quarta-feira, 18 de março de 2009

Capítulo Treze - Nem todos os relacionamentos são iguais

Era minha última semana de férias e esses últimos dias foram bem, digamos, ruins. Eu só sai do meu quarto para comer. Era sexta e na segunda eu teria que ir para a escola e ver as mesmas pessoas sorrindo para mim. E minhas amigas. Eu abandonara elas e disse para dizer que eu não estava quando elas ligavam. Contar a elas que eu tive um namorado que me abandonou não era uma coisa na minha lista de afazeres. Me levantei e me arrastei para meu banheiro.
Virei as costas e vi meu quarto, lembrando da mulher que mudara totalmente minha vida. Por causa dela eu perdi o Roberto. Minha mente estava totalmente ocupada sobre quem era ela e o que o Roberto tinha com ela para ficar daquele jeito. Meu banho foi lento, não lembrava a última vez que eu tomara banho.
Me vesti como uma pessoa e peguei minha caixa de maquiagens. Tampei as minhas olheiras e desci as escadas. Meu irmão estava na sala com mais dois meninos. Eu sorri para eles e o Bruno sorriu com pena, tentei imaginar o que eu andara fazendo esses dias.
Fui para a garagem e o Carlos estava conversando no telefone ao lado do carro que era apenas para meu uso e de meu irmão. Ele me levou ao shopping e eu andei diante aquela zuada toda para a gráfica do shopping pequeno dali. Comprei tudo que eu iria precisar para as aulas. A loja de minha mãe estava cheia então resolvi não atrapalhar. Voltei para casa em quase uma hora e voltei para o fundo do meu quarto. Notei agora com as cortinas abertas que ele estava imundo e cheio de roupas no chão. Meu celular estava ao lado do tapete com a bateria próximo a porta do banheiro e a tampa do celular perto da minha cama. Apanhei as partes do celular e juntei ele. Torci para ligar, não saberia como explicar que eu o joguei na parede, por não receber ligações do meu namorado, para meus pais. Tinha trinta e duas ligações não atendidas. Ana, Mariane, Mamãe e Bruno.
Fiz uma ligação tripla para Ana e a Mariane.
- Oi. - Eu disse.
- Oi, dorminhoca. - Ana disse brincando. - Andou curtindo a cama nos últimos dias de férias, hein? - Mariane riu e concordou.
- Acho que sim. - Concordei. - Estou com saudade de vocês.
- Querida! Eu combinaria alguma coisa, mas meu final de semana está lotado. Acho que só nos veremos na segunda. - Mariane disse com voz de choro.
- Eu também. - Ana disse.
- Não, não. Não se preocupem quanto à isso. Eu estou bem. Aguento três dias sem vocês.
Passamos o resto da tarde falando. Elas falando, como o de costume. Eu fiquei apenas escutando suas aventuras. Não contei do Roberto. "É meu namorado fugiu depois que falei de uma mulher.". Extremamente ridículo! A noite chegou logo e elas tiveram que desligar.
Desci para a cozinha e minha casa estava vazia. Esquentei um pedaço de pizza que estava na geladeira. Fiquei vendo a pizza girando para ocupar um minuto e meio de minha noite. O interfone tocou me fazendo pular de susto.
- Oi.
- Tem cartas hoje. Recebe apenas amanhã? Ou quer vir buscar?
- Vou buscar depois do jantar. - Isso me manteria ocupada. - Obrigada. - Desliguei.
Comi a pizza quase fria e botei o prato na pia. Fui para o lado de fora e estava totalmente escuro, à não ser pelas luzes externas de cada casa. Os postes estavam apagados. Liguei a luz externa da casa e encostei a porta. Andei sem pressa para a casa do porteiro na porta do condomínio.
- Aqui. - Ele me entregou uma caixa pequena e leve.
- Obrigada. - Peguei a caixa e andei de volta para minha casa.
No caminho eu abri a caixa e fiquei revirando as correspondências. Um barulho saiu das árvores, exatamente como o daquele dia à noite. Derrubei a caixa no chão, fazendo os papeis caírem nas pedras. Nada de diferente estava entre as árvores. Me agachei e juntei tudo, jogando na caixa. O barulho se repetiu e eu apressei o passo para casa. Fechei a porta e olhei pelo olho mágico.
- Mas que bela segurança eu estou aqui dentro. - Falei sozinha quando notei que eu estava totalmente sozinha. Botei a caixa em cima do sofá e subi para meu quarto. Fechei a porta de chave e fiz o mesmo com a janela. Vesti minha roupa de dormir e me deitei, com a luz acesa. Agora estava mais fácil dormir com a luz acesa, não me incomodava mais.
O sábado e domingo passaram mais lentos, por eu não ter o que me ocupar o dia todo.

Acordei cedo, e com sono. E fui para meu chuveiro. Banhos cedo me davam mais sono; tinham que ser rápidos e sem muito que pensar. Ter que me ocupar no banho não era bom. Vesti a calça jeans e a blusa da farda. Calcei meu tênis e desci para a cozinha.
Meu irmão estava encostado na parede dormindo com seu café na sua frente. Me sentei e me servi. O barulho da colher o acordou, ele esfregou os olhos e saiu da cozinha. Meu café era sempre a mesma coisa: café ou suco e sanduíche. Como eu tava caindo de sono escolhi o café hoje.
Subi para escovar meus dentes e desci para a garagem, onde minha mãe me esperava passando batom e o Bruno dormia no banco de trás. A viagem não levava mais de dez minutos e eu estava na escola de sempre.
As ruas estreitas da escola fazia tudo ficar congestionado. Os montes de alunos nas calçadas também ajudava. Desci com o Bruno para dentro da escola. A parede com azulejos amarelos e azuis estavam os mesmos, as caras pareciam as mesmas. Entrei pela recepção e parecia que nada tinha mudado nas férias sem ser minha vida. Me arrastei pelo corredor externo do da escola, onde dos lados tinham os dois prédios. O do fundamental I e II e o outro do Ensino Médio. O corredor era externo e cheio de árvores, várias mesas de cimento estavam espalhadas pelo lugar. Minha sala ficava no meio do prédio, era um lugar bom, por ser perto da saída e perto da cantina.
Me virei para ver as outras salas e esbarrei em alguém fazendo eu derrubar os livros da pessoa.
- Me desculpe. Acho que ainda estou dormindo. - Disse.
- Não tem problema, eu é que estou perdido. - Sorri e me virei para ele.
Eu nunca tinha o visto por ali e minha escola não é das maiores. O rosto dele tinha um formato redondo, mas não parecia de um bebê. Mas seu queixo era meio pontiagudo e seu nariz era médio. Seus lábios tinham um tamanho ideal para uma boca masculina. Seu sorriso era lindo, e sua pele era morena, realçando o sorriso. O cabelo preto dele estava molhado e espetado. Mas seus olhos eram as coisas mais lindas que eu já vi, fora os do Roberto. Eram amarelos, e brilhantes. Eu nunca vira olhos dessa cor antes.
- Você é novo aqui?
- Sou. E estou perdido.
- Talvez eu possa ajudar já que derrubei seus livros.
- Eu agradeceria muito. - Ele suspirou de alívio.
- Vai fazer que sala?
- Terceiro ano, sala C.
- É a minha. Vou lhe ajudar mais do que pensei. - Andamos para minha sala conversando. - Você veio da onde?
- De Fortaleza. - Ele disse. - Meu pai arranjou um emprego aqui e tivemos que nos mudar.
- Desculpe, mas eu não sei seu nome.
- Claro, nem eu o seu. - Ele trocou os livros para o outro braço e estendeu a mão para mim. - Sou o George.
- Viviane. - Apertei a mão dele. - É aqui nossa sala. - Apontei para a porta de madeira acima dos dois degraus.
A sala já tinha muita gente e quase todas as cadeiras já estavam ocupadas. Minha sala tinham cadeiras de ferro com estofados amarelos. Fechei a porta quando passei pelo ar condicionado e fui procurando uma cadeira desocupada. Vi a Ana abanando para mim e fui para lá, junto com o George.
- Que saudade, linda. - Ela me abraçou.
Sentei na cadeira atrás de onde ela tinha botado uns cadernos para guardar o lugar da Mariane. Uma cadeira estava desocupada do meu lado.
- Senta ai, George. - Ele sentou e tentou ajeitar suas coisas.
- Tenta botar pouca coisa em cima, a cadeira é pequena demais. - Ele sorriu agradecendo e jogou tudo na bolsa novamente. Um dedo me cutucou.
- Quem é? - Ana fez apenas com a boca.
- George, essa é a Ana.
- Prazer. - Ele esticou a mão e ela apertou. Ele voltou a ver seus cadernos.
- Lindo! - Ela fez com a boca novamente foi para o lado de fora da sala, onde tinham vários alunos.
- Então. - Eu disse sentando na cadeira ocupada por uma bolsa na frente dele. - Você vai fazer vestibular para que?
- Direito. E você?
- Economia ou Administração. Minha mãe tem uma loja.
- Nossa, é bem legal.
O resto da conversa fluiu normalmente, sem ninguém contar nada íntimo. Apenas conversando. E eu conseguia conversar com ele, mais até do que com o Roberto.
- Vivi! - Mariane gritou e eu me virei para onde vinha o som.
Ela andava pelas cadeiras, algumas ocupadas e outras não, para meu encontro. Me levantei e a abracei. A Ana veio logo em seguida.
- Mariane, esse é o George. Ele é novo.
- Prazer. - Mariane disse erguendo a mão branca dela na direção dele. Ele sorriu e apertou.
O sinal tocou e a sala foi enchendo mais ainda. As cadeiras estavam todas ocupadas e tinha um barulho constante de pessoas conversando. George conversava com a Ana e a Mariane e eu apenas balançava a cabeça quando via alguém balançar. O professor entrou na sala e todos ficaram em silêncio.
As aulas passaram rápidas e o George estava conversando com todo mundo ao lado dele, mas ele me dava uma atenção à mais. Que me fez conversar com ele mais do que o de costume. Eu logo iria para casa, meu quarto e minha solidão. Parar de forçar o sorriso.
- Então, você tem namorado? - George perguntou quando estávamos juntando as coisas para sairmos. O que eu diria?
- Não sei, na verdade. Me pergunte daqui à uns dias.
- Vejo isso como problemas.
- Nem todos os relacionamentos são iguais.
- Claro, claro. Tchau, até amanhã. - Ele deu um beijo na minha testa e entrou em um carro branco.
Mas que tipo de relacionamento era o meu na verdade? Passamos uma semana juntos e ele sumiu depois que falei de uma mulher, cuja beleza não era nada comum. Quanta raiva aquilo me deixava. Eu teria jogado meus cadernos no esgoto se meu pai não estivesse buzinando como um louco e o Bruno gritando por mim. Entrei no carro e fui para casa.
Meu pai nos deixou na porta do condomínio e saiu para uma reunião. Andamos o caminho de pedra a pé com um sol bem em cima da gente.
Almocei ainda de farda e subi para meu banho demorado de hoje. Passei talvez uma hora dentro da banheira. Saí quando notei que meus dedos estavam prestes à cair. Vesti uma calça de tecido marrom e uma blusa branca.
Estudei o que devia estudar hoje. Parei quando vi meu quarto escuro. Desci para a cozinha e toda a minha família estava na mesa. O cheiro era agradável apesar do barulho que eles faziam. Não conseguia prestar atenção em uma só palavra do que eles diziam. Minha mente estava sempre no Roberto, desde aquele dia de noite. Botei meus pratos na pia e subi para meu quarto sem dizer uma palavra.
Liguei a TV e passei os canais sem achar nada de muito interessante. Um filme com um nome interessante me fez parar nele. Mas eu mudei quando vi o nome do personagem principal: Thomas. Me fez lembrar do sonho. E do rosto do Roberto, imediatamente. Me virei para o outro lado da TV e fechei os olhos.
Abri os olhos com meu celular tocando. Minha TV ainda estava ligada, mas eu não ouvia mais barulhos da cozinha. Puxei minha bolsa e peguei o celular. "Roberto".




Gente, o personagem novo, George, é humando ok? O olho amarelo dele é comum. Eu tenho o olho amarelo ao sol, não é um amarelo, e sim um ouro. Mas o do George vai ser permanente.
Espero que todo mundo esteja gostando, beeijo ;*

7 comentários:

  1. Há, adorei esse capítulo!
    que caaat o George hein???
    /desculpaseeuliantesdetodomundoereviseiocapitulo


    Adóóóro. Roberto narrando, por favor!

    beijo Pri.

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  2. Ai que tudo....Louca para o próximo Cap...Parabéns adorando sua história

    BjssS

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  3. Ai que tudo....Louca para o próximo Cap...Parabéns adorando sua história²

    ta muito try

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  4. ahhh ta uma maravilha a historia,
    adorei o lance de os personagens principais narrar, isso serve para ver o ponto de vista de cada!!

    Parabens! continue... estou loca pro proximo cap.
    ;D

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  5. Oiiieee...

    Adorando a história...!

    Louca para o proximo capitulo...

    Muitoooo curiosaaaa...!

    árabéns pela história e garanto que acompanharei ate o final...

    beijos
    =D

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  6. o que ue posso dizer? esse post foi uma surpresa total pra mim, desde o sumiço do Roberto (muito suspeito isso), dai aparece um novo garoto (tudo de bom tbm), acho que vamos ter a vivi no meio de um triangulo amoroso, si não pelo menos no meio de uma bela dor de cabeça ^^

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