sábado, 14 de março de 2009

Capítulo Onze - Jardim

Abri os olhos e meu quarto estava escuro. Tirei o cobertor e vi que minha roupa ainda era a mesma de ontem. Me ergui do lado da cama e caminhei até o banheiro. Procurei o interrupitor e quando acendi a luz do banheiro iluminou boa parte do meu quarto. Na cadeira da minha escrivaninha uma figura feminina olhava para mim.
Minha boca se abriu, mas nenhuma voz saiu de minha garganta. Reconheci o rosto perfeitamente medido dela. Era a mulher dos sonhos de ontem. Os olhos dela não tinham o mel indurecido e sim um mel liquido. Perfeita! Ela riu como se pudesse me ovir. Examinei para ver se o que eu tinha dito tinha sido em voz alta. Ela se levantou de vez, ficando a menos de um metro de mim. Fastei para trás involutariamente, desligando a luz. E um grito saiu da minha garganta.
Seria minha morte. Não tive força de me levantar e acender a luz. Fechei os olhos do preto e esperei a dor da morte invadir cada espaço do meu corpo. A luz acendeu e eu abri meus olhos, sem pensar no que aquilo resultaria.
Minha mãe e meu pai estavam parados na porta. Olhei ao redor do meu banheiro e estava vazio. Me levantei e passei por meus pais e acendi a luz do meu quarto. Estava vazio. Atravessei o quarto e abri a cortina da janela. Um quadrado de luz estava no quintal da casa vindo do meu quarto. Mas estava vazio. Suspirei de alívio e cai na cama.
- Você está bem, querida? - Minha mãe perguntou.
- Estou. Não foi nada. Eu levei um susto com uma coisa... que não existe.
- Qualquer problema nos chame. - Meu pai disse e eles sairam fechando a porta.
Passei pro meu banheiro e lavei meu rosto. Aquilo fora um sonho? Quando pequena eu era uma sonâmbula, mas faz tempo que isso me deixou. Apaguei a luz do banheiro e fechei a porta. Vesti-me com um camisolo confortável e me deitei.
Eu teria que me esforçar para dormir com a luz acesa, mas era melhor do que não dormir com ela apagada.

Meu celular estava tocando e eu abri meus olhos sem vontade. O sol já entrava por entre a cortina do meu quarto. Tateei a minha mesinha até encontrar de onde vinha o som. Abri um olho para ver o nome de quem ligava. "Roberto". Atendi sem esperar mais nenhum segundo.
- Alô? - Eu disse com voz de sono.
- Desculpe. Acho que acordei você. - Ele disse com a voz baixa.
- Não tem importância. Que horas já são?
- Duas da tarde.
- Nossa. Acho que dormi demais.
- Posso ligar mais tarde. - Ele disse.
- Não, não. - Quase supliquei. - Pode falar agora.
- Certo. O que você acha de conhecer meus pais?
- Parece muito bom.
- Ás quatro? - Ele perguntou.
- Claro.
- Eu passo ai e lhe pego.
- Vou adorar. - Falei pulando da cama.
- Tchau, querida.
- Tchau. - Desliguei o telefone.
Fui para o banheiro escovar os dentes. Olhei pro meu quarto do banheiro e as imagens daquela desconhecida veio à minha mente novamente. Engoli em seco pensando no que poderia acontecer. Se aquilo era realmente de verdade.
Desci para a cozinha e comi o almoço sozinha. Olhei para o relógio e era duas e meia. Me apressei no copo d'água.
Fui para o quarto da mãe e ela estava deitada na cama com uma mão nas costas do meu pais, deitado também, e outra mão em um livro. Ela sorriu para mim, me permitindo passar.
- Mãe, o Roberto me chamou para conhecer os pais dele hoje. - Ouvi meu pai tossir e sabia que ele estava acordado. Minha mãe riu.
- Claro que você pode ir. Depois me conte sobre eles.
- Certo mãe. Ele vai passar aqui quatro horas para me pegar.
- Ok. - Ela virou novamente para o livro e eu me retirei.
Entrei pro banho para meu cabelo secar logo. Botei uma toalha na cabeça e fui para o quarto. Abri meu guarda-roupa e o encarei. Escolhi uma roupa confortável o bastante para tarde e noite.
O relógio já marcava três e meia. Tirei a toalha e meu cabelo estava quase totalmente seco, o pentiei e fui me vestir. A roupa caiu bem em mim e eu me calcei logo.
Desci as escadas sem presse e passei para a cozinha. O interfone não demorou para tocar. O deixei entrar e fui para fora. No meio do caminho vi meu irmão falando muito doce com alguém no telefone. Eu queria ser mais amiga dele, para ele me contar seus segredos. Acenei e ele retribuiu.
Quando sai da casa um carro esporte preto estava na rua de pedra. Caminhei devagar e a porta do motorista se abriu.
Ele estava totalmente lindo, como sempre. Ele vestia um short jeans e uma camiseta. Seu tênis combinava com a camiseta. Seu cabelo estava para o lado, como sempre. Seus lábios estavam corados, praticamente me chamando. Mas seus olhos não tinham um azul claro, e sim quase o mesmo tom do meu. Mas o que me ocupou foi sua pele que tinha uma cor bem normal, chegar quase a ser branca no sol. Sorri e ele sorriu de volta. Beijou minha testa e me acompanhou para o banco do passageiro como ontem à noite.
O caminho era conhecido mas eu nunca tinha visto aquela casa magnífica. O muro do lado de fora tinha paredes brancas e limpas. O jardim da frente era bem cuidado e seu cheiro era diferente. Na garagem tinha mais três carros. O prateado e dois esportes como o preto. Passamos pelo jardim que eu vira antes para dentro da casa.
A sala era grande e espaçosa. O piso escuro não parecia tão escuro com as janelas grandes. Um sofá beje e estava no meio da sala em frente à uma TV enorme. O resto da sala não me interessou mais quando eu vi a primeira pessoa na casa.
Uma mulher, que mais parecia uma garota, levantou do sofá e veio até a gente. Era a garota do cinema. Ela era mais linda ainda de perto. Seu cabelo preto estava em cachos feitos e seu sorriso estava de uma orelha à outra. Seus olhos tinham uma cor de castanho claro, eram perfeitos. O corpo dela era magro, mas delicado e lindo. Ela parou na minha frente com um sorriso mais enorme ainda, o cheiro que vinha dela parecia das flores lá de fora. Sorri de volta.
- Meu nome é Amanda. - Ela disse em um tom musical.
- Viviane.
- É um prazer, enfim, conhecê-la.
- Igualmente.
- Onde está a Sophia? - Roberto perguntou e sua frase foi interrompida por um som de passos atrás de uma porta.
Uma mulher saiu da porta. Ela vestia um vestido folgado em seu corpo meio cheio. Seu rosto era angelical e doce. Seus lábios em forma de coração tinham um sorriso no meio. Seus olhos tinham um verde claro, quase cinza. Será que todos os olhos da família eram lindos? Seus cabelos eram lisos e iam até o meio das costas. Tinham um tom de castanho bem escuro.Ela caminhou elegantemente até nós.
- Meu nome é Sophia. - Ela disse em sua voz aveludada e doce.
- Ela é minha... mãe. - Roberto disse.
- Prazer conhecê-la. Você é realmente bonita. - Eu disse.
- Obrigada, querida. O Richard já vai vir.
Escutei mais passos no corredor e um homem de cabelos castanhos claros saiu da mesma porta. Ele era lindo, como todos. Seu rosto tinham medidas perfeitas. Ele não deveria estar atrás de televisões? Seus olhos tinham um azul claro, do mesmo tom do que o Roberto costumava ser.
- Olá. Sou o Ricardo. - Ele disse em uma voz grave mas bonita.
- Ele é... meu pai. - Roberto disse atrás de mim.
- Prazer conhecê-lo. - Eu disse e ele sorriu.
Houve silêncio. Fiquei envergonhada com aquela situação. Eu conhecendo a família do meu namorado.
- Vou lhe mostrar o resto da casa. - Roberto quebrou o silêncio.
Segurei a mão dele e ele me guiou até a porta onde todos passaram. Era um corredor grande e com o mesmo piso da sala. Olhei para a direita e tinha uma cozinha linda. Era ampla e limpa. Seguimos pelo resto do corredor e tinha duas portas de madeira uma na frente da outra no corredor.
- Aqui é o escritório. - Ele apontou para a porta da esquerda. - O quarto principal. - Ele apontou para a outra.
A casa devia ser a mais linda que eu já vi. Era bem decorada, mas sem exageros. O corredor contia quadros que pareciam ser antigos. Uma porta de vidro indicava o final do corredor. Ele abriu a porta e me deixou passar.
Um jardim, mais lindo que o do começa, estava na nossa frente. Árvores contornavam as flores baixas e com cores variadas. Era uma bagunça de flores de diferentes tipos e cores, mas era lindo e o cheiro que vinha de lá era tão bom quando o cheiro da Amanda. Passei a vista e vi uma cabana. Uma varanda pequena estava na frente dela, as cortinas azuis das janelas pequenas realçava nas paredes beje do exterior.
- Parece a casa dos sete anões. - Eu sussurrei e ele riu.
- É a minha casa. Na verdade só tem meu quarto lá. - Ele disse.
- Desculpe. Eu pensei alto.
- Tudo bem. Quer entrar? - Ele perguntou erguendo a mão para mim. Eu deveria ir? Era o quarto dele. - Tudo bem se não quiser. - Ele baixou a mão.
- Não, não. É que eu não sei se é correto. - Ele sorriu e eu senti meu rosto ficar vermelho.
Ele passou por minha frente e entrou em um caminho de terra no meio das flores. O segui. Ia ficando mais fechado e escuro, mas ainda parecia o jardim secretos dos livros que eu lia quando pequena. Agora era como um túnel de árvores, estava quase escuro, mas no final eu podia ver o claro.
Outra cabana estava no final do túnel. Mas essa cabana tinha as paredes brancas e plantas subiam por ela, deixando ela ainda mais linda. Uma pequena escada levava para a porta principal e no andar de cima tinha uma varanda. As janelas eram maiores e de vidros, estavam todas fechadas, exceto por uma que deixava uma cortina com um rosa bebê voando por ela. Na frente da cabana mais flores, mas essas mantiam um padrão. Rosa, azul, amarelo, azul, rosa.
- Estou em dúvida, agora. - Eu disse.
- Sobre o que?
- Não sei onde os anões moram agora.
Ele riu e sua risada ecoou pelas árvores, trazendo o som de volta. Ri junto. Minha risada falha junto com a musical dele.
- É a... casa da Amanda. - Ele disse.
- É linda. Mas porque vocês não ficam na casa principal?
- Nós somos adultos. Morar com os pais sim, mas na mesma casa?
- Não vejo problema.
- É apenas para ter mais privacidade. - Ele disse e segurou minha mão.
Voltamos pelo mesmo caminho e eu pude ver a casa principal. Uma janela de vidro mostrava o escritório, talvez. Tinha estantes de livros por toda parte, eu pude ver o pai do Roberto passando pela janela, segurando um livro de capa vermelha escura.
- De quem é esse jardim? - Perguntei.
- Sophia. - Roberto disse.
- Sua mãe, não? - Ele sorriu e acentiu com a cabeça.
Não fomos para a casa principal, e sim passamos para outro caminho de terra que seguia em frente. Estava aberto, mas a cerca viva tampava a visão da casa principal. O caminho era cheio das mesmas flores em desordem. Uma fonte de casa de princesas estava no final do caminho. Caia água dos lados e na frente, pude ver peixes no fundo da fonte. Podia ovir os passarinhos longe dali, mas dava para se ovir eles cantarem. Parecia um pedaço do paraíso.
Olhei ao redor e vi o Roberto olhando os peixes. Seu rosto estava sério mas parecia se divertir olhando os peixes. A pele dele ainda estava com o tom branco mas eu não pude ligar para isso. Os lábios dele estavam entreabertos e eram corados. Os olhos dele se mexiam, talvez acompanhando um peixe. Me pus na frente dele e ele me olhou nos olhos.
O silêncio absoluto inundou minha cabeça. Só estava eu e ele ali. Ele passou as costas da mãos no meu rosto e eu tremi com o toque dele. Me estiquei até seus lábios e tremi novamente. Fechei os olhos sentido sua respiração no meu rosto e o barulho da água voltou. Nos beijamos, e eu, pela primeia vez, me senti completa. Não me faltava mais nada, eu teria tudo ao lado dele.
Nos sentamos na fonte e ele ficou acariciando minhas costas. O céu estava mudando de cor. O rosa e o laranja estavam pelo céu azul. E mais atrás o céu estava quase escuro. Suspirei, sabendo que eu teria que ir para casa e deixar o Roberto.
- Algum problema? - Ele me perguntou.
- Eu vou ter que ir para casa logo. - Olhei nos olhos dele sem me incomodar mais com o silêncio.
- Você não sabe como me sinto sabendo que você gosta de ficar comigo.
- Claro que gosto. - Encostei minha cabeça no ombro dele e continuei vendo a mudança de cor do céu.
Já estava escuro o suficiente para eu ter que ir para casa. Nos levantamos e fomos por entre as flores, agora fechadas. As luzes da casa principal estava acesas iluminando pedaços do jardim. Entramos pela porta de vidro e atravessamos o corredor.
Na sala, agora tinha uma mesa de vidro pequena e uma cadeira de madeira no lado direito da porta do corredor. A Sophia estava sentada com um caderno aberto e um lápis de cor preta na mão.
- Já vai, querida? - Ela perguntou se levantando e vindo até mim.
- Está escuro. Não quero preucupar meus pais. - Eu disse.
- Pode voltar quando quiser.
- Obrigada.
Amanda levantou-se do sofá e foi até onde nós estavamos. Roberto soltou minha mão e foi até uma mesa ao lado da porta.
- Foi um prazer conhecê-la. - Amanda disse.
- O prazer foi meu.
- Sempre que quiser voltar, será bem vinda.
- Obrigada.
Ela me deu um breve abraço e eu retribui. O cheiro dela era realmente o melhor que eu já senti. Sorri para ela e Roberto me guiou para outra porta que dava para uma escada. Acenei para as duas que estavam atrás de mim e elas retribuiram. Desci as escadas e estávamos na garagem. Tinham apenas três carros agora. Um vermelho esporte, o prateado e o preto. As luzes do preto piscaram e ele abriu a porta para mim.
- Não precisa fazer isso sempre. - Eu disse.
- Eu gosto. - Ele disse e fechou a porta quando entrei.
Ele tirou o carro da garagem. O escuro do jardim lindo da entrada me lembrou a mulher no meu quarto. Eu enrijeci lembrando de minha quase morte, irreal ou não.
- Algum problema, querida? - Roberto perguntou pondo a mão no meu ombro.
- É que eu ando tendo sonhos... estranhos. E quando eu acordo não sei se foi bem um sonho. Quer dizer, os outros foram sonhos. Mas o de hoje eu não sei realmente.
- O que acontece nos sonhos?
- Eu vejo uma mulher, loira de cabelos compridos. - A mão que ele tinha no volante se fexou quase o partindo.
- E o que ela fez?
- Até ontem nada. Mas hoje, eu acordei para ir ao banheiro e a vi no meu quarto. Ela andou até mim e eu tive um susto por seu movimento ser impossívelmente rápido. Ai eu apaguei as luzes sem querer. Fechei os olhos e eu pensei que ia morrer. Mas meus pais apareceram e ela tinha somido. Deve ter sido um sonho. Sempre tive problemas com sonâmbulismo.
Ele não disse nada. Apenas ficou olhando para frente e segurando o volamente com a mesma rigidez. O braço que estava no meu ombro agora estava em forma de punho.
- Disse alguma coisa errada, Roberto?
- Não, não é nada.
O carro parou e estávamos na frente do meu condomínio.
- Não precisa entrar. Eu vou apé daqui.
- Tem certeza? - Ele ainda não me olhava nos olhos.
- Tenho. Tchau.
- Tchau.
Sai do carro e entrei pela porta do porteiro. Quando fui para a frente do condomínio o carro dele não estava mais lá. Andei até minha casa. Eu odiava o caminho de pedras. Mas era melhor do que ver ele quebrando o seu volante.
Havia dois dias de namoro e ele já estava assim comigo. Eu realmente não daria certo com qualquer relacionamento.
Queria que ele me pudesse me dizer qualquer coisa sobre aquela mulher. Mas ele pareceu ficar zangando quando falei dela. Ou outra emoção que eu não saiba definir. Mas definitivamente não ficou feliz.Por essa e outras coisas eu prefiro guardar as coisas apenas para mim.
Entrei na casa e subi para meu quarto. Me troquei e deitei-me com a luz acesa, para prevenir. Minha cabeça não saia da reação dele quando contei. Deveria haver alguma relação entre eles. Procurei mas nada fazia muito sentido para mim.

3 comentários:

  1. eei priii. to adoraaando sua historia em *-*
    brigada peela dicaa, maas a historia neem tem tanto a ver com twilight naao sabe. so o ricardo que pareçe muuuuuuito com o edward, mais nem é sobre vampiros nem lobisomens nao :D , EIOUAWOEIUAWOIEU
    - ps: ja dei dica sobre qual nao é a origem do Rick em ;) OEUAOEUE
    mais mesmo assim mto obg,e obg tmb por estar acompanhando ! hoje eu posto o 3º *-*

    beeijos e continua assim :*

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  2. Poxa a sua historia ta melhor a cada post! Parabens!
    Beijooo

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  3. mais é claro que não há nenhuma relação pesadelo e sonho acontecendo ao mesmo tempo ^^

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