domingo, 15 de março de 2009

Capítulo Doze - Problemas

O telefone chamou quatro vezes, quando eu ia apertar o botão desligar ela me saudou, com a voz cheia de sono.
- Desculpe. Acho que acordei você. - Disse num sussurro.
- Não tem importância. Que horas já são?
- Duas da tarde.
- Nossa. Acho que dormi demais.
- Posso ligar mais tarde.
- Não, não. - Ela pediu, e eu quase pude ver seus olhos me pedindo. - Pode falar agora.
- Certo. O que você acha de conhecer meus pais? -
- Parece muito bom. - Quase suspirei.
- Ás quatro?
- Claro.
- Eu passo ai e lhe pego.
- Vou adorar.
- Tchau, querida. - Eu disse.
- Tchau. - Ela desligou o telefone e eu voltei à sentar em minha poltrona.
A porta da minha cabana se abriu e a Amanda passou deixando seu cheiro por todo lado. Levantei uma sombrancelha e ela sentou-se no tapete ao lado da minha poltrona.
- Não sei como não veio mais cedo. - Revirei os olhos.
- Eu queria deixar você ter a idéia. - Ela disse batendo os joelhos dobrados no chão.
- O que você quer, Amanda?
- Nada. Mas só eu sei que ela vem. Você tem que contar à Sophia e ao Richard.
- Eu sei.
Me levantei e ela levantou-se junto. Andei com Amanda ao meu lado até a cozinha, sem utilidade, onde estava a Sophia e o Richard sentados na mesa. Sentei-me também e a Amanda fez o mesmo.
- Bom, hoje eu vou trazer a Viviane para conhecer vocês. - Os olhos de Sophia fizeram rugas nos lados pelo sorriso enorme em seu rosto. Sorri de volta para ela. Era impossível não olhar para o rosto maternal da Sophia e não a amar mais ainda. Virei para o Richard e ele encarava as mãos atadas sobre a mesa. - Algum problema em ela vir?
- Não sei quanto perigoso isso pode ser. - Ele disse ainda olhando as mãos.
- Richard, não terá nada de perigoso. Eu vou contar para ela. Mas no seu tempo.
- E se quando ela souber não gostar? - Ele me olhou nos olhos. - Não sei como ela não já desconfia. Esse seu... - ele mexeu os olhos pensando em alguma palavra - Não tem como esconder.
- Ela já sabe sobre isso. Mas não contei a verdade mesmo.
- Isso é um perigo. Não podemos nos mudar agora! - Ele bateu o punho na mesa. - Eu arranjei um emprego dando aulas em faculdades. A Amanda irá entrar na faculdade e a Sophia está fazendo amigos. Não podemos nos mudar por um simples amor.
Como ele dizia ser um simples amor? Ele sabe que o nós, vampiros, sentimos quando isso acontece. Existe apenas aquela pessoa. Olhei nos olhos dele e trouxe apenas o som do coração da Sophia para nossos ovidos. Para mim era apenas um coração, mas para ele era o que eu escutava sempre que a Viviane se aproximava de mim.
- Ainda acho um absurdo. - Ele se levantou e saiu pelo corredor.
- Não se esquente com ele, querido. Ele vai entender isso. - Sophia disse passando a mão no meu ombro e eu pude ver a mente dela, e ela a minha. Ela tirou a mão.
Isso era o máximo de encomodo que podíamos sentir. Um ver a mente do outro. Acontecia com todos. Tinhas as exceções claro, mas era muito raras. E tinha os que podiam ler mentes sempre, sem o toque. E os que podiam ler mentes de vampiros e humanos.
- Creio que eu vou ter que me vestir muito bem. Ela nota tudo em uma pessoa. Dos pés à cabeça.
- Ela não é assim.
- Quando não é com você. - Amanda revirou os olhos.
- Não é irritante saber o dia das outras pessoas que lhe circulam?
- Não. - Ela saiu pulando como uma criança.
- A Amanda é especial. Não seja dura com ela. Ela é apenas uma criança. - Sophia disse ainda escutando os passos da Amanda no corredor.
- Ela aumentou muito o seu metabolismo. Devia ter quantos anos? Doze?
- Foi um momento difícil para ela. Assim como foi para você. Mas você manteve a calma e ela não.
- Eu entendo isso. - Me levantei. - Com licença.
O resto da tarde foi monótona até eu me vestir e ir buscá-la. Peguei o carro preto pelo sol e fui para o condomínio dela. O porteiro disse que eu podia entrar e segui de carro pelas ruas de pedra dali.
Parei o carro mas ela não estava ainda ali. A porta azul se abriu e ela saiu, totalmente linda. Ela usava uma calça jeans clara e uma blusa de mangas curtas branca. Sai do carro e pude escutar o coração dela se aproximando do meu. Ela sorriu e eu sorri de volta, como um tolo apaixonado. Beijei a testa dela e a acompanhei para a porta do passageiro.
Vi um homem na janela do andar de cima da casa dela, mas não dava para ver seu rosto, porque ele estava atrás da cortina. Dei a volta no carro e entrei. O caminho foi silencioso. Ela era tímida o suficiente para conseguir passar cinco minutos calada.
Passamos pelo portão e paramos na garagem. Ela olhou os três carros que estavam ali. Andamos pelo jardim da frente para dentro da casa. A Amanda estava sentada no sofá, como sempre. Ela se levantou e andou elegantemente, para minha surpresa, até nós. Ela andava com um sorriso enorme no rosto, mas não forçado. O cheiro dela invadio e eu vi a Viviane inalando o ar duas vezes.
- Meu nome é Amanda. - Ela disse em um tom musical.
- Viviane.
- É um prazer, enfim, conhecê-la.
- Igualmente.
- Onde está a Sophia? - Perguntei. Ouvi passos de salto do corredor. Viviane virou-se para lá e a Sophia andou até nós, com o mesmo sorriso da Amanda.
- Meu nome é Sophia.
- Ela é minha... mãe. - Eu disse.
- Prazer conhecê-la. Você é realmente bonita. - A Viviane disse com os olhos adimirando a Sophia.
- Obrigada, querida. O Richard já vai vir.
Ouvi os passos dele pelo corredor e ele apareceu na porta. Ele caminhou, com um meio sorriso no rosto.
- Olá. Sou o Ricardo.
- Ele é... meu pai. - Eu disse.
- Prazer conhecê-lo. - Viviane disse e ele sorriu, talvez pela primeira vez no dia.
Houve um silêncio contragedor, para todos.
- Vou lhe mostrar o resto da casa. - Quebrei o silêncio.
Ela segurou a minha mão e eu a guiei pelo corredor. Não precisei apresentar a cozinha. Ela adimirava os quadros que estavam por todo o corredor.
- Aqui é o escritório. O quarto principal. - Apontei as devidas portas.
Abri a porta de vidro e ela passou por mim. Ela olhou para o jardim com sua boca semi aberta. Depois olhou para a minha cabana e ficou examinando-a.
- Parece a casa dos sete anões. - Ela sussurrou e eu ri.
- É a minha casa. Na verdade só tem meu quarto lá.
- Desculpe. Eu pensei alto.
- Tudo bem. Quer entrar? - Estendi a mão para ela e ela ficou revezando o olhar entre minha mãe e minha cabana. - Tudo bem se não quiser. - Baixei a mão.
- Não, não. É que eu não sei se é correto. - Eu sorri com a beleza dela. Eu estava cada vez mais apaixonado por ela. O rosto dela ficou vermelho.
Andei pela trilha que levava até a cabana da Amanda. A trilha era curta e ia fechando à medida que ia aproximando. Viviane olhou para cada detalhe do lugar, como se tivesse memorizando.
- Estou em dúvida, agora.
- Sobre o que? - Perguntei.
- Não sei onde os anões moram agora.
Eu ri e ela riu junto. Sua risada era infantil e deliciosa.
- É a... casa da Amanda. - Disse.
- É linda. Mas porque vocês não ficam na casa principal?
- Nós somos adultos. Morar com os pais sim, mas na mesma casa?
- Não vejo problema.
- É apenas para ter mais privacidade. - Segurei a mão dela e a entramos novamente pelo caminho.
- De quem é esse jardim?
- Sophia.
- Sua mãe, não? - Ela perguntou. Sorri e acenti com a cabeça.
Levei ela pela outra trilha, que levava para o lugar mais lindo do jardim. O caminho tinha cercas vivas dos lados, mas era bem iluminado. Paramos na frente da fonte onde tinha peixes que a Sophia alimentava e cuidava como se fosse os filhos dela.
Fiquei observando os peixes nadarem entre eles. Era tão bonito. O rosto da Viviane tampou minha visão dos peixes. Era mais bonito ainda. Passei a palma da mão nas costas dela e senti ela tremer. Ela esticou os pés, ecostando os lábios nos meus e senti ela tremer novamente. Ela fechou os olhos e eu fiquei observando aquele rosto perfeito. Nos beijamos e o barulho do coração dela era a única coisa que podia ovir agora.
Nos sentamos na beira da fonte e eu acariciei as costas dela. Ela olhava para o céu, sem sequer notar que eu a adimirava. Ela suspirou, baixando os ombros.
- Algum problema? - Perguntei.
- Eu vou ter que ir para casa logo. - Ela virou os rosto para o meu, e eu não ligava mais de segurar o barulho.
- Você não sabe como me sinto sabendo que você gosta de ficar comigo.
- Claro que gosto. - Ela sorriu e encostou a cabeça no meu ombro.
O céu agora estava completamente escuro. Ela teria que ir embora agora. Levantei junto com ela e andamos de volta para a casa principal. Atravessamos o corredor e a mesa que estava guardada na garagem estava na sala agora e a Sophia estava escrevendo alguma coisa.
- Já vai, querida? - Sophia levantou-se e foi até nós.
- Está escuro. Não quero preucupar meus pais.
- Pode voltar quando quiser.
- Obrigada.
Amanda levantou-se do sofá e veio até nós. Soltei a mão da Viviane e fui para a mesa pegar alguma chave de carro.
- Foi um prazer conhecê-la. - Amanda disse.
- O prazer foi meu.
- Sempre que quiser voltar, será bem vinda.
- Obrigada.
Amanda a abraçou e eu ergui uma sombrancelha para ela e ela me deu lingua. Andamos para a porta que dava para a garagem e a Viviane acenou para elas. Descemos as escadas e desliguei o alarme do carro. Abri a porta do passageiro para ela.
- Não precisa fazer isso sempre.
- Eu gosto. - Disse.
Não se entendo as mulheres. Querem que sejamos cavalheiros, mas quando somos elas acham ruim. Tirei o carro da garagem e ela olhou o jardim da frente no total escuro. Ela enrijeceu. Olhei para o jardim mas não vi nada.
- Algum problema, querida? - Botei a mão no ombro dela.
- É que eu ando tendo sonhos... estranhos. E quando eu acordo não sei se foi bem um sonho. Quer dizer, os outros foram sonhos. Mas o de hoje eu não sei realmente.
- O que acontece nos sonhos?
- Eu vejo uma mulher, loira de cabelos compridos. - Apertei a mão que eu estava segurando o volante.
- E o que ela fez? - Perguntei.
- Até ontem nada. Mas hoje, eu acordei para ir ao banheiro e a vi no meu quarto. Ela andou até mim e eu tive um susto por seu movimento ser impossívelmente rápido. Ai eu apaguei as luzes sem querer. Fechei os olhos e eu pensei que ia morrer. Mas meus pais apareceram e ela tinha somido. Deve ter sido um sonho. Sempre tive problemas com sonâmbulismo.
Não consegui dizer nada. Apenas fiquei imaginando a Viviane sem ter como se defender da Maddie. A visão da Amanda com a Maddie enfurecida me criou pânico por dentro. Eu não podia perder a Viviane. Seria como se eu perdesse a minha própria vida.
- Disse alguma coisa errada, Roberto? - Ela me interrompeu.
- Não, não é nada.
Parei o carro na entrada do condomínio,
- Não precisa entrar. Eu vou apé daqui.
- Tem certeza? - Perguntei ainda olhando para o volante.
- Tenho. Tchau.
- Tchau.
Ele entrou pela porta do porteiro e eu dei macha ré e voltei para a minha casa. Entrei quando voando dentro da casa e a Amanda estava sentada no chão observando a Sophia escrever alguma coisa.
- A Maddie visitou a Viviane. - Eu disse.
As duas se levantaram de uma vez e seus olhos eram de agunia. Mas ninguém sabia a dor que eu tinha no meu peito. Saber que a Maddie estava por perto da minha Viviane era doloroso demais.
- O que faremos? - Sophia perguntou para si mesmo.
- Vamos esperar o Richard chegar. - Eu disse.
- Ele ficará muito zangado. - Amanda disse para si mesmo também.
- O que eu mais posso fazer? - Perguntei.
As duas vieram em velocidades iguais e cada uma me abraçou de um lado. A porta da garagem se abriu.
- O que aconteceu? - Richard perguntou ainda da porta.
- Maddie. - Sophia sussurrou.
- Não acredito! - Ele gritou. - Eu sabia que isso iria acontecer.
- O que eu posso fazer quanto à isso?
- Você não devia se envolver com ninguém. Você tinha essa opção. Agora não tem mais.
Ele tinha razão. Minha cabeça girou entre a Maddie e a Viviane.
Maddie tão doce no início, mas tão furiosa sabendo que eu não sentia o que ela sentia por mim. Eu pensava que eu não podia ter amor como os outros vampiros tem por não sentir nada pela Maddie, até a Viviane passar pela porta do cinema.

8 comentários:

  1. oow, o Rick ta em Joinville resolvendo os "assuntos de familia" dele :D, maaas daqui a pouco ele volta *-*EUAOWUEOIUE aa brigada *-*

    aah pri, eeu to adorando a historia poosha, vo acompanha ate o fim meeesmo ta? nao se preocupe, pelo menos uma seguidora fiel vc terá *----*
    ps: ja odeio a Maddie, grrr :@

    beeijos e continue :*

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  2. own *---*
    comecei a ler hoje, e tipo adorei o jeito que vc conta a história, cada um contando o mesmo capítulo, dá uma boa margem para a compreensão da história. já estou toda derretida peo Roberto, ou devo chamar Thomas? sério, eh fascinante!

    ps: como eu vi no final dos seus posts anteriores, vc explica os erros de gramática com a sua idade, eu particularmente não acho que seja uma explicação válida, pq eu tbm tenho só 16 anos e não erro tanto. não me leve a mal. mas uma dica pra vc: o que vc acha de alguém revisar o texto pra vc antes de postá-lo? tipo, vc manda o cap pra alguém, esse alguém corrige e retorna pra vc poder postar. ficaadica! ;)

    ps²: se quiser acompanhar a minha história... não tem seres sobrenaturais, mas eh um romance com meros humanos, que está até bonitinho!
    http://historiamaisqueavida.blogspot.com/

    beeeijos! ;*

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  3. muito obrigada todas :D

    nicole, eu faria isso se alguém soubesse que eu escrevo. eu escrevo tipo "escondida". mas eu vou baixar o word (que não tenho) para visualisar meus erros. eu tenho 16 anos, mas minha mente é tipo 14, me considero uma criança ainda. sempre odiei gramática, prefiro matemática, etc. mas eu vou baixar e o próximo post virá sem erros :D

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  4. aushauhsauhsuahsa
    eh, a Marina da minha história era uma menina cheia de paixonites, mas ela encontrou o verdadeiro amor dela, só que ele ainda não sabe disso, e ela só desconfia! ^^
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    como assim, escreve escondida? que doidera! se vc não fosse baixar o word, eu me ofereceria pra ser sua, hmm, revisora! ;D eu tbm prefiro matemática, mas me entendo bem com o português! ^^ ansiosa pelo próximo post, e com muito medo da Maddie... quem é ela?
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    beeeijos e parabéns pela sua história! ;)
    http://historiamaisqueavida.blogspot.com/

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  5. imaginei que vc não fosse me contar quem é a Maddie! ;)
    mas to super curiosa!
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    e assim, se quiser mesmo que eu revise seu texto, eu adoraria, me add nese msn lindinha_a_mais@hotmail.com que esse é publico, e eu quase não entro, dai de lá eu te passo o meu msn, digamos "online"!
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    beeeeeeeeijo! ;*
    http://historiamaisqueavida.blogspot.com/

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  6. leitora nova

    ta muito bom

    please continua

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  7. puts agora sim isso vai complicar :S
    vou ler o proximo o quanto antes ^^

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