria isso. Eu fugi da delegacia, e como eu conhecia todas as montanhas daqui, fui para a South Mountain. Eu passei dias morando em sombras de árvores e me alimentando de frutos. Eu sempre caminhava pela manhã, para encontrar outro lugar para passar alguns outros dias. Quando achei uma casa, branca, com janelas e portas de ferro. Eu nunca tinha visto ela, e ela não estava perto de nenhuma das trilhas. Eu pensei estar abandonada e deitei sobre a escadaria e adormeci. Quando acordei eu estava em um quarto bem arrumado. Eu pensei que estava no orfanato e comecei a gritar e chorar. Uma mulher, a mais linda que eu já vi, entrou no meu quarto e me mandou fazer silêncio, que eu não estava no orfanato, e que eles iriam apenas me ajudar. A Sophia me ajudou a superar a morte dos meus pais, se isso foi possível. Depois de um mês eu conheci o Richard e ele me explicou tudo. Eles eram vampiros. Eu tive medo no início mas a Sophia me tranquilizou. Eu soube que eles não iriam me machucar. Depois de um mês convivendo com os vampiros comendo ainda apenas os frutos por eles não poderem aparecer na cidade sem nunca terem sido vistos, e eu menos ainda. Richard me perguntou se eu queria me tornar um deles, mas seria para sempre. Eu não poderia me tornar humano de novo. Eu aceitei. Richard e a Sophia me explicaram os perigos que seria me transformar comigo daquela idade, mas eu aceitei por não aguentar mais comer frutos. Eles me transformaram e eu descobri tudo que vampiros podiam e não podiam fazer. Descobri que os vampiros não se alimentavam mais de humanos – alguns – e que tinha essa bebida que os japoneses fizeram, que contém algo que matam nossa sede.
"Nós podemos mudar nossos metabolismo da idade. Eu posso ficar mais velho em questão de horas. Eu me adiantei apenas dois anos, ficando com 15. Passei cinco anos com 15 anos. Depois mudei novamente para 18 anos. Nesse meio tempo, nossa família recebeu a Amanda, vinda da Dakota do Norte. Ela era uma vampira também e estava apenas de passagem quando me viu correndo pelas montanhas. Ela me parou. Ela nesse tempo tinha 8 anos, e aumentou seu metabolismo para 19, e isso foi um erro. Ela me disse que ainda se alimentava de humanos, mas nem sempre conseguia pegá-los por ser muito jovem. A levei para casa e a Sophia e o Richard a receberam de braços abertos. Mais dois anos depois nós conhecemos outra família de vampiros. Ela se mudou para o outro lado da South Montain. Nós fomos nos apresentar para não ocorrer conflitos. Eles bebiam a bebida japonesa também. Eram quatro. Rebecca, Marissa, Daniel e Jean. Eles disseram que queriam se manter em um lugar para não precisar se mudar tanto. Mas eles disseram que havia um quinto membro na família deles, a Maddie. Disseram que ela chegaria dias depois e nos chamariam para apresentá-la. Como dito, eles marcaram uma noite para visitá-los. A Sophia e o Richard foram na frente e eu esperei a Amanda terminar de se arrumar. Quando chegamos lá a Marissa nos recebeu e fomos conhecer a Maddie. Eu lembro quando a Amanda a viu, e viu que ela sentiria aquilo por mim. Eu a vi. Ela era linda. Os cabelos dourados faziam cachos nas pontas e ela vestia um vestido xadrez azul. Mas os olhos dela eram, naquele tempo, um mel derretido e bonito. Nos apresentamos e dias depois nós começamos a namorar. Passamos muito tempo namorando, tempo para se noivar e casar, coisas de humano. Nós estávamos decididos a adotar uma criança e quando ela fosse mais velha ela se tornaria vampiro. Mas quando nós marcamos a data do nosso casamento a Amanda disse que queria conversar algo comigo. Ela me disse tudo sobre o que a Maddie sentia por mim. Eu a levei para nossa casa, a que você estava mais cedo, e conversamos sobre isso. Quando eu contei que não sentia isso por ela, ela enlouqueceu e fugiu. Como eu a amava, de um jeito comum, eu esperei ela por algum tempo. Mudamos-nos para o Juazeiro querendo viver algo novo e poder sair de casa. Nós trabalharíamos e a Amanda iria estudar, somente pela noite. Mas vi você naquele cinema. E eu senti o que a Maddie sentia por mim. Eu a amei assim que botei os olhos em você. Eu tive medo de você não sentir nada por mim, por eu não ter sentido pela Maddie. Mas então nós começamos a namorar. Quantos avisos sobre a Maddie eu escutei da minha família quando namorei com você? Mas eu queria tentar e conseguir viver com você. Eu não contei nada disso para você com medo de perdê-la. Mas você disse que viu a Maddie no seu banheiro e eu fiquei com medo e vim para Oxnard e deixe você sozinha. "Se eu não tivesse fugido você estaria em casa agora.""
Ele baixou a cabeça quando viu algo em meu rosto. Eu não saberia bem responder o que eu estava sentindo. Raiva por ele não ter me contado antes, medo por estar cercada de vampiros, amor por ele sentir aquilo por mim...
A Maddie levantou da cadeira bruscamente e parou do meu lado, interrompendo meus pensamentos mal feitos. Minha cabeça ainda girava por tudo que ele acabara de falar. Eu tive a sensação que ia desmaiar, ou vomitar. Os olhos dos dois estavam em mim agora. Os do Robert com a cor de um céu pela manhã sem nuvem e o dela de uma cor de ouro endurecida.
Não sabia o que deveria fazer agora. Deixar o Roberto aqui e talvez nunca mais vê-lo? Ficar aqui e talvez nunca mais ver minha família e meus amigos?
Maddie voltou a sentar-se na poltrona e o Roberto me abraçou. Como eu ainda pensei em sair dali? Eu ficaria com ele mesmo que o fim fosse trágico. Eu o amava. Por mais estranho que aquilo me parecesse, amar depois de um mês, eu o amava.
- Eu te amo. - Sussurrei no ouvido dele e ele me abraçou mais forte. Pensei que meus ossos fossem se quebrar, mas ele soltou antes de meu fôlego faltar.
- Eu te amo. - Ele falou e botou meu rosto entre suas mãos. Sorri para ele e ele sorriu para mim.
A Maddie se levantou da poltrona e limpou a garganta. Olhamos para ela e ela estava em pé ao nosso lado agora.
- Chega de filminho de romance agora, certo?
Virei-me para ela, mas minha ação foi interrompida por um bate na janela do outro lado do quarto. Virei-me para lá, junto com o Roberto. Dois homens com a pele morena e altos estavam na janela do quarto, eles tinham olhos pretos, realmente pretos, e sorriam. As narinas deles estavam infladas, o que fazia meu coração disparar de medo. Eles deram um passo para nossa direção e o Roberto deu um para trás, me levando também, quase me derrubando no chão se não fosse suas mãos na minha cintura. Olhei para o Roberto e ele não tirava os olhos dos dois homens que estavam ali dentro. Os dois passaram por cima da cama e ficaram ao lado da Maddie em menos de duas batidas do meu coração. Eles ainda tinham o sorriso no rosto e olhavam para mim e para o Roberto.
Olhei para o Roberto e o rosto dele não tinha como decifrar. Era uma mistura de medo com ira. Os olhos dele iam para os três quase ao mesmo tempo. Me agarrei na sua cintura e levantei o rosto para ver ele. Ele baixou a cabeça e ficou me olhando. O seu rosto não trazia mais a ira, apenas o medo agora. Eu queria que me matassem agora, mas não me tirassem dele.
Maddie começou a bater palmas.
- Vocês dois estão me surpreendendo cada vez mais. Estou adorando realmente o amor entre vocês dois. Isso é melhor que qualquer seriado de TV. E eu não estou suportando falar português esse tempo todo. - Ela bufou e houve silêncio por uns poucos segundos. - Eu estive pensando em deixar vocês dois livres, sabe como é, ser boa uma vez. Mas você se lembra dos nossos planos para filhos, Thomas? Se lembra de tudo que a gente passou? E como você quer que eu deixe vocês dois apenas irem?
- O que você vai fazer com a gente? - Perguntei. Mesmo quase sabendo a resposta.
- Não será dar doces, lhe garanto. - Maddie me respondeu. - Então. Mas eu ainda não decidi o que fazer com vocês e...
Todos os quatro viraram para a porta e eu fui a última a me virar. O Richard estava parado no corredor, junto com a Amanda e a Sophia. Graças a deus! Estamos salvos! Queria sorrir, vibrar, pular de alegria. Mas nada me garantia que estaríamos salvos. Eles entraram no quarto e o Richard foi para cima de um dos morenos altos, ele saltou sobre suas costas, dando-lhe mordidas em seu pescoço. A Sophia e a Amanda foram para o outro, Amanda o segurou enquanto a Sophia mordia seu pescoço também. O barulho que isso fazia era extremamente insuportável, era como se batessem panelas, ou algo mais barulhento, no meu ouvido. Roberto sussurrou um "fuja" e foi para cima da Maddie, ele a jogou no chão, fazendo o barulho aumentar. Eu botei a mão nos ouvidos e me encostei na janela de vidro atrás de mim. Eu fechei os olhos com as mãos no ouvido e pedi para que aquilo acabasse logo.
Um barulho mais alto do que antes me fez abrir os olhos. Eu vi o homem alto caido no chão e o Richard pulou em cima dele e rodou-lhe o pescoço. Me espremi ainda mais na parede. Richard levantou-se e foi para o outro homem alto que ainda estava tentado se soltar da Sophie e Amanda. Eu vi os cabelos da Maddie rodando ali, mas preferi não olhar para onde Roberto estava. Tinha medo de ver. Fechei os olhos novamente, apenas escutando os barulhos insuportáveis.
- Querida. - Ouvi entre os barulhos. - Querida, levante. - Abri os olhos e vi a Sophia com a mão estendida para mim.
Não hesitei em pegá-la. Ela me levou andando para o corredor. Arrisquei uma última olhada. Eu pude ver o Roberto, com os dentes a mostra para a Maddie. O medo que eu temia veio para mim. Agarrei mais a mão da Sophia e ela me levou para a sala no andar de baixo. Ela passou pelo sofá branco comigo e pegou chaves e uma caixa de madeira com uma mão só. Passamos pela porta da frente e fomos para o carro preto que ainda estava parado ali. Ela me levou para o banco do passageiro e em menos de um segundo estava no do motorista. Ela dirigiu e eu vi luzes de longe e o mar. Eu estava em Oxnard.
Ela dirigiu por mais ou menos uma hora e paramos em uma estrada vazia. Ela botou a caixa no colo e começou a mexer.
- Ponha isso. - Ela me entregou uma roupa. Notei agora que eu ainda vestia a roupa que a Maddie me dera.
Eu vesti o vestido que ela me deu e ela trocou de roupa também. Me deu uma peruca grande de cabelos castanho e um par de lentes de contato. Botei a peruca e depois sofri para botar a lente.
Ela andou mais dez minutos e entramos em Los Angeles. A cidade passava rápida ao nosso lado com o sol nascendo entre as palmeiras. Paramos no aeroporto e ela me deu duas bolsas.
- Na maior tem apenas panos, retalhos. Só para encher. Nessa pequena tem um telefone celular, um lenço e dólares e reais. Você vai para Fortaleza e de lá para Juazeiro.
Assenti com a cabeça e ela entrou na fila para comprar a passagem. Entrei na fila de embarque e ela veio para mim com as passagens.
- Tenha uma boa viagem, querida.
- Mas e o Roberto?
- Ele ficará bem e vai lhe encontrar em Fortaleza. Quando chegar lá ligue o celular e veja as mensagens de voz, terá uma dele. - Assenti com a cabeça e ela beijou-me na testa. - Até logo.
E se misturou na multidão.
Eu iria para casa, sem o Thomas e sem uma boa explicação para minha mãe.

Quem não entrou, entra, por favor.: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?rl=cpp&cmm=85976513

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Capítulo Dezoito - Lembranças

O tempo quase não passava, mas até que enfim eu estava em Fortaleza, e mais um avião eu estaria em Juazeiro. Eu estava na fila de comprar a passagem e liguei o celular para saber se a Amanda ainda viu alguma coisa.
- Alô? Amanda, você..
- Graças a Deus! Pensei que você nunca ia chegar. A Maddie está aqui em Oxnard.
- O que?
- Eu acabei de ver. Ela vai levá-la para a antiga casa de vocês.
- Ok, tchau. - Desliguei o celular.
- Qual passagem, senhor? - Uma morena sorridente atrás do balcão me perguntou.
- Los Angeles. - Ela assentiu com a cabeça e começou a digitar.
- Sai um daqui à dez minutos. - A entreguei o cartão de crédito.

Foram as horas mais longas do dia. Eu sabia que a Maddie estava com minha Viviane e isso me deixava nervoso. O avião parou em Los Angeles e eu peguei um Táxi até o último ponto da cidade, já estava de noite e eu podia correr por fora da pista sem ser visto. Eu corri pela South Mountain e a Amanda estava na escadaria de pedra da minha casa. Ela se levantou na medida em que eu chegava.
- É bom irmos para a casa. Viviane ainda dorme pelo remédio que a Maddie deu para ela depois de desacordar ela. - Eu fechei os olhos para esconder minha dor visível dela. Viviane fraca e desprotegida em uma casa com a Maddie. - Ela não está sozinha. Maddie conseguiu alguns vampiros. Eu não os conheço e não posso ver eles.
Entrei na casa e o Richard me parou na sala, ao seu lado estava a Sophia com uma cara de preocupação. Assenti com a cabeça e segui para a mesinha, peguei a chave do carro preto do Richard e voltei para o lado externo da casa. Não havia mais ninguém lá. Fui para a garagem e eles me esperavam do lado de fora do carro.
- Vocês não vão. Não posso perder todos que eu amo.
- Você não vai perder ninguém. - Amanda me disse encostando a mão em mim e eu vi a Viviane beijando meus lábios.
A chave do carro não estava na minha mão e o Richard já estava no banco da frente, pronto para dirigir. Sophia, com todo o seu amor, estava ali, pronta para enfrentar tudo por mim. Era impossível não amar toda minha família, que podia não ser de sangue, mas eu os amava igualmente à minha família biológica. Amanda entrou no carro e o Richard deu ré da garagem. Pegamos a estrada e rapidamente fomos para o outro lado da South Mountain. O carro parou ainda longe da casa.
- Eu vou primeiro. Se algo acontecer comigo, eu quero todos o mais longe daqui. - Eu disse e todos ficaram em silêncio. Sabia que eles não desistiriam de mim tão fácil.
Saí do carro e corri para a frente da casa amarela. A porta pesada da frente estava aberta. Eu a empurrei e vi vários vampiros na sala principal.
- Onde está a Maddie? - Perguntei em inglês, sem saber que língua eles falavam.
Eu fechei minha boca e o elevador fez um barulho, indicando que ele tinha chegado. Todos se afastaram para eu ver o elevador. A porta se abriu e eu vi a Maddie com uma calça jeans e uma blusa azul que ela usava quando namorávamos.
- Fico feliz vendo que você ainda lembra-se de alguma coisa que tínhamos.
- Não faça nada com a Viviane. Ela nem sabe de nada.
- Eu sei, Thomas.
Ela desviou os olhos cor de mel escuro para um moreno alto na fila de vampiros de olhos escuros. Eu sabia o que aquilo significava para mim. Ele andou rapidamente até mim e puxou meus braços para minhas costas e me empurrou até o elevador. Dei uma última olhada para a Maddie que estava com a sua postura ereta e sem sinal de humor no rosto.
Me leve, me mate. Mas deixe-a ir! – eu gritei por dentro para a Maddie, mas ela pareceu não se importar. Deixar a Viviane em paz era o único sentido que eu vi até agora. Andei pelo corredor enorme de minha ex casa com o homem alto me empurrado todo o caminho. Ele parou no último quarto do corredor, onde antes era o quarto do filho que teríamos. Meu coração sentiu uma pontada por saber que eu podia estar com a Maddie e tendo um filho vampiro hoje.
O homem acendeu as luzes e tudo tinha mudado. O quarto tinha uma cor neutra e duas cadeiras no meio da sala. Um pano cobria a janela do fundo e do lado esquerdo tinha correntes, que eu sabia para que elas serviriam. Ele me amarrou pelos braços e pelo tronco me deixando impossibilitado de erguer a coluna. Ele saiu e apagou a luz.

Após uma hora, ou duas, a porta se abriu. Alguém entrou e acendeu um abajur sobre a mesa entre as cadeiras. Os cabelos loiros brilhavam com a luz. Era a Maddie. Comecei com minha imploração interna e ela nem sequer se moveu. Até que a porta foi aberta novamente.
Eu a ouvi antes de vê-la. O som que me fazia feliz, agora, me fez agonia. O que ela estava fazendo caminhando até a Maddie? Queria ter forças para gritar para ela ir embora dali. O coração dela acelerou por algum motivo e o som ficou mais alto em minha mente.
- Não se preocupe. Seu amado está bem. O Thomas só não ficará mais com você. – Maddie disse. Como assim não? Eu a amava e nada poderia me manter longe dela. Se a Maddie não a machucasse eu ficaria com ela para sempre. – Thomas, querido, sabe que eu não machucaria ela. - Ela se levantou e caminhou até mim
Uma luz foi acesa e eu ergui a cabeça. Ela estava com os olhos fechados pela luz acesa rapidamente. Depois os abriu e olhou minhas correntes.
- Ela ama você. - Maddie disse, mas eu não tirei os olhos de minha Viviane.
Ela olhou nos meus olhos e eu não deixei o silêncio ficar na sua mente. Os olhos azuis que eu tanto precisei por uma semana agora sentiam pena de mim, e eu me senti tão mal por ela estar passando por isso. Tentei dar o meu melhor sorriso, mas ela apenas ficou ali olhando para meu rosto e as correntes.
- Você já me tem, deixe-a ir.
- Não quero ir para nenhum lugar sem você, Roberto. - Minha Viviane disse e a Maddie riu. Eu sabia o que ela estava pensando, era sobre o nome. Eu não podia me chamar Thomas em um país estrangeiro.
- Ela mesma não quer ir. - Maddie disse no meio dos risos.
- Não Viviane, vá. Você precisa ir! - Falei com a voz baixa, sabendo que ela não iria.
Ela andou até mim e levantei o rosto quando ela parou na minha frente. Ela olhou para as minhas correntes na coluna e depois para meus olhos. Eu me controlei para não deixar o silêncio nos ouvidos dela. Ela botou a mão no meu rosto e eu fechei meus olhos, descansando o rosto nas mãos dela. Ela encostou os lábios na minha testa e os pressionou. Ouvi o coração dela mais alto e soltei o ar fazendo as pontas do cabelo dela balançarem.
- Me desculpe. - Eu disse quando ouvi a Maddie indo em direção à ela. Era o máximo que eu podia fazer: me desculpar. Principalmente sabendo que ela estava naquela situação por minha causa.
- Não quero nada de dramatização aqui. - Maddie a levou para uma distância não muito grande de mim. - Você quer ou não saber o porquê de estar aqui?
O que? – Não! - Tentei gritar. Vi a Viviane assentindo com a cabeça.
- Muito bem. Quando o "Roberto" tinha 13 anos, ele foi abandonado pelos pais. Ele andou só por muito tempo pelas ruas de Oxnard. O Richard o achou, junto com a Sophia. Eles ficaram cuidando dele. Mas a Sophia e o Richard tinham um segredo, o mesmo do nosso. Eles eram vampiros. – Baixei a cabeça, sabendo que ela olharia para mim. Não queria saber qual seria sua reação – Quer parar de se distrair? – Maddie fez uma pausa pequena. – Vampiros. E não é mentira. Nós somos vampiros. Mas nós não nos alimentamos mais de humanos, às vezes. E nós vampiros quando se apaixonamos, não tem volta, e essa pessoa ama você para toda sua vida.
- Você sente isso por mim? - Ouvi a Viviane perguntar, mas não ergui a cabeça. Maddie limpou a garganta.
- Eu sinto isso pelo Roberto. Ele não sente isso por mim. - Ela explicou algo da mente dela. - São raras as pessoas que são imunes a isso. Ele apenas gostava de mim, como um humano gosta de outro. Mas daí, quando eu soube, não quis mais. E ele foi para o Brasil. E ele sente isso por você. E você irá amar ele mais do que qualquer outra pessoa.
- Mas ainda não entendo porque ele está amarrado e eu onde não conheço.
Claro que não entende. Ela tirou a parte da história que somos perigosos e podemos matar centenas de pessoas em questão de segundos. Tirou também da história que ela era a vampira mais poderosa, em termos de força. Eu não gostava de imaginar minha Viviane correndo riscos. Ouvi passos e o som do coração da Viviane veio aumentando, junto com o volume dos seus soluços. Ela encostou o rosto no meu e eu senti seu cheiro. Senti também uma lágrima descendo no seu rosto, encostei o meu nariz nela, tentando limpá-la. Afastei o rosto e ela trazia uma cara de dor e paz ao mesmo tempo. Queria saber se eu também estava assim. Tentei o meu melhor sorriso e vi suas sobrancelhas se enrugarem.
- Eu amo você. - Sussurrei no ouvido dela.
Esperava que ela respondesse, mas ela beijou meus lábios, dando a resposta que eu queria. Queria abraçá-la e nada mais. E a Maddie a tirou de mim. Viviane saiu arrastada do quarto sem tirar os olhos de mim.

A luz apagou-se, mas eu não mexi nem os olhos. Senti uma das minhas correntes do braço se soltar e a ouvi cair no chão. Seguida da outra mão e depois a da cintura.
- Hi, little brother. - Amanda me saudou no escuro. Ela pegou minha mão e me guiou no escuro para a porta do corredor. - Não sei como entrei, mas tive sorte. E com sorte sairemos daqui.
- Não vou a lugar nenhum sem a Viviane.
- Já imaginava. - Ela disse.
Ouvi passos apressados para o outro lado do corredor. E ouvi-a. Olhei para a Amanda e ela soube o que aquilo significava. Amanda correu pelo corredor e segui atrás dela. Amanda segurou a porta enquanto eu seguia o corredor. Dei a curva e a vi. Ela estava com os olhos fechados e uma foto nas mãos. Ouvi passos no corredor e a levei para dentro da porta do lado direito. Eu sabia o que era ali. Era a antiga biblioteca, ela levava aos dois andares de cima da casa. As prateleiras de livros eram do chão até o teto do andar seguinte e um sofá com várias almofadas no chão. A mesa de vidro no canto do sofá tinha o vidro quebrado. Desde a última vez que eu fui ali.
- Eu não posso explicar porque isso acontece comigo, Maddie.
- Você vai ter que explicar pro Richard sua volta para casa, Thomas. - Ela gritou e jogou o porta retrato em cima da mesa.

Fora nossa última conversa. Pude ver o porta retrato no chão, mas eu estava ocupado demais para ver isso. A segurei mais nos braços e subi as escadas, levando para o andar de cima. Abri a porta para o corredor e fui para o meu antigo quarto.
A soltei e depois botei as mãos nela, procurando abraçá-la. Ela começou a se debater e bater em mim.
- Está tudo bem. - Sussurrei e ela, não sei como, me achou para me abraçar.
A luz acendeu e eu a soltei. Vi a Amanda saltando da janela e depois vi o rosto de espanto da Viviane. Eu teria que tirá-la de lá agora.
- Se segure. - A botei no braço e ela botou o rosto no meu pescoço. Pulei os três andarem e ela tirou o rosto do meu pescoço, olhando para trás. O carro do Richard nos esperava pelo caminho que nos levaria para casa. Entrei com a Viviane no banco traseiro e ela relaxou os ombros quando sentada.
- Você está bem, querida? - Sophia perguntou para a Viviane ela assentiu com a cabeça.
- Onde está a Amanda? - Perguntei sabendo que ela já devia ter passado para cá.
- Já está vindo. - Richard me respondeu e eu olhei para o lado de fora do carro. A Amanda saltou da janela do terceiro andar e eu suspirei de alívio por saber que ela estava viva. Puxei a Viviane e nos afastei para a Amanda entrar sem dificuldades no carro para sairmos logo dali.
- Anda! - Amanda gritou voltando o olhar para a casa.
Vi várias pessoas, das quais não conhecia, saindo do quarto e da porta da frente. Viviane me abraçou e eu passei os braços por ela. Richard acelerou e eu beijei a testa da Viviane. Logo ela estaria longe dali, de mim e de todo o perigo. Durante o caminho a Amanda ficava olhando para a traseira do carro, mas ninguém nos seguia. A Sophia olhava para a Viviane nos meus braços.
Chegamos enfim em casa e eu ajudei Viviane a sair do carro, porque ela parecia imóvel demais para se mexer. A ajudei a subir a escadaria de pedra e a deixei na sala, onde a Amanda, tampava as janelas com as cortinas. Passei para a cozinha. Eu precisava me hidratar depois da correria de hoje, depois de tanto tempo de tranquilidade entre nós e os humanos, nós quase éramos humanos e nos acostumamos a não fazer coisas como correr ou atacar alguém. Enquanto eu bebia o terceiro ou quarto gole a Viviane entrou na cozinha. Eu joguei o copo na pia e fui em sua direção.
- O que era aquilo? - Ela perguntou.
- Agora não, querida. - Disse levando-a de volta para a sala.
Richard conversava com a Amanda sobre como fugirmos com ela, por ela estar ilegalmente no país. A levei para o andar de cima, onde poderíamos conversar sobre essa noite. E ela poderia dizer o que significava tudo que ela ouviu da Maddie hoje. Andamos em silêncio pelo corredor do andar de cima e eu abri a porta do meu quarto. Quando vi a Maddie sentada em minha poltrona. Passei para frente da Viviane e envolvi os braços pelos lados dela.
Maddie levantou o rosto ao pararmos e sorriu para nós.




Gente, a parte em itálico é um flashback ok? Só explicando. Porquê a Nicole não entendeu. Quem ainda não entrou, por favor: http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?rl=cpn&cmm=85976513

sábado, 4 de abril de 2009

Capítulo Dezessete - Verdade

Meu medo tomou conta de cada parte do meu corpo. Eu podia sentir a dor do medo. Eu consegui me levantar de susto, mas depois não consegui mexer mais nem um músculo. Meu coração palpitava de pavor, e a única coisa que eu consegui mexer foi os olhos e mais nada. Meu cérebro desligou e eu só pude ver a loira. Vi seu corpo bem feito e seus dentes, mas não pude ver o seus olhos. Ela deu um passo para frente e eu um para trás, ficando encostada na árvore.
Eu tinha certeza que minha vida iria acabar naquele momento. Tinha certeza que eu iria morrer e deixar minha família, meus amigos, e o Roberto. Imagens do Roberto e eu veio na minha cabeça. Meus olhos ainda na loira, de repente, viram o nada. Olhei para o lado e a Maddie estava sorrindo para mim com o rosto à vinte centímetros do meu.
Vi agora os olhos dela. Tinha uma cor de mel, só que escura. Era de dar medo.
- Meus olhos não têm nada demais. - Ela disse em uma voz rouca e musical.
Meus olhos arregalaram-se e dei um passo para o lado, me distanciando dela. Mas tropecei no livro e cai sentada na grama. Engoli em seco quando vi ela ereta na minha frente, com o mesmo sorriso de desprezo e desejo de antes. Ela esticou a mão para minha surpresa, mas eu não a peguei, nem me levantei.
- Eu não mordo. - Ela disse e depois riu. - Pensando bem, melhor você não pegar minha mão. - E riu de novo.
Consegui me erguer e ela ficou séria. Ela ergueu uma sobrancelha me olhando dos pés a cabeça.
- O que você quer? - Perguntei.
- Essa não é uma pergunta boa.
"Ele não está aqui!" gritei por dentro, mas não consegui falar nada.
- Se eu tivesse vindo atrás dele não estaria com você.
- Como...? - Tentei falar, mas nada saiu, além disso.
Ela ergueu as sobrancelhas e em seguida deu uma gargalhada rouca. Olhei para minha casa e estava totalmente apagada.
- Como eu consigo responder antes de você perguntar? - Ela disse mexendo as mãos e dando passos elegantes entre mim e a árvore.
Engoli em seco e pedi para poder sair dali viva, mas tudo indicava que não. Ela passou para trás de mim e eu não pude me mexer. Senti dedos frios passando pela minha nuca por cima do meu cabelo e enrijeci.
Senti meu corpo cair para frente e minha mente apagou.
Abri os olhos e vi um teto branco com um lustre lindo sobre mim. Me sentei de vez e minha cabeça girou. Fechei os olhos, para passar a tontura e para ver que aquilo não passara de um sonho. Quando abri os olhos eu estava em um quarto enorme com paredes de madeira. O piso era igualmente de madeira e os moveis eram de um padrão só. A cama que eu estava era grande e ao lado tinha janelas com cortinas fechadas. Me levantei e notei que não usava mais a minha roupa, e sim um roupão branco. O fechei e andei para a porta que era na frente da cama.
Era o corredor do meu sonho. Um calafrio passou pelas minhas costas. Quando fechei a porta para andar no corredor e descobrir onde eu estava ouvi passos de um lado do corredor e me encolhi na parede.
- Vejo que acordou. - Maddie disse quando eu a vi no lado esquerdo do corredor.
- Onde eu estou?
- Na minha casa. Minha não, mas eu gostei dela.
- Onde está minha família?
- Na sua casa.
Eu sabia que não podia confiar em estranhos, mas algo me dizia que ela contava a verdade.
- Não minto. - Ela disse.
- Como você consegue fazer isso? - Perguntei.
- São alguns segredos. - Eu estava tão cheia de segredos em todos os lugares. - Não se apresse querida. Na verdade, você está atrasada para se vestir. Tem uma roupa sobre o sofá no quarto e se não se importa quero levar você daqui à quinze minutos.
Não discuti, apenas fui para dentro do quarto. Andei até o sofá branco como todos os acolchoados do quarto e vi uma roupa dobrada. Era um vestido branco com rendas feitas à mão. Uma sandália me aguardava na frente do sofá. Tirei o roupão, pus o vestido e calcei a sandália.
Olhei ao redor e vi uma cômoda do lado do guarda roupa. Tinha vários porta-retratos com fotos de pessoas lindas e parecidas. Mas uma delas era do Thomas, com seu sorriso perfeito, junto com a Maddie. Agora que eu estava vendo claramente, não nos meus pensamentos. Eles pareciam felizes, mais do que qualquer outra pessoa.
- Verdade. - Soltei o porta-retrato fazendo-o cair no chão e me virei de vez. Maddie estava na porta. - Está pronta? - Assenti com a cabeça.
Apanhei o porta-retrato com o vidro quebrado e botei sobre a cômoda novamente. A segui para o corredor e andamos para um lado e parecia tudo igual. Eu agora não sabia mais voltar para o quarto. Ela parou na frente de uma porta e a abriu. Tinha uma escada em espiral grande, podia ser dois andares ali. Descemos em silêncio, como pelo corredor e quando terminamos de descer dava para uma sala.
A sala era grande e tinha um sofá com o estofado marrom e uma mesinha com peças de cristais. Uma TV de plasma estava na parede e abaixo dela uma mesa da cor do estofado com mais peças de cristais. Ao lado da TV tinha uma porta de madeira dupla. Do outro lado da sala tinha janelas grandes, sem nenhum espaço entre elas. A lua estava por entre as árvores grandes. Continuei andando e ela parou em uma porta branca e a abriu para o lado.
Era uma cozinha grande com uma mesa redonda no meio. A mesma janela estava na cozinha, e agora dos dois lados. Do outro lado pude ver carros parados e mais árvores. Devíamos estar no meio do nada.
- Pode se servir do que quiser. - Ela disse abrindo a geladeira de porta dupla e mostrando muitas comidas.
Eu não fazia idéia de quanto tempo fiquei desacordada agora, ouvi meu estômago roncar e fui para a geladeira. Comi, e muito. Ela ficou sentada na cadeira, com o olhar na janela enquanto eu comia toda sua geladeira. Terminei e lavei as mãos na pia.
- Vamos. - Ela se levantou e voltamos para a sala. Ela não foi para a escada e sim para uma porta de elevador atrás da escada. Entramos e saindo para um corredor, mas eu não sabia se era o mesmo ou não. Continuamos andando e eu vi a curva do corredor do meu sonho. Parei e ela continuou. Fiquei ali estudando aquele lugar e depois dei a curva no corredor. Tinha a mesma porta e ela não estava mais lá.
A porta estava meio aberta e eu a empurrei. A sala estava escura com as cadeiras no meio, iluminadas pelo abajur sobre a mesa. Andei, respirando alto, para dentro do lugar. Se era meu sonho mesmo era para o Roberto estar ali, e a ânsia de vê-lo me deixou agitada.
- Não se preocupe. Seu amado está bem. O Thomas só não ficará mais com você. Foi a frase dita no sonho e dita agora. Me contorci de dor por dentro.
- Thomas, querido, sabe que eu não machucaria ela. - Ela se ergueu e andou pelo escuro.
Uma luz foi acesa, fazendo doer meus olhos. Mas a dor nos olhos não foi nada quando eu abri e o vi. Preferiria morrer a vê-lo assim.
- Ela ama você. - Maddie disse para o Roberto.
Eu olhei para ele, os olhos dele eram os mesmo azuis claros de sempre. O rosto dele trazia dor e deu um meio sorriso para mim. Ele estava amarrado e com as costas dobradas. Eu preferiria estar no lugar dele a vê-lo naquele lugar.
- Você já me tem, deixe-a ir. - Ele disse, fazendo meu coração se deliciar com o som da voz dele.
- Não quero ir para nenhum lugar sem você, Roberto. - Maddie riu quando eu disse.
- Ela mesma não quer ir.
- Não Viviane, vá. Você precisa ir! - Ele disse com a voz baixa.
Eu andei até ele. Parei na frente dele e ele levantou o rosto, tentando ajeitar a coluna que agora, eu vi que estava amarrada também. Botei as mãos no rosto dele e ele fechou os olhos. Cerrei a boca segundo as lágrimas que estavam prontas para vir. Beijei a testa dele e ele soltou o ar nos meus cabelos.
- Me desculpe. - Ele disse e eu fui puxada.
- Não quero nada de dramatização aqui. - Maddie disse me puxando para uma distância, ainda pequena, do Roberto. - Você quer ou não saber o porquê de estar aqui? - Ela me perguntou.
- Não! - Roberto fez um esforço e quase gritou. Assenti com a cabeça para a Maddie.
- Muito bem. Quando o "Roberto" - eu pude ouvir as aspas entre o Roberto. - tinha 13 anos, ele foi abandonado pelos pais. Ele andou só por muito tempo pelas ruas de Oxnard. O Richard o achou, junto com a Sophia. Eles ficaram cuidando dele. Mas a Sophia e o Richard tinham um segredo, o mesmo do nosso. Eles eram vampiros. - Minhas sobrancelhas se enrugaram. Isso não era hora de mentir! Olhei para o Roberto e ele estava com a cabeça baixa. - Quer parar de se distrair? - Maddie perguntou, me fazendo voltar para ela. - Vampiros. E não é mentira. Nós somos vampiros. Mas nós não nos alimentamos mais de humanos, às vezes. E nós vampiros quando se apaixonamos, não tem volta, e essa pessoa ama você para toda sua vida.
- Você sente isso por mim? - Perguntei pro Roberto. Maddie limpou a garganta.
- Eu sinto isso pelo Roberto. - Claro, que estupidez a minha. - Ele não sente isso por mim. São raras as pessoas que são imunes a isso. Ele apenas gostava de mim, como um humano gosta de outro. Mas daí, quando eu soube não, quis mais. E ele foi para o Brasil. E ele sente isso por você. - Não consegui deixar de sorrir. - E você irá amar ele mais do que qualquer outra pessoa.
- Mas ainda não entendo porque ele está amarrado e eu onde não conheço.
Ela deu um sorriso e levantou as sobrancelhas. É claro! Ela queria matar a gente, por ele não a ter amado e por eu ter roubado o amor dele. Olhei para o Roberto, Thomas, e ele estava com a cabeça baixa. Só queria poder ir lá e dar um último beijo nele. Andei para ele, sem me importar com a Maddie.
Quando cheguei perto dele notei que eu soluçava de chorar. Não sabia se era o medo, ou o meu amor por ele. Encostei meu rosto no dele e eu pude sentir o aroma de sua respiração. Ele passou a ponta do nariz dele sobre uma lágrima minha e afastou o rosto para me mostrar o sorriso dele no rosto. Como ele podia sorrir sabendo que iríamos morrer?
- Eu amo você. - Ele sussurrou no meu ouvido, me fazendo tremer.
O beijei nos lábios. Um beijo de despedida. Um beijo que me fez querer sumir dali no segundo seguinte e não ver mais o rosto dele nos meus pensamentos.
A Maddie passou o braço na minha barriga e me arrastou dali. Vi o rosto dele pela última vez. Ele era tudo que eu queria. Passei para o corredor e ela continuou me arrastando.
Ela abriu uma porta em alguma parte do corredor e me jogou dentro. Fiquei sentada, sem poder mexer um músculo. E ela fechou a porta. Estava escuro e fiquei apenas com minhas lágrimas por alguns muitos minutos. Eu me levantei e tateei a parede atrás de um interruptor, achei ele e acendi.
O quarto estava lotado de gente, que eu não conhecia. Seus olhos tinham cores diferenciadas, e era a única coisa que eu via deles. Suas feições, suas belezas, nada. Apenas os olhos em mim.
Abri a porta e sai para o corredor. Ele parecia igual para mim. Andei para o lado direito e vi a curva conhecida. Não tinha mais porta, era a mesa. Andei depressa para ela e abri a gaveta. A foto estava lá, a foto do meu sonho. Minhas pernas queriam quebrar. Mas minha mente viu o que aconteceria depois. Virei as costas e vi as sombras das pessoas. Me encostei na mesinha, esperando minha morte. Senti mãos em mim e não abri os olhos, depois de três minutos eu estando viva, as mãos me soltaram e eu abri os olhos.
Eu estava em uma sala escura. Parecia que nenhum lugar que eu fosse era claro naquela casa. Senti uma mão em mim e começei a me debater.
- Está tudo bem. - Roberto sussurrou.
Mesmo no escuro eu o encontrei para abracá-lo. Os braços dele me cercaram, me fazendo sentir bem. Eu me sentia salva, mesmo sem saber onde eu estava. A luz acendeu e eu o Roberto nos soltamos. Eu estava no quarto de mais cedo, a janela estava aberta e eu vi uma sombra de alguém saindo pela janela.
- Se segure. - Ele disse e me botou nos braços. Me segurei na blusa dele e botei o rosto no pescoço dele. Senti o vento passando por a gente e tirei o rosto do pescoço dele. Nós estávamos do lado de fora da casa. Ela tinha três andares e era toda pintada de um beje claro, ou amarelo. O escuro não me deixava ver. Um carro preto, que eu conhecia, esperava a gente no caminho de terra entre as árvores.
Roberto entrou comigo no banco traseiro do carro e eu sentei ao lado dele. O Ricardo dirigia o carro e a Sophia estava no banco do passageiro.
- Você está bem, querida? - Sophia me perguntou. Assenti com a cabeça.
- Onde está Amanda? - Roberto perguntou.
- Já está vindo. - Ricardo respondeu e os três olharam para o lado de fora do carro, em direção a casa.
Olhei também e a casa parecia calma. Mas um vulto passou pela janela aberta no terceiro andar e veio na direção do carro. Eu iria entrar em desespero, quando ouvi o suspiro dos três. Roberto me puxou e afastou para o meio do banco. Amanda entrou no carro, ajeitando o cabelo assanhado.
- Anda! - Ela gritou voltando o rosto para a casa.
Eu acompanhei o olhar e vi vários vultos passando. Me espremi no peito do Roberto e ele passou os braços por mim. Senti o carro acelerando e o Roberto beijou meu cabelo. Fiquei inspirando o cheiro da camisa dele, tentando me acalmar. O carro parou e eu abri os olhos. Todos estavam saindo do carro, e o Roberto me ajudou a sair.
Paramos na frente de uma casa linda. Das que se vê em cinema. Ela tinha uma cor de madeira clara e era quase toda de vidro. Ninguém estava mais do nosso lado. Roberto me ajudou a entrar na casa e era uma sala grande, com um sofá de couro branco lindo. A Amanda estava fechando as cortinas beges de toda a sala. Roberto me sentou no sofá e caminhou por uma porta que parecia ser a cozinha. O Richard passou por mim com uma caixa de madeira e a botou sobre uma mesa de madeira pequena na sala. Ele a abriu e a Amanda se juntou a ele. Os dois ficaram conversando baixo. Me levantei e fui para a direção que o Roberto tinha ido. Ele bebia alguma coisa em um copo escuro. Quando ele me viu ele jogou o copo na pia e foi em minha direção.
- O que era aquilo? - Perguntei.
- Agora não, querida. - Ele disse e me guiou de volta para a sala.
Mas ele não me deixou no sofá, ele me levou para o andar de cima. Tinham três portas no corredor com uma janela imensa já fechada pela cortina. Ele me guiou até a última porta do corredor e a abriu para mim. Era um quarto, e as cortinas ainda estavam abertas. O Roberto parou na minha frente e passou os braços em volta de mim, atrás dele.
Ergui meu pé para enxergar sobre o ombro dele. A Maddie estava sentada em uma poltrona branca mexendo nas mãos sobre o colo. Ela ergueu a cabeça e sorriu para nós.


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