domingo, 22 de março de 2009

Capítulo Quatorze - Outro país

Fazia duas semanas que eu não a via. E a saudade estava matando o pouco que me restava. Eu estava na minha cidade na Califórnia, que eu prometi nunca mais ir, mas depois do incidente eu preferiria ficar longe da minha Viviane, para mantê-la salva.
A cidade de Oxnard ficava próxima de todas as cidades importantes da Califórnia. Los Angeles, Santa Bárbara. E ela era incrivelmente pequena para estar no meio delas. Eu morava próximo à South Mountain, na verdade. Havia trilhas nela, mas nada que chegasse muito próximo da nossa casa. Os parques de Golf davam para ser vistos de todas as janelas do fundo da nossa casa.
Essa casa era bem mais equipada do que a do Brasil. Ela era toda de vidro, e com cortinas beges para fechar as janelas. Uma escadaria de pedra dava para a sala que tinham sofás de couro brancos e mesas de centro de vidro. Uma estante de vidro segurava muitas peças de artesanatos caras. Havia outra escada de cinco degraus que dava para a cozinha. Ela era branca e totalmente desocupada de comida.
Uma mesa estava no meio dela, de vidro. Com cadeiras brancas e um jarro com flores amarelas em cima da mesa. Outra escada, também de cinco degraus, descia para a sala onde tinha livros e uma lareira.
Voltando para a sala tinha uma escada maior onde dava para o segundo piso. Lá ficavam os quartos. O quarto da Sophia tinha quadros perfeitamente pintados por ela, assim como no corredor. O corredor tinha uma janela enorme onde dava para ver o campo de Golfe Ozzie Osborn's. Uma porta na frente da escada dava para o quarto da Amanda, que ela o tinha decorado de várias cores e estilos diferentes.
A segunda porta indicava o quarto da Sophia, e o último dava para o meu quarto. Meu quarto era pintado de um branco profundo e as janelas davam para ver o mar distante e toda a cidade, entre as árvores. Minha cama estava na parede do banheiro, a cama de casal não ocupava nem um terço do quarto. Um guarda-roupa estava na parede em frente à cama. Uma mesa com a TV estava do lado da porta e embaixo havia vários dos meus DVDs favoritos. Uma poltrona estava encostada ao lado da cama. Meu quarto tinha um quadro com o desenho de um pôr-do-sol no mar e um barco.
Meu banheiro era comum, como todos da casa. Banheiro não era uma coisa muito utilizada por nós, mas gostávamos de nos sentir limpos, mesmo sem sentir a sujeira.
Eu passava a maioria do tempo deitado na minha cama. Quando não dormia eu via o sol se pôr no mar entre as árvores da montanha. Era lindo. Mas tudo que seria lindo me faria lembrar a Viviane.
Quantas vezes eu não já disquei o telefone dela para ligar, mas desisti? Eu preferiria vê-la viva e sem mim, do que comigo e morta.
Me pergunto todo dia porque a Maddie surgiu na minha vida. Porque eu fui para aquela festa de confraternização da casa dos Evans para não haver brigas entre vampiros na cidade de Oxnard. Eu lembro entrando naquela sala e a Amanda arregalando os olhos para a Maddie.
Foi a primeira visão da Maddie que tive. Os seus cabelos loiros iam até sua cintura e caiam em cachos falsos por todos os lados. Ela vestia um vestido xadrez azul e branco. As pernas dela dentro do vestido solto eram lindas e a marca da sua cintura estava visível. O corpo dela era o mais lindo que eu vira. Seu rosto era liso como o de um bebê e seus lábios eram rosados. Ela sorriu e mostrou todos os seus dentes brancos e perfeitos em um sorriso. Duas covinhas se formaram em seu rosto. Deixei o olho por último, pois quando eu a olhasse ela nada ouviria. Os olhos delas tinham uma cor de mel derretida, chegava a ser dourada. Ela não parou de sorrir quando ficou tudo em silêncio. Nós andamos um em direção ao outro e ela se apresentou.
Nos amamos por muito tempo. Até eu descobrir que o que ela sentia por mim era o que eu sinto pela Viviane. Eu não sentia isso por ela, e fiquei com medo de magoá-la. Maddie era muito doce para ser magoada. Passamos muito tempo juntos até eu descobrir isso, por Amanda.
Conversei com a Maddie e ela disse que sentia realmente aquilo, com naturalidade. Quando eu disse que não sentia por ela, ela começou a rir e quase não parou mais. "Thomas querido, nenhum vampiro se engana sobre isso." Ela disse isso entre uma risada musical e rouca. Meu coração apertou quando a deixei e ela foi embora sem dizer nada nem para a sua família.
Mas todos sabiam que ela ficaria bem, por ela já ter o dobro da minha idade. Eu tinha, no tempo, 76. E ela tinha 140. Ela controlava tão bem o seu metabolismo que ela parecia ser uma jovem vampira, que acabou de se transformar. Eu sentia falta dela. E todos os dias eu a esperava vir para mim novamente. Até que eu pensei que eu nunca me apaixonaria de verdade, como um vampiro. E que a pior coisa que me aconteceu foi me transformar nesse corpo.
Até que vi a Viviane na bancada do cinema. E se eu tivesse um coração ele iria voltar a bater. Eu sabia que a Maddie ainda me amava quando fiquei com a Viviane, mas nada poderia me impedir de ficar com ela. Até que eu vi que havia alguma coisa que poderia nos impedir de nos amarmos. A Maddie. Ela pode machucá-la. Ela tem mais de 150 anos e ela é uma das mais espertas vampiras que ainda existem. Ela tem controle das emoções dela, sabe rir, chorar na hora certa. Ela com certeza poderia enganar a Viviane e matá-la em questão de segundos.
Senti-me enojado de mim mesmo quando pensei na minha Viviane sozinha sem poder se defender de nada. Quanto mais da Maddie.
Fazia uma semana e meia que eu estava em Oxnard e não tivemos nenhuma notícia da Maddie. Os "pais" dela disseram que ela passou por lá no começo do ano, mas foi uma passagem rápida. Disse que ela parecia bem e não parecia triste por eu ter ido embora de Oxnard. Mas ninguém entendeu porque ela não quis ficar na sua cidade.
Amanda entrou no meu quarto e se jogou junto comigo na cama. Amanda estava feliz por voltar a sua cidade. Mesmo estando todos escondidos da vista dos moradores de Oxnard, por nenhum de nós terem mudado. Eu não poderia mudar, se eu fosse ver a minha Viviane novamente?
Eu escutava apenas a respiração da Amanda e meus pensamentos. Quando sem querer encostei a mão no braço da Amanda e vi suas visões.
Vi a minha Viviane andando com uma calça jeans e uma blusa branca com faixas azuis. Ela carregava livros e de repente todos caíram no chão. Um menino a ajudou a levantar os livros e ela agradeceu. Eles conversaram enquanto ela notava cada parte do seu rosto. O ciúme subiu e eu estava totalmente descontrolado. Aquele garoto não podia se aproximar dela assim. Temi que ela pudesse não estar apaixonada por mim, assim como eu pela Maddie.
- Me desculpe. Você não deveria ver isto. - Amanda disse.
- Ela não está apaixonada por ele, está?
- Eu não leio mentes.
- Ler mentes é algo preocupante para mim.
- Maddie deve ter desistido de ir atrás dela. Eu não a vejo mais.
- Isso que mais me preocupa. - Eu disse e ela me beijou a testa.
- Ficará tudo bem. Você vai ver.
- Espero, Amanda.
Ela não disse mais nenhuma palavra e eu senti o vento de seu corpo indo embora. Mas eu sabia que sua mente ainda estaria comigo. Como eu todo tempo nesses últimos dias. Ela tem se esforçado para ver a Maddie e a Viviane. A Viviane era mais fácil, apesar dela ser apenas uma humana, ela tinha certa facilidade de vê-la. A Maddie estava sempre desligada. Só saberíamos dela se ela fizesse algo que tivesse haver com algum de nós.
Mas quando a Amanda saiu, eu só pude pensar na minha Viviane. E no novo garoto. Aquilo me preocupava, apesar de saber que ela seria o amor da minha vida. Mas e se ela fosse como eu? Não necessariamente dentro da regra. Dizem que todos que sente esse tipo de amor, a outra pessoa sempre sente. Mas eu não. E se a Viviane também fosse exceção? E se ela quisesse apenas uma vida humana comum. E não uma vida vampira em qualquer lugar do país que ela quisesse.
A noite já tinha chegado e eu não tinha saído do quarto. Fui ao banheiro e vi meu rosto. Ele estava deprimente. Qualquer pessoa teria pena de mim. Meus olhos estavam com um azul escuro, como o do céu da noite. Eu não ligava mais para o meu bem estar. Eu ainda vestia uma roupa que eu não me lembro de quando vesti. Tomei um banho rápido, e vesti-me com roupas limpas. Desci para a cozinha, que estava vazia assim como a sala. Bebi o máximo que pude do "sangue engarrafado" e subi para o meu quarto. Me olhei novamente no espelho e meu olho já estava mais claro, mas nada como antes.
Passei para a minha TV e vi meu celular sobre uns DVDs de filmes. O peguei e sentei na poltrona. Passei a agenda quase vazia até o nome da Viviane e disquei com o DDI necessário.
Cada chamada me causava ânsia. O pi do telefone estava me dando dores por dentro. Até que atendeu e só pude ouvir uma respiração.

Queria agradecer a Nicole, sem ela meus posts estavam todos escritos errados.

6 comentários:

  1. *---* aiin.. de nada Pri!
    to adorando ser sua revisora!
    [/leioantesdetodomundo!]

    que fofo o Roberto com ciúmes! ;P
    próximo capítulo, por favor!

    -beeijo!

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  2. ahhh que lindoo, ele com ciumes!!
    nossa cada vez esta melhor a estória,
    e por isso fico loca esperando o proximo
    cap.!

    Bjs!

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  3. Vamos la Piscila, a estória esta otima!
    Beijooo

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  4. to adoorando seu livro,voce tem futuro,escreve muito bem, próximo capítulo, por favor! [2] :P
    PARABÉNS, :*

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  5. Oi!
    Está linda sua História, amei, o romance delesé tão lindo! Parabéns!
    Desculpe por nao estar comentando, é que ando muito ocupada e nao tenho mas tempo de entrar no pc ( e TB perdi a senha do meu Blog), mas estou acompanhando sua história sempre que possivel.
    vou entrar na comu.

    beijos e parabéns!

    By Thais Giampaoli

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  6. nuuss o que ele vai falar a ela? que explicação pelo o sumiço? essa história é mara ^^

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